Por Amanda Oliveira e Heloysa Nascimento
Setembro é o mês em que é realizada a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, sendo o dia 10 desse mês o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Essa campanha, conhecida como “Setembro Amarelo”, foi criada no Brasil, em 2015, e é de extrema importância, uma vez que o suicídio é um problema grave de saúde pública que, muitas vezes, pode ser evitado. Apesar de o assunto ser delicado, é importante a sociedade abordá-lo e encontrar maneiras de preveni-lo.
Muitas pessoas pensam que esse ato extremo contra a própria vida é uma realidade distante delas e que afeta pouca gente. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram o contrário: cerca de 800 mil pessoas entre 15 e 29 anos tiram sua própria vida todos os anos em algum lugar do mundo, isso significa, mais ou menos, um suicídio a cada 40 segundos no planeta. No Brasil, são em média 38 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
As causas do suicídio são variadas, especialistas identificam transtornos mentais na maior partes das pessoas que se suicidam ou que tentam fazê-lo. Dentre os principais transtornos observados, destacam-se a depressão na forma simples, a depressão na forma bipolar, a dependência química e a esquizofrenia.
Para contribuirmos na prevenção do suicídio, devemos ser capazes de perceber os sinais de alerta que uma pessoa emite. Se você perceber que uma pessoa, por exemplo, está desinteressada, não tem mais a mesma produtividade na escola ou no trabalho, está isolando-se de amigos e parentes, descuidando-se da aparência, não se importa mais com suas atividades diárias ou diz muitas frases relacionadas à morte, isso pode ser sinais de que está precisando de ajuda.
Segue o relato de um estudante de Direito, de 22 anos, morador da cidade do Guarujá, que não quis se identificar: “Fui diagnosticado com síndrome do pânico e depressão aos 17 anos de idade, porém já demonstrava traços desde os 12 anos mais ou menos. Devido à síndrome do pânico, que no meu caso fazia eu ter crises muito fortes, eu tive duas paradas cardiorrespiratórias e fiquei internado por dois dias, meu corpo adormeceu e não sentia dor alguma nas pernas.
Nos exames, não constatava nenhum problema físico ou algo do tipo, foi quando o médico supôs a minha mãe sobre a síndrome do pânico e perguntou se eu tinha algum gatilho emocional para desenvolver essa doença, gatilho esse que foi a morte do meu pai quando eu tinha 15 anos e as más lembranças sobre ele. Houve também duas tentativas de suicídio devido à depressão.”
Ele também falou sobre suas relações e sobre o medo que carrega devido a essa doença: “Quanto à minha família, minha mãe e irmão são os que sabem mais sobre o assunto, juntamente de um primo e uma prima e todos eles lidam de forma positiva, me ajudam e dão apoio, mas o medo de decepcioná-los é constante. O mesmo ocorre com meus amigos mais próximos, eles sabem das doenças, sabem do que já ocorreu e me apoiam, permanecem ao lado. Mas é como se eu fosse uma bomba relógio que a qualquer momento possa explodir e ferir quem estiver por perto, isso interfere nas minhas relações, às vezes me afasto, não me permito conhecer alguém e fico um pouco mais frio, enfim, há dias e dias.”
Depressão, síndrome do pânico, ansiedade, entre outras doenças, são problemas sérios e devem ser tratados como tal, buscando ajuda psicológica e psiquiátrica o quanto antes e assim que possível.