Ameaça de contaminação perturba sociedade

LucasConracaFoto01

Fotografia: Lucas Cronrraça / AES


por Lucas Cronrraça

Os dicionários definem a palavra medo como um substantivo que significa “estado psíquico resultante de ideia de ameaça ou perigo real ou aparente; pavor, terror”. Nos últimos meses, esse termo se tornou bastante popular no mundo todo, e tem perturbado a vida de qualquer pessoa. Perturbação esta decorrente do novo Coronavírus, causador da Covid-19. Os entrevistados abaixo são vítimas do medo, preocupados com as mesmas coisas, mesmo em circunstâncias diferentes. Para eles, a maior preocupação será quando a pandemia irá passar, em meio à instabilidade econômica no Brasil.  

Para Milena Barros, estudante de Publicidade e Propaganda, o seu maior medo é alimentado pelo comportamento irresponsável das pessoas, que mesmo tendo acesso à informações, continuam ignorando e desrespeitando as recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), colocando em risco suas vidas, a vida de familiares e pessoas do grupo de risco. O número de mortos por Coronavírus no Brasil chegou a mais de 1 mil pessoas, tendo novos 68 casos, somando 20.727 casos no Brasil (atualizado no dia 11 de abril).

O medo da transmissão familiar

O músico João Fioravante concentra sua preocupação diária no medo de contrair e transmitir o vírus para colegas de trabalho, clientes e, principalmente, para sua família, tendo como integrantes de grupo de risco seus avós, com idade superior a 70 anos. Segundo investigações do Ministério da Saúde sobre os mortos pela Covid-19, no Brasil, cerca de 80% das vítimas tinham mais de 60 anos.

 O medo entre a crise econômica

Em Guarujá, foi ampliado o prazo para pagamento de taxa de comércios físicos, ambulantes e permissionários. Segundo o secretario de desenvolvimento econômico e portuário do município, Alexandre Trombólise, o objetivo dessa medida é reduzir impactos causados pelo Coronavírus e fazer com que a cidade se recupere o mais rápido possível da crise. Mesmo com essas medidas dispostas, para o estudante de economia Paullo Pietroski vai além de medidas provisórias: “Resumidamente, eu tenho medo de não conseguir manter minha estabilidade econômica, pois toda minha família vive de comércio, e quem vive de comércio já não é muito estável”.

O medo entre fronteiras

Em decreto feito pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, foi proibida a entrada e saída do País, tendo o fechamento total de suas fronteiras. Em entrevista, declarou tomar essa decisão como medida preventiva: “Tomamos essa decisão porque o coronavírus já não vem só da Europa e começa a afetar países vizinhos. E também porque observamos que, pelas fronteiras terrestres, vem turistas das zonas que nós classificamos como risco”.

Para Gabriela Molina, estudante de Medicina na Argentina, o seu maior medo com relação à pandemia é não poder estar com sua família, tendo a incerteza de quando poderá revê-los, já que não sabe-se até quando se prolongará a quarentena e as medidas governamentais. Sua principal preocupação é de não poder se despedir dos familiares caso algo aconteça.

Lucas Cronrraça com agência Reuters