por Evelin Moreira e Beatriz Leonardo
Desde a chegada da Covid-19 na vida da população mundial, muitas dúvidas surgiram e ecoam num vazio sem resposta. Até quando isso vai durar? Quantas vidas mais esse vírus irá dizimar? Há um plano para contê-lo? O que podemos fazer?
Desde março, estamos todos no que, a princípio, foi denominado como quarentena. Todos pensando que logo tudo isso iria se resolver, que rapidamente poderíamos retornar às nossas rotinas normalmente. Entretanto, não foi isso o que aconteceu. Em questão de dias, o novo coronavírus dizimou dezenas, centenas, milhares de vidas, começando pela China e se alastrando pelo mundo afora, numa velocidade impressionantemente.
E então, o mundo parou. Isolamento social, máscaras, álcool em gel foram as palavras que se tornaram parte da nossa rotina. “Protejam-se, fiquem em casa!”, a todo momento vemos isso nos jornais e redes sociais. E em meio a tudo isso, mortes e mais mortes. Os números de óbitos e casos confirmados são tristemente exorbitantes e é inevitável pensar: Como será a vida após a pandemia?
Com o isolamento social decretado em todo o mundo, obviamente as pessoas precisaram se afastar umas das outras. Reunir a família e amigos? Nada disso. Encontrar namorado(a)? Infelizmente, vai ter que esperar. O que antes era comum, como um beijo, um abraço, um aperto de mãos, virou algo proibido, uma medida de segurança para que o vírus pare de se propagar.
Inúmeros eventos foram adiados, muitos desses que já estavam marcados há meses. Além de tudo isso, o afastamento de pessoas queridas, como familiares e amigos, também entrou em questão. Muitos filhos longe dos pais, casais separados por estarem em países ou cidades diferentes, amigos que se viam todos os dias e agora já não podem mais, tudo isso gera uma angústia e tristeza ainda maiores em todos.
Nesse momento, a internet tornou-se a maior aliada no isolamento, pois permite que nos conectemos com as pessoas que tanto amamos e as vejamos em tempo real. Mas também a incerteza do que acontecerá com as relações afetivas na pós-pandemia.
Mesmo que o cenário atual não seja algo favorável às relações interpessoais, muita gente se mantém esperançosa no que diz respeito às relações afetivas após a pandemia.
A estudante de Jornalismo Victória Khouri, de 20 anos, aproveita o isolamento para se cuidar: “Apesar de tudo de ruim que estamos vivendo, eu sigo esperançosa e torcendo pelo melhor. Mantenho minha rotina de estudos e uso meu tempo para cuidar não só do meu corpo, mas também da minha mente”. Ela também explica um pouco sobre sua visão diante de tudo o que está ocorrendo: “O principal ponto aqui é que infelizmente não podemos fazer muito para mudar a situação. Porém, também não devemos desistir de nossas vidas e rotinas, não devemos tratar nossas metas e planos com abandono, pois é vital entender que a vida não acabou”.
Victória encara as medidas de isolamento como algo importante para o bem comum: “Ninguém está se afastando por maldade, pelo contrário, se há o amor e carinho, há também a proteção. Acredito que o amor pela minha família, meus amigos e namorado não vão mudar por causa de um tempo separados neste momento difícil. A saudade tende só a aumentar, e com isso, as relações ficarão ainda mais intensas”.
A diarista Cristiane Santos, de 45 anos, tem esperança de que as famílias ficarão ainda mais unidas e mais fortes: “Acredito que iremos valorizar muito mais os nossos momentos em família, prestar mais atenção aos detalhes, rir mais, abraçar mais. Demonstrar o amor com mais vontade, sabe?”.