Músicos se reinventam durante pandemia

por Carlos Rambaldi e Wagner Micali 

Quando pensamos em música, milhares de sensações e recordações nos vêm à cabeça. A lembrança de um show, a vitrola antiga dos nossos avós ou aqueles momentos especiais com as pessoas amadas. A música faz parte do cotidiano. 

Devido ao isolamento social, diversos festivais e eventos relacionados à música tiveram de ser cancelados. A proibição de grandes aglomerações prejudicou diversos músicos que dependem apenas de sua arte para sobreviver.

“A quarentena está nos ensinando a lidar com a escassez. Todas as apresentações foram canceladas e estamos sendo obrigados a nos reinventar o tempo todo”, diz o músico Lucas Degasperi, 37 anos, morador de Santos.

O músico começou a se apresentar profissionalmente em 2016, mas sua paixão pela música vem desde a infância. Para continuar fazendo suas apresentações, Degasperi aposta em outras alternativas: “Estou realizando lives, produzindo vídeos para minhas redes sociais e fazendo shows em condomínios, com os devidos cuidados. Utilizo ‘vaquinhas’ em sites colaborativos e disponibilizo meus dados bancários para as pessoas contribuírem, o que chamamos de ‘chapéu virtual’”, completa.

As lives se tornaram uma “rota de fuga” da quarentena, onde a população pode estar em contato com seus artistas favoritos, renovando suas energias através da música.

O musicista Caio Forster, de 31 anos, morador do Guarujá, acredita que a música é um sinônimo de alegria e comemoração, mas devido à pandemia, não se sente confortável em se apresentar: “Não tenho uma relação próxima com a tecnologia, mas assim como todos os músicos preciso me reinventar. Pretendo começar a realizar lives, porém, a música é um motivo para festejar e celebrar algo, e devido às mortes da pandemia está sendo um pouco complicado”, confessa.

Com mais de 14 anos de profissão, ele se considera um músico híbrido, pois costuma tocar em bares, casas de show, teatros e pelas ruas com seu projeto Orquestra na Rua. Caio também faz parte da Orquestra Sinfônica do Guarujá.

Para ambos os músicos, o fim do isolamento irá trazer diversas consequências, devido ao receio da população em estar presente em aglomerações. Além disso, apostam em novas medidas de segurança dentro dos bares, teatros e casas de shows, possibilitando futuros eventos em ambientes internos, mas de forma reduzida.