por Larissa Rodrigues (texto) e Jéssica Vieira (imagens) / AES
Para prevenir o novo coronavírus, o isolamento social é necessário. Mas com ele, muitas famílias estão distantes e sofrendo com a saudade. É o caso de Giovana Aparecida. Longe de seus dois filhos nessa pandemia, ela relata sua experiência dolorosa e suas expectativas. De outro lado, Aldenis Rodrigues, longe de sua mãe. Nos dois lados da balança, a psicóloga Veruska Ghendoy explica como as famílias irão se comportar após a pandemia.
Com os números de casos aumentando diariamente na Baixada Santista, algumas cidades da região implantaram barreiras sanitárias para impedir a entrada de turistas, o que dificulta a visita de parentes vindos de outros municípios. Giovana Aparecida, de 42 anos, moradora de São Paulo, tem passado seus dias da quarentena longe de seus filhos, que moram na Baixada Santista. Eles têm 13 e 20 anos.
“Tem sido muito difícil, uma sensação e um sentimento que eu jamais imaginei. É muito triste, é um vazio, não estar com eles e não vê-los frequentemente, é como um vazio na alma”, relata Giovana. Ela se emociona ao contar que, para amenizar a saudade, tem visto fotos dos filhos todos os dias e nunca contém as lágrimas quando a saudade fala mais alto.
Inclusive, o Dia das Mães foi diferente de todos os outros anos. Ela conta que foi inexplicável o sentimento de passar essa data sem seus filhos “Foi muito triste. Mesmo que todo dia seja dia das mães, temos esse dia especial, sempre de muitas homenagens e demonstrações de amor… queria ganhar, pelo menos, um abraço e não pude”, desabafa.
Apesar da dor causada pela distância, as perspectivas para o futuro após a pandemia são esperançosas para a mãe. Ela afirma já estar aprendendo a valorizar mais os momentos com os filhos: “A nossa relação vai mudar e já está mudando muito, porque você cai na realidade de que não consegue viver sem eles. Os meus filhos são a minha força”.
Por outro lado, o publicitário Aldenis Rodrigues, de 25 anos, também morador de São Paulo, está passando por uma situação parecida. Ele mora no epicentro do novo coronavirus, e sua mãe, em Guarujá. Por segurança, eles estão separados. “Eu nunca passei tanto tempo sem ver os meus pais. Estar longe deles é o que mais me incomoda nesse período”, desabafa Rodrigues.
Ele também conta que, infelizmente, o Dia das Mães desse ano foi o primeiro longe. Apesar de dolorosa, a experiência gerou reflexões e aprendizados. “Creio que muitas coisas irão mudar na nossa rotina e nossos cuidados com a família. Espero que, assim como eu, as pessoas estejam mais conscientes e empáticas umas com as outras para aprendermos muito nessa nova realidade que nos espera”, relata Aldenis sobre sua perspectiva pós-pandemia.
Em uma entrevista para o site Green Business Post, a psicóloga Veruska Ghendoy, especialista em saúde mental, conta sua visão sobre como serão as relações familiares após a pandemia da Covid-19: “Antes, nossa desculpa era que não tínhamos tempo. Agora estamos isolados pensando no nosso tempo. O seu tempo depois que passar a pandemia não será o mesmo, porque você percebeu que perdeu muito tempo de viver com qualidade com aqueles que você ama”.
Ela explica que as pessoas irão valorizar mais umas às outras. “Se você percebeu as mudanças, está valorizando mais seu tempo e seus relacionamentos afetivos, você já está construindo um futuro diferente”, avalia Veruska.
Com dados do G1, A Tribuna Santos, Uol, Portal R7 e Green Business Post