Preconceito é o mal do século que leva à depressão

Por Luanna Gomes/ AES

A doença mais temida da nova geração e a terceira mais pesquisada, no ano passado, segundo a Veja Saúde, foi a depressão. Ela é considerada também, como a doença do futuro. Já o preconceito é o mal da sociedade que esta geração mais tem tentado combater. Ambos conflitam entre si, pois o preconceito pode ser a causa da doença.  

O público LGBTQI+, por exemplo, pensa em suicídio três vezes mais do que heterossexuais cisgêneros, de acordo com pesquisas citadas pela revista Carta Capital, e isso é um reflexo claro do preconceito enfrentado desde cedo por este grupo. Obrigados a esconderem suas vontades, sua verdadeira essência, a lidarem com o medo, com piadas constrangedoras, muitas vezes ficam introspectivos, sozinhos, sufocados com tantos sentimentos e pensamentos, e o suicídio tem sido um deles. 

Com a chegada da quarentena obrigatória no mundo todo, tivemos de nos afastar dos nossos amigos, da família, e ficar muito mais tempo sozinhos. Foi nesse momento que a depressão ganhou espaço, e foi ficando mais forte, podendo deixar sequelas preocupantes para toda uma população emocionalmente afetada. Quem tinha os amigos como sua única forma de se expressar verdadeiramente, como no caso de algum homossexual, agora foi obrigado a conviver com a solidão dentro de casa. E esse é o momento de prestarmos atenção em todos à nossa volta para que possamos ser o ombro amigo que alguém precisa. 

Setembro Amarelo é uma campanha importante, que deveria acontecer o ano inteiro, por ser uma doença mais recorrente nos hospitais públicos do que se imagina. Em entrevista para a Agência Experimental Esamc Santos, uma profissional da saúde que preferiu não se identificar, diz que atende diariamente pessoas que atentam contra a própria vida, e muitas vezes o motivo pelo qual a pessoa se mutila, é incompreendido e visto como inaceitável por muitos outros pacientes que se encontram lá e até mesmo por alguns colegas de trabalho. Segundo ela, a depressão ainda é interpretada como “frescura” por muitas pessoas, que não compreendem como um psicológico destruído pode levar à morte.  

Enquanto a sociedade não entender como o preconceito leva à depressão e ao desejo de morrer mais rápido, e como a empatia talvez seja a chave de melhorarmos esse futuro, ainda enfrentaremos muitas lutas para que o amarelo seja a cor da transformação, da evolução e do amor ao próximo. Seja esse próximo, seu amigo ou não.