Moradores do Guarujá lamentam falta de contato pessoal

por Bianca Gravanich e Bruna Valle

Em quase três meses de isolamento social, por conta do novo coronavírus (Covid-19), as relações de afeto e a rotina de inúmeras famílias da Baixada Santista tiveram de mudar radicalmente. Os abraços tão confortantes em momentos de alegrias ou tristezas foram suspensos, além de beijos, carinhos e tudo o que envolve contato físico. Com os escritórios e lojas comerciais fechados, os serviços foram todos transferidos para o home office, enquanto as escolas e faculdades estão se adequando ao método de ensino à distância.

Mesmo com a tecnologia sendo usada intensamente, ninguém está 100% adepto a todas as ferramentas digitais e muita gente tem de se adequar aos novos métodos para se comunicar e trabalhar. É o caso de Caroline Serra, de 25 anos, professora de ensino infantil e moradora de Guarujá, acostumada com os afetos pessoais, sente falta do contato pessoal. “Eu, como uma típica brasileira, adoro conversar tocando nas pessoas, está sendo complicado essa falta de afeto”, lamenta Caroline.

Além dos afetos, a educadora infantil está se acostumando com as aulas via plataformas digitais. “Ministrar as aulas online está sendo um desafio muito grande, aprender a mexer na plataforma em um tempo muito curto, replanejar tudo para poder passar de uma forma simplificada e com um conteúdo de qualidade”, descreve a professora. “Mas acredito que com muita força de vontade, parceria com a família e paciência conseguiremos adaptar a esses novos hábitos”, completa.

Para Sthephany Santana, de 26 anos, advogada há quatro anos, a principal mudança foi em relação ao trabalho e em comemorações em sua residência, no Guarujá, onde mora com seu marido há três anos. “Audiências canceladas, escritório fechado, mas na vida pessoal a convivência com os amigos que sempre vinham nos visitar é o que mais sinto falta”, conta.

E quando tudo, finalmente, voltar ao normal, dentro de todas as medidas propostas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o melhor, para ela, será comemorar. “Com certeza irei convidar meus amigos e família para virem até aqui comemorar a melhora e recuperação do País pós-pandemia”, afirma Sthephany. “E também ter de volta a oportunidade de sair para restaurantes, shows, cinema, ver pessoas, poder sorrir sem que a máscara esteja tampando meu cumprimento, mesmo de longe”, finaliza.