por Ana Beatriz
Em meio a isolamento social, famílias se adaptam para manter rotina escolar
A recomendação para reverter o cenário de pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) é que fiquemos em casa. Isso significa que a maioria das escolas paralisou as aulas em decorrência da doença e muitas empresas liberaram o home office (trabalho em casa) para evitar aglomerações. Com pais e filhos juntos, em casa, é preciso muito jogo de cintura para contornar a situação, inclusive para que as crianças não percam o ritmo que vinham ganhando com a escola. Mas como conciliar o trabalho com a rotina de uma escola e o tempo para brincadeiras, em meio ao caos que estamos vivendo?
Em entrevista ao site bebê.com, a pedagoga Bruna Duarte aposta na ideia de inserir atividades educativas, às quais a criança já está acostumada: “Os pais podem pensar no cronograma que a escola já tem. Por exemplo, na segunda-feira, as crianças fazem artes e trabalham com atividades relacionadas a línguas. Portanto, em casa, os pais fazem uma atividade de pintura, de massinha. Já na atividade de línguas, eles leem um livro com a criança ou procuram um caça-palavras”. Ela também explica que é importante controlar o tempo de televisão e celular, e sempre que possível ressaltar para a própria criança que ela não está de férias, uma sugestão bem bacana é criar personagens e contar uma história onde o enredo é sobre o vírus, sendo mais fácil a compreensão dos baixinhos.
Na teoria, realmente é uma estratégia muita linda, mas será que na prática dá certo? Silvio Nogueira é morador de Peruíbe, no Litoral Sul, ele é pedreiro e pai de Pedro, de 9 anos. “Como sou pedreiro, nunca tirei férias, pois sempre tive trabalho em horários intercalados. Por conta da pandemia, ninguém veio me procurar, então aproveito o tempo para descansar, lavar meu carro. Meu filho está acostumado a chegar da escola e ir brincar com o Gabriel, que é o filho do vizinho, então sempre deixo ele andar de bicicleta na rua de casa com seu amigo, por mais que ele fique na rua nós tomamos os devidos cuidados assim que ele entra em casa’’.
Para entender melhor os diferentes comportamentos de pais e filhos nesta pandemia também entrevistamos Débora, moradora da Grande São Paulo, foco do vírus devido aos aeroportos e maior fluxo de pessoas. Débora é artesã e mãe de Nikolas, de 14 anos, e Natalie, de 12, ela diz que em casa mantém a rotina da escola durante a semana, até porque seus filhos estão tendo atividades online, e aos finais de semana deixa eles criarem suas rotinas mas sempre com regras. ‘’Em casa não mudamos muito em relação a rotina, a empresa de meu marido está com home office, eu como artesã continuo no meu local de trabalho que é minha casa mesmo, claro que estamos tomando mais cuidado já que moramos em prédio, não deixamos as crianças descerem para brincar até porque o próprio condomínio proibiu’’. Já Nikolas questionou a atitude da sua escola, que está passando atividades e ao mesmo tempo declarou que as férias seriam adiantadas. “É injusto porque se minhas férias foram adiantadas deveriam ter parado de mandar atividades, praticamente não vou ter férias’’.
Apesar das diversas ações e reações a essa quarentena, é importante destacar que se trata de uma boa oportunidade para reforçar os laços afetivos entre pais e filhos.
Ana Beatriz Azevedo Silva – com agência NSC Total