Atletas e alunos de academias improvisam treino em casa. Foto: Thiago Guimarães / AES
Por Thiago Guimarães / AES
Desde o início do contágio da Covid-19, que desencadeou uma pandemia e o cancelamento de eventos, suspensões de aulas e o fechamento de comércios em várias partes do planeta, as academias de ginástica foram um dos serviços mais afetados. Os proprietários sofrem com as contas mensais e, por outro lado, os frequentadores sofrem por não poderem praticar as atividades físicas nos locais habituais. Esta situação não prejudicou somente os atletas, mas qualquer pessoa que necessita se exercitar.
Em reportagem publicada no dia 23 de março de 2020, em A Tribuna, atletas que se preparam para os Jogos Olímpicos usam a criatividade e o improviso para continuar os treinamentos em suas casas. Como as datas do evento continuam indefinidas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), diversos esportistas não querem perder sua boa forma e seu bom desempenho. É o caso do lutador de Taekwondo Ícaro Miguel, de 25 anos, morador de Minas Gerais. Ele relata a dificuldade de se adaptar, porém, ressalta: ”É preciso se adaptar em qualquer lugar para manter a boa forma física.” Além dos atletas, muita gente anônima continua treinando de forma regular e intensa em casa. Prova disso é a infinidade de vídeos de pessoas treinando nas redes sociais.
Proprietários de academia temem o atual déficit nos lucros. Tatiana Albrecht, de 50 anos, dona da Bioforma, em Cubatão, conta que o estabelecimento foi prejudicado. “Estamos com quase as mesmas despesas e respectivamente com a crise não obtemos receitas”, lamenta. Contudo, Tatiana diz que continua motivando os alunos a se exercitarem em domicílio: “Os professores estão passando treino pelas redes sociais, e também instruindo com dicas no tempo livre, como uma boa leitura”.
Gabriel Fernandez, de 20 anos, residente de Cubatão, reclama da dificuldade de treinar em casa: “Não consigo treinar com a mesma intensidade como eu treinava na academia, tive que adaptar alguns utensílios de casa, como mochilas cheia de livros, sacolas, cabo de vassouras, entre outros. Para conseguir treinar e tentar manter o ritmo até o retorno da academia.” E acrescenta: “Sinto-me bem indo à academia e fazendo exercícios, tenho a impressão que quando eu os faço me sinto mais aliviado, com um sentimento de missão cumprida. A falta de academia atrapalha a saúde física, mas, também a saúde mental”.
É notório observar que várias pessoas vão à academia com outros objetivos além de obter uma boa forma física. Muitos procuram as academias para poderem sair do comodismo, sedentarismo, tornando a rotina mais ativa. Com isso, o corpo e a mente trabalham e reagem bem, trazendo um melhor estilo de vida. Em relação a isso, o morador de Cubatão Kelvin Feitosa, de 20 anos, avalia que a falta da academia interfere totalmente em sua autoestima: “Já não me sinto bem como antes, autoestima baixa e acordo com mau humor nesses últimos dias.” E sobre a importância do retorno do funcionamento da academia o quanto antes, ele conclui que sentirá um grande alívio e bem-estar, consequentemente melhorando a autoestima e o humor.