O dia a dia do profissional da comunicação

Por Victoria Jamille

“Preocupa-me o tipo de profissionais que teremos”. Essa foi uma das frases impactantes da editora-chefe de A Tribuna Arminda Augusto, em sua palestra ministrada na noite de quinta-feira (21), na aula magna dos cursos de Comunicação da faculdade ESAMC, em Santos.

Esta aula tem o objetivo de trazer especialistas em sua área de atuação, para explicar o cotidiano de um profissional e esclarecer dúvidas relacionadas ao mercado.

A editora-chefe foi recebida com aplausos por cerca de 400 alunos. Iniciou contando sua trajetória no jornal, sua busca pelos sonhos e resultados, a fim de motivar o público. Porém, foi veraz em todas as suas falas e explicou com clareza a situação atual do mercado: “Eu tenho muita noção do peso que é ser jornalista”, disse.

 

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Editora-chefe de A Tribuna, Arminda Augusto. Rogério Amador/ Assessoria de imprensa

 

Ao citar as características de um profissional da área, a curiosidade foi listada por ela como uma das mais importantes: “Para ser jornalista, você precisa sentir o cheiro da notícia, precisa ser interessado pelos assuntos. Você precisa ser curioso”, e completou: “O interesse pelo assunto é o que acaba gerando as fontes e a credibilidade naquilo que você publica”. 

Ler a respeito de tudo e de preferência assuntos dos quais não gosta foi um dos conselhos dados por Arminda durante a aula. Ela também revelou o fator decisivo na hora de contratar alguém: “Muito mais do que ter um texto fantástico, do que ter fontes, é ter um texto conciso e ter informação. É uma forma de se adaptar ao mercado e uma chance de se descobrir”. Além disso, reforçou dizendo que o jornalista é um generalista, pois um profissional da comunicação deve saber escrever minimamente sobre qualquer coisa.

A jornalista fez menção não somente ao esforço individual, mas também à importância de frequentar um curso superior, e demonstrou preocupação com a qualidade dos futuros profissionais, pois é dentro da universidade, com as disciplinas que são oferecidas, que se tem a oportunidade de pensar. Finalizou dizendo: “Quem tem informação de qualidade, é quem produz informação de qualidade”.

A aluna de jornalismo Nicole Zadorestki, 19 anos, falou sobre sua expectativa na profissão, diante de um mercado mais dinâmico, mas muito fechado: “Não estão mais ouvindo os jovens”, criticou a estudante, que ainda revelou sua indignação com o ensino nas faculdades: “Os cursos de jornalismo estão defasados”. Também enfatizou o descaso na preparação dos jovens para o mercado de trabalho, revelando que em momento algum os conteúdos são oferecidos de forma prática.

Já para a também estudante de jornalismo Amanda Canton, 20 anos, estar presente na aula magna foi essencial: “Eu achei que foi bom ter alguém da área, principalmente alguém de uma empres grande para falar sobre os desafios do mercado de trabalho na área da comunicação. Foi bem esclarecedor”.