A história por trás de um Cosplay

Por Thaís Lima/AES

 

Ao chegar no evento ” Geek Festival ” no último sábado dia 23 setembro, algo me chamou a atenção, por si só, o cosplay do personagem Darth Vader já roubava a cena. Eis que, algo mais surpreendente. Por trás daquela máscara um pouco “macabra”, havia um senhor de idade. 

Acostumada a ver  jovens participando de eventos iguais à esse e vestindo-se de cosplay, ver aquele senhor por trás de toda aquela armadura, me tirou aquele ” pré-conceito” de que apenas jovens curtiam aquele tipo de evento. Ao me apresentar, e informá-lo que gostaria de fazer uma entrevista rápida com ele sobre o evento e seu cosplay, com toda a educação, trocamos algumas palavras e no meio da entrevista, até desliguei o gravador.

O áudio em que tenho salvo no celular tem basicamente 4 minutos, mas a nossa conversa durou em torno de uma hora. Pois, a sua história por trás de todo o cosplay, era mais que especial.Senhor Carlos Guilherme, de 57 anos, me contou que se veste de cosplay a apenas 3 anos e que tudo surgiu por uma brincadeira de Halloween.

Ao ser chamado para uma festa, e fazer teatro, eis que surge a idéia dele próprio fazer sua fantasia para o famoso “dia das bruxas”. Fez, de acordo com uma série que estava em destaque na época, “The Walgind Dad”, e todos o elogiaram pela fantasia. Um tempinho passou e surgiu mais uma festa a fantasia, mas o senhor Carlos já havia “tomado gosto” pelas fantasias mais elaboradas e, no entanto, tornaria-se um cosplay.

Depois de tanto pensar, decidiu ir de Batman à essa tal festa a fantasia que seria em uma casa noturna chamada ” Cadillac “, pois então, sua então companheira se dispôs à ir de mulher gato e ajudá-lo a caracterizar o carro para que parecesse ainda mais com o então carro do personagem o famoso “Batmóvel”. E ai, no meio da conversa eis que descubro sua identidade secreta, senhor Carlos Guilherme na realidade é o Batman que circula com o seu incrível Batmóvel, ao lado de sua linda mulher gato pelas ruas da Cidade de Santos.

No dia do evento, ele decidiu mudar o cosplay, pois só havia usado o “Darth Vader” por duas vezes. Logo após descobrir a ” identidade secreta ” do senhor Carlos, ele também me conta o trabalho voluntário que faz, visitando crianças com câncer em hospitais, ajudando também na campanha de doação de sangue, Ele encara o cosplay como algo divertido, e também usa para ajudar ao próximo. 

Quando pedi para tirar uma foto de seu rosto, ele me disse que não gostaria de aparecer, pois quem precisa ficar em destaque são seus personagens, ele apenas os dá vida. E assim, consegue ajudar o próximo, colocar um sorriso no rosto de quem precisa. Uma frase que marcou a entrevista, que na realidade virou mais um bate papo, ao final, foi: “Você também pode ser um herói, não precisa usar uma máscara.

O que define um herói são suas atitudes”. Carlos Guilherme. Ao me despedir, fiquei mais encantada ainda pela pessoa em que carregava aquele cosplay, ao qual tirava quantas fotos fossem pedidas, conversava, deixava olhar mais de perto a fantasia, matava a curiosidade de adultos e crianças que o rodeavam. O senhor Carlos Guilherme, é um exemplo de que não existe idade para nada, nem para se divertir em eventos, fazer cosplay, virar super – herói e ainda assim, conseguir ajudar ao próximo. Fica assim, mais uma lição de vida.