Do porto para o jornalismo

por Vinícius Ramos
Entramos na redação em meio ao deslumbramento e alegria de estarmos dentro do Jornal A Tribuna. Avistamos vários jornalistas, cada um no seu canto e com sua particularidade, mas todos ligados e trabalhando com a mesma finalidade. A visita foi na noite do dia 20 de setembro de 2017, no centro de Santos. Aos poucos, a turma se dispersou em pequenos grupos e cada um escolheu algum profissional para uma breve entrevista. A passos lentos e observando tudo, logo percebi que estava sozinho, ali, no centro da redação. Apressei-me e aleatoriamente me juntei a um grupo de colegas que foi até um dos jornalistas ali presentes.

 
Sério e bem concentrado no texto que editava em seu computador o jornalista de cabelos lisos demorou um pouco a se dar conta do que estava acontecendo na redação, mas ao nos aproximarmos, um pouco surpreso, mas solícito aos olhares curiosos, logo foi nos mostrando um pouco do sistema do jornal e como fica o texto na tela antes de ser impresso e mais funções.
A experiência como trabalhador portuário avulso e conferente de carga e descarga foi importante para sua carreira como jornalista, quando entrou no jornal A Tribuna em 1997, há exatos 20 anos. Atuando como repórter local, foi em 2003 que entrou para editoria do caderno Porto e Mar. Leopoldo destacou a importância que o porto de Santos tem para a economia nacional e também para o jornalismo: “Vocês estão no porto de Santos, na cidade onde tem o maior porto da América Latina, e porto é um baita mercado para jornalistas”. Nessa perspectiva, o jornalista ainda destaca seu ponto de vista quanto ao mercado de trabalho e os profissionais: “Mercado de trabalho é diferencial. Procure se diferenciar, procure se especializar, criem seus próprios nichos”, enfatizou.
Ainda nesse bate papo, assuntos como a rotina no jornal e a fatídica pergunta: “O jornal impresso vai acabar?”, também foi lançada, e respondendo-a Leopoldo deixa claro que não vai acabar e que os jornalistas precisam se preocupar em produzir conteúdo de qualidade. As recomendações muito bem-vindas foram enfatizadas durante toda a conversa, mas a sigla “CHA”, citada por ele foi o que ficou marcado: C de competência, H de habilidade e A de atitude. Definitivamente, estes três requisitos são essenciais para o exercício da profissão. O bate-papo que aconteceu sem roteiros e perguntas pré-definidas durou exatos trinta e sete minutos e trinta segundos.

 
Não fosse a programação que tínhamos que cumprir na sequência e também para não atrapalhar o trabalho do nosso entrevistado, com certeza a conversa duraria um pouco mais. A prestatividade e preocupação dos jornalistas que estão em atuação conosco é evidente a cada entrevistado. Com Leopoldo Figueiredo não foi diferente, até porque é importante honrarmos a profissão que escolhemos.