Por Bruno Monin
Os alunos do curso de engenharia do campos de Santos da ESAMC, mostraram seus projetos de conclusão de curso nessa terça-feira,21, pós feriado, encerrando a maratona de três dias da PGExpo. Como nos primeiros dois dias de apresentação, o encerramento foi de grande sucesso, com muitos alunos e professores interessados sobre os projetos. O terceiro dia começou pontualmente às 20:30, porém às 18:30 alguns stands já estavam quase montados acertando os últimos detalhes, enquanto outros alunos iam chegando e se preparando também.
Alguns dos projetos visitados pela reportagem visavam a melhoria do porto, como foi o projeto de Juliana Cardoso, estudante de Engenharia de Produção, que tem como foco atualizar o sistema de como os grãos são transportados por esteiras tradicionais no cais. “Nosso projeto traz uma tecnologia nova pra ser implantada nos portos, que são correias que transportam grãos através do ar. Com isso a gente consegue diminuir a manutenção, não polui o meio ambiente porque ela (a esteira) é toda enclausurada, e por conta disso a empresa também economiza na manutenção pois não há muitas paradas técnicas como atualmente.”
Além de não poluir o meio ambiente, Juliana garante que a nova esteira ajuda a não desperdiçar o produto transportado. “A esteira atual, como ela é aberta, ela perde muito produto e a nova não, a gente consegue ter uma redução de 90% na perda do produto”. Apesar de ser uma tecnologia nova no Brasil, no porto de Santos já existe uma empresa que fez a atualização para a nova tecnologia e que no futuro ela possa ser obrigatória, como relata Juliana. “A CETESB está com uma nova lei que obriga que todas as esteiras sejam do tipo enclausuradas para que não haja a emissão de particulado“.
Juliana também ressalta a importância de apresentar seu projeto não somente para alunos e professores, mas também para o público externo. “As pessoas que moram ao redor do porto sofrem com a poeira e o mal cheiro devido as esteiros, então por isso que é importante a gente passar pras pessoas que estão ao redor e até mesmo para o porto, para que eles conheçam nosso projeto e conheçam os benefícios”.
Quanto a ser avaliada, Juliana contou que ainda não passou pela banca examinadora e que é bem mais difícil ser avaliada em sala do que durante a PGExpo. “Com certeza minha ansiedade é pra ser avaliada em sala mesmo. Algumas pessoas da minha turma já passaram pela banca, mas com certeza o nervosismo vai ser na banca”.
O projeto do aluno Marcelo Baroni, também aluno de Engenharia de Produção, é um tanto quanto polêmico na baixada santista. Ele trouxe uma alternativa para os vários projetos que visam a travessia seca entre Santos e Guarujá. “Diante os problemas que a gente tem visto em relação às balsas, filas, interrupções e muita reclamação, nós fomos buscar outra alternativa em relação ao túnel subaquático e a ponte estaiada que não saíram do papel”.
Eles trouxeram como alternativa uma ponte móvel de leça, sistema que já existe em Portugal, no porto de Leixões, que foi o ponto de partida do projeto do grupo. “A ponte tem um basculante que interrompe o fluxo de veículos para o navio cruzar a ponte”. A partir de cálculos feitos a partir da movimentação de entrada e saída de navios do porto, eles chegaram a conclusão de que a ponte com esse sistema atenderia muito mais veículos que o sistema atual de balsas, como ele explica. “Nós constatamos que durante uma hora de operação das balsas, elas transportam em torno de 900 veículos, a ponte resolve isso em 20 minutos. Isso só num sentido, se formos pegar nos dois sentidos ela consegue resolver os 900 veículos em uma hora”.
O projeto vai além da ponte, tendo em vista que as balsas continuarão funcionando após sua construção, porém o projeto não abrangeu a operação da ponte, se ela seria gerida pela DERSA como acontece com as balsas. O projeto também levou em consideração alguns aspectos muito importantes como o custo, que seria muito menos da metade que o túnel subaquático, mas que ainda assim ficaria na casa dos bilhões de reais, e também sobre a desapropriação das casas aos arredores da conexão viária com a ponte. Por se tratar de uma ponte menor, Marcelo informou que ela seria menos intrusiva na parte urbana, e que o lado do Guarujá sofreria mais por conta de áreas habitadas clandestinamente.
A PGExpo é uma oportunidade não somente para os alunos que estão expondo seus projetos, mas também para os alunos que estão em curso e que podem observar como é esse tipo de avaliação. Para Thiago Souza, aluno de Publicidade e Propaganda em seu quarto semestre, nos contou o porque é importante esse evento. “É um passo diferente pra nós alunos porque é uma maneira de passar pras pessoas um pouco do nosso trabalho, do que a gente fez e não somente aos professores na banca só para buscarmos uma nota. Isso faz com que a gente se humanize mais diante das pessoas”.
Desde o dia 16 de novembro os alunos que estão em fase final nos cursos de comunicação social e negócios, mostraram ao público e professores seus respectivos projetos, o PGE, ou TCC como é mais comum ser chamado em outras universidades. O primeiro dia contou com projetos dedicados aos artistas como ilustradores e escritores, uma plataforma colaborativa chamada Dreamur, para criadores de conteúdo neste segmento. Outros projetos abrangeram temas sociais, como o Negralô, que tem como objetivo discutir a posição da mulher negra no mercado de trabalho, e também o carismático projeto Pashu, que tem como objetivo ajudar animais carentes da região, e que contou com a presença de vários pets no evento, arrancando carinhos de quem passava por seu stand.
No dia 17 de novembro foi a vez dos alunos do eixo tecnológico exporem seus projetos ao público e também aos professores.