Por Mayara Machado/AES
Entre os impactos causados pelo distanciamento físico durante a pandemia está o uso exagerado das redes sociais digitais. Como consequência dessa alienação, houve um aumento de casos de depressão e sintomas de ansiedade.
Instagram é a rede social mais prejudicial à saúde mental dos jovens, conclui pesquisa realizada pela Royal Society for Public Health, no Reino Unido (2017), em parceria com o Movimento de Saúde Jovem. O estudo evidencia que o constante compartilhamento de fotos prejudica o sono, a autoestima e ainda aumenta o medo dos jovens de ficarem por fora das novidades e acontecimentos, e essa frustração está ocorrendo principalmente pelo decreto de isolamento social, em que as pessoas passam mais tempo em casa, em seus smartphones, de forma a intensificar o vício nas redes sociais.
Segundo a psicóloga Roberta Bechelli, especializada em terapia de casal e família e violência doméstica contra criança e adolescente, o excesso de permanência nas redes sociais aumenta o grau de vulnerabilidade. “Uma pessoa que passa a maior parte do dia conectada, acompanhando publicações dos influenciadores digitais, deixando de viver a própria vida, pode vir a apresentar prejuízos como alteração nos comportamentos básicos de alimentação, sono etc. Tais atitudes poderão ser um gatilho de sintomas relativos à ansiedade e depressão”, explica a psicóloga.
Transtornos psicológicos como depressão, ansiedade e Síndrome do Pânico continuam sendo as doenças do século. Por mais que hoje em dia a sociedade esteja mais aberta a tratar e entender essas doenças, ainda existe incompreensão e preconceito muito grandes, e com todos os acontecimentos negativos pelos quais o mundo está passando, o número de casos é crescente e a tendência é só aumentar.
Além de ser difícil para quem possui a doença, também o é para quem convive com a pessoa deprimida: “Às vezes, é bem difícil conviver com uma pessoa com depressão, sinto que por mais que eu dê o meu melhor, não posso fazer muito por ela, gerando uma sensação de ingratidão pela pessoa, e de frustração por mim”, conta uma mãe, que preferiu não se identificar.