por Evelin Moreira
Em março de 2020, houve ampla divulgação da chegada do novo Coronavírus, que causa a doença Covid-19. Foi decretada a quarentena, uma medida administrativa que relaciona novas regras para o funcionamento de comércios, escolas e demais ambientes, visando evitar a aglomeração de pessoas e promovendo a ideia de isolamento social.
Antes da pandemia, o termo era utilizado por psicólogos, psiquiatras e psicanalistas ao se referirem a pessoas que sentem dificuldade de conviver em sociedade e que, de forma voluntária ou involuntária, evitam contato com outros indivíduos. Atualmente, o isolamento social faz parte do cenário de combate ao vírus, como principal recomendação de médicos infectologistas e autoridades políticas. Nesse sentido, orienta-se que pessoas de uma mesma casa permaneçam nela, sem contato com outras de fora, incluindo amigos e familiares distantes, objetivando uma menor propagação do vírus.
Conquanto, surge uma importante questão: como as crianças estão lidando com o isolamento? Jornais e redes sociais trazem muito conteúdo sobre como os adultos sofrem ao terem de permanecer em casa e deixar de lado a rotina de trabalho, exercícios etc. Contudo, pouco se fala sobre como os pequenos estão aprendendo a lidar com uma restrição social tão dificultosa para todos.
Para as crianças, a rotina de brincadeiras, escola/creche e convívio com outros colegas é de extrema importância para o seu desenvolvimento pessoal e social. Pois é na infância que aprendem a conviver com outras pessoas, lidar com as diferenças e a partilhar.
Afetadas pelo isolamento, dois irmãos de Guarujá, litoral paulista, falam o que acham sobre ficar em casa. Henrique de Moraes, de 4 anos, disse que é muito legal, porque é bom ficar em casa. Seu irmão mais velho, Marcus, de 11, está achando diferente ficar em casa, “sem ter que fazer muita coisa, ficar com a família e ficar com meu irmão”.
Eles também compreendem o que está acontecendo com o mundo: “Tem um vírus se espalhando e tem que passa álcool em gel e lavar as mãos com todo sabão”, explica Henrique. “Por mais que eu não assista muito jornal, o pessoal vai me falando e eu vou entendendo sim. As pessoas têm que ficar em casa, acho certo, porque sempre tem alguns limites e a gente tem que ficar em casa”, justifica Marcus.
Para se distraírem, os irmãos brincam de lego, carrinhos, massinha e aparelhos eletrônicos – recurso este nem sempre indicado pelos especialistas em educação infantil para as crianças em desenvolvimento, pois promove o distanciamento da crainça em relação à família.
Neste aspecto, a família tem um papel importante na promoção de atividades educativas, que auxiliam na criatividade e o desenvolvimento motor da criança, como tarefas de participação mútua e contação de histórias.
De acordo com o psicólogo Lev Vygotsky: “Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade”.
Abaixo, segue uma lista de cinco brincadeiras e dinâmicas para envolver a participação da família no entretenimento dos pequenos:
1- Quem sou eu?
Um jogo em que os participantes tentam adivinhar o nome que está escrito no papel que recebem, colocando em sua testa sem olhar. O primeiro a descobrir o nome vencerá o jogo.
2- Me complete
Onde a criança desenvolve o desenho a partir de um membro recortado e colado em uma folha.
3- Gincanas
Corrida no saco, corrida do ovo e queimada.
4- Objeto misterioso
A criança olha em volta e escolhe um objeto. Ela passa a dar dicas as outras crianças e quem acertar o objeto escolhe o próximo.
5- Detetive
São preenchidos papéis, um com as letras A (assassino), D (detetive) e os demais com V (vítima). A função do assassino é matar com uma piscada os jogadores, sem que o detetive perceba, pois ele tem que descobrir quem é o assassino. A brincadeira acaba quando todas as vítimas morrerem ou quando o assassino é preso.