Por Amanda Canton
A incerteza do amanhã, por causa da ameaça do novo Coronavírus, mudou diversas rotinas. Com o aumento de casos confirmados de Covid-19, diversas famílias se isolam dentro de casa a fim de se evitar o contágio da doença. Essa medida de segurança fez com que mães no mundo passassem a ter de lidar com os desafios de conciliar trabalho profissional com a criação dos filhos, entre consultas médicas e outras questões.
Apesar disso, devido à necessidade de alguns serviços essenciais, muitos profissionais precisam se expor ao risco para realizar suas atividades. Grávida de seis meses, Caroline Maximiano dos Santos, de 27 anos, pegava quatro ônibus por dia, de sua casa, em Praia Grande, até o trabalho, em Santos. Foi assim até o dia 6 de abril, quando o hospital em que trabalha lhe deu férias. Mesmo tomando todas as precauções, o medo constante de se infectar torna a gestação ainda mais desafiante.
“Eu tento me manter calma, pois tudo o que sinto passa para o bebê. Por mais que toda essa situação em que estamos seja perigosa, tento não ficar pensando o tempo todo para não acabar desenvolvendo crises de ansiedade. Mas, ainda sim, eu sinto medo de eu ou alguém da minha família se infectar”, relata a assistente de faturamento da Unimed.
Acostumada a pegar ônibus lotados todos os dias, a rotina de Carol sempre foi agitada e em constante contato com pessoas de todas as idades e municípios. “O maior desafio pra mim, com certeza, é usar o transporte público, onde na maior parte das vezes está cheio. É complicado porque por mais que você tome todos os cuidados necessários, é difícil saber se o outro também está tomando”, afirma a gestante.
Seus temores só foram amenizados quando entrou em férias. “Isso torna o risco de contágio menor, mas ainda assim é difícil não me preocupar. Por mais que as grávidas não estejam no grupo de risco, sempre que eu preciso sair para fazer uma consulta ou ir ao mercado, fico receosa de contrair a doença”, diz Carol.
Com as restrições e o medo de sair, a agenda e os compromissos de muitas mães acabaram sendo prejudicados. Para Jessica Cristina Tofanello de 26 anos, moradora de Praia Grande, o isolamento social tornou impossível para ela viajar até São Paulo para realizar a cirurgia de adenoidectomia (também conhecida como adenoide) em seu filho de 2 anos.
“A cirurgia é relativamente simples, a parte mais complicada acaba sendo a recuperação. Ele (o operado), não pode estar em lugares aglomerados e deve usar insumos médicos. Devido à falta de máscaras e álcool em gel, além do medo que eu e meu marido estávamos de expor o nosso filho enquanto acontece uma pandemia, optamos por não fazer a cirurgia”, relata Jessica.
Há mais de 45 dias em casa, a estudante de Administração busca fazer o melhor que pode para cuidar da saúde do filho enquanto não pode marcar uma nova data para a intervenção médica. “Era importante que ele tivesse feito a cirurgia para melhorar sua respiração, mas enquanto não podemos fazê-la, estamos ocupando o tempo dele com outras coisas. Fazemos atividades e brincadeiras para mantê-lo animado e saudável”, diz Jessica.
Amanda Canton ( Com informações da Agência Hypeness e site Correio Braziliense)