Pandemia impacta na saúde mental

Por Thayna Andrade/ AES

Muitas pessoas têm se esforçado para viver de uma forma contrária à qual estavam acostumadas. São os novos hábitos, as novas regras e muitos cuidados que temos de tomar para evitar o contágio pelo novo Coronavírus. O medo e a insegurança tomaram grande parte dos nossos pensamentos. Pessoas comuns e saudáveis não passaram ilesas pelo impacto da pandemia de Covid-19, doença causada pelo vírus.

Toda mudança é estressante, pelo menos até nos adaptarmos à nova condição. Durante a pandemia, várias mudanças ocorreram ao mesmo tempo num curto período: no estilo de vida, na rotina, no trabalho, tudo isso somado ao isolamento e às proibições decorrentes dos protocolos de segurança para evitar a contaminação. Sem falar das perdas, desde nossa liberdade individual até a vontade de abraçar uma pessoa da família, o que impacta na nossa saúde mental.

Em entrevista para o site Leia Já, a psicóloga Alessandra Dinelli explica que a mudança repentina na rotina social e pessoal pode provocar sentimentos como medo, ansiedade e fobia. Ela esclarece que o fenômeno do isolamento social ocorre por diversas situações, podendo ser voluntário ou involuntário: “Trazendo um pouco mais para o contexto que estamos vivendo, por ser uma situação atípica, esse isolamento faz com que a gente fique mais ansioso, ocioso também, e perca um pouco da noção de pertencimento, principalmente porque se vê em um cenário onde toda a sua rotina é mudada de forma repentina e não pode fazer nada’’, diz a psicóloga.

A programadora Clara Carolina, de 28 anos, teve de enfrentar problemas decorrentes da depressão e crises de ansiedade durante esse período. “Todo o momento da quarentena e isolamento social foi bem difícil. Eu gosto muito de ver pessoas, sair para conversar, não poder fazer essas coisas foi bem difícil para mim, algumas vezes me peguei muito desanimada, só tinha vontade de dormir”. 

Encontrar maneiras de se adaptar à nova rotina e não entrar em pânico é essencial para tornar o período de quarentena menos penoso. “Uma coisa importante foi não parar o tratamento psiquiátrico e nem o psicológico. Eu continuei fazendo terapia, só que online. Trabalhar também foi muito importante, porque senão tivesse nada para ocupar a cabeça seria bem pior”, reconhece Clara.

Plataformas como a Vittude facilitam a busca do internauta por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para receber pacientes que precisem de acompanhamento. A CVV (Como Vai Você) atua de forma 100% gratuita como apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188. Entre os sintomas da depressão estão: sofrimento intenso, dificuldades de sociabilizar, de se inserir na vida familiar ou no trabalho.