por Gabriella Domingos (texto) / AES
Em meio a essa pandemia, que se tornou preocupação mundial nos últimos meses, tudo se transformou numa confusão, não só em minha rotina, mas na de todos os cidadãos. Nossos empregos, estudos e demais compromissos tiveram de ser adiados/paralisados, ou rearranjados.
Com relação à minha rotina acadêmica, fiquei aliviada com a forma rápida que a ESAMC resolveu a impossibilidade das aulas presenciais. Agora, temos aulas online e ao vivo, com o aplicativo Collaborate, uma inovação necessária e muito útil para nós, alunos, e também aos professores. Além disso, a faculdade está oferecendo mini-cursos, com o intuito de termos ensino extra, e conseguirmos adquirir horas complementares, algo que eu precisava.
Em consonância ao meu estágio, de início foi difícil conseguir realizar o “home-office”. Como eu trabalho em órgão federal (INSS), não cabia ao meu chefe me dispensar de atividades presenciais sem autorização de seus superiores, então foi um processo mais demorado e burocrático. Estou tendo auxílio de minha colega de trabalho e nossos supervisores, e agradeço a preocupação deles comigo e a minha família, visto que moro com três pessoas que se encontram no grupo de risco.
Eu estava no início de um tratamento fisioterapêutico, entretanto a clínica adiou, a fim de garantir a segurança dos pacientes e funcionários. Atualmente, minha rotina se tornou mais tranquila, porém responsável, pois no período da manhã eu trabalho; de tarde dou início a aulas online de idiomas (inglês, espanhol e italiano) e alguns cursos de programas de edição, como Photoshop; no fim da tarde, curso extra da faculdade e, logo após, as aulas online. O período noturno eu também utilizo para meu lazer, já que o dia todo dedico à minha família, nos intervalos de cada atividade.
O que sinto em relação a toda essa mudança repentina é surpresa: em relação a como deixou nações em um grande colapso de uma forma consideravelmente rápida, e preocupação não só com minha família, amigos, vizinhos, como meu País e o mundo. Assisto ao noticiário e são assustadoras as estatísticas a cada dia, mas ao mesmo tempo, acompanho o andamento de pessoas sendo curadas, algo que me deixa esperançosa.
Nesse momento de isolamento social, pude refletir sobre o que há de essencial para mim, que são os pequenos detalhes, mas de suma importância! Sempre tive uma rotina ocupada: dedicava-me logo cedo aos estudos e demais compromissos, e acabava deixando de stand by as pessoas que estiveram comigo em todos os momentos, principalmente naqueles em que me encontrava exausta e pensava em desistir… Eu tenho tido tempo de brincar e conversar com meus pais, assistir filmes, ouvir música e dançar, compartilhar momentos legais como escutar álbuns antigos, entre outros. Também estou ouvindo histórias dos meus avós, muitas delas me auxiliam a amadurecer de corpo e alma. Pude conversar com meu tio sobre cultura, entretenimento e muitos assuntos de que gostamos e fazia tanto tempo que não falávamos pela divergência de tempo livre de ambos.
Ver o brilho nos olhos deles, por finalmente eu ter tempo para ouvi-los, por um momento me destruiu por dentro, por saber que assim mesmo me apoiavam por eu ser uma jovem ocupada e esforçada. Todavia, me sinto com sorte por ser rodeada de pessoas que me inspiram, entendem todas as minhas escolhas e estão sempre na torcida por mim!
Entendo que esta pandemia devastou famílias, algo que me entristece, mas para mim foi uma grande lição de vida! Gostaria de ter tido esta reflexão em um melhor momento… Em suma, espero que tudo se resolva, que as famílias cuidem de si e dos seus para que o vírus não se alastre mais e, assim, podermos voltar à nossas rotinas o quanto antes. E, eu, claro, voltarei ao meu cotidiano agradecendo e valorizando o que há de mais importante: minha família e todo amor e carinho que recebo!