por Bianca Gravanich
Essa fase de isolamento social está sendo para lá de bipolar. Alguns dias passam voando, outros parecem que têm muito mais do que 24 horas. A ansiedade aumenta, e assistir ao noticiário parece assustador. Tento me agarrar ainda mais para o que me faz bem, escuto música em alto volume, sozinha, em meu quarto. Estou cozinhando muito mais do que normalmente, invento salgados e doces, levo para minha avó (deixo na escada, na verdade, evitando ao máximo o contato com ela). Já fiz de tudo, bolos, tortas, pizza, esfirra (meus pais estão amando).
Estou lendo muito também, só nesses dias, li três livros completos, o que me ajuda muito na questão do português: palavras novas, pontuações, entre outras regras gramaticais. Comecei a reparar mais nisto nos livros, para me ajudar na escrita das matérias.
Continuo estagiando num jornal, agora, de home office, mas sinto saudades do clima da redação. Espero que tudo volte ao normal logo. As aulas presenciais fazem bastante falta também, ainda mais na “reta final” do curso. Acredito, por um lado, que esse momento não veio sem motivos: a gente precisava parar um pouco, precisávamos deixar o mundo respirar. Precisamos dar mais valor para nossa vida, aos abraços, os carinhos e afetos.
Vivemos tempos de desapego, e precisamos entender que tudo é muito pouco perto de nossa saúde. Quando tudo voltar ao normal, os passeios, abraços e idas na beira do mar serão muito mais valiosos e reconhecidos. Que a gratidão esteja sempre presente.