Por Rafael Amorim (texto) Sheyla Martins (fotografia), da AES
A volta às aulas nas escolas sempre foi um assunto comentado durante essa dura fase pela qual estamos passando na pandeia. Desde quando decretado o isolamento social no Brasil, no final de março de 2020, assuntos relacionados ao comércio e educação sempre geraram grandes dúvidas sobre quais caminhos tomar.
As escolas particulares necessitavam, desde o começo da pandemia, da volta as aulas, porém, os pais, em maioria, não concordaram com a retomada. De acordo com uma pesquisa feita IBOPE/TV GLOBO/ESTADÃO, oito em cada dez paulistanos são contra o retorno das aulas presenciais em 2020.
O período de fechamento dos colégios trouxe um grande déficit de rendimento aos alunos, a dificuldade de acesso, principalmente para aqueles que não tem boas condições, afetou diretamente no rendimento e no interesse dos alunos em relação às aulas, e isso pressiona os responsáveis a tomarem uma atitude ou darem algum respaldo aos pais dos alunos que estão se prejudicando com isso.
Em outubro, estava autorizada, em Santos, a volta às aulas, mas seguindo diversos protocolos que a Supervisão de Ensino iria vistoriar. Porém, com o aumento e o início da segunda onda no país, tornou mais complicado ainda essa volta das aulas.
Uma agente de endemias que trabalha na vigilância epidemiológica, que não quis se identificar, diz: “Nosso país ainda não saiu da primeira onda de Covid, temos que ser sinceros e sabermos que em maioria não respeitamos e seguimos de forma correta os devidos protocolos de saúde que foram impostos”.
A irresponsabilidade de uma grande parte da população proporcionou o aumento da doença, mesmo entre aquelas que sempre seguem os protocolos e obrigações. Um motorista de uma empresa particular presente no setor de saúde do seu município (que também não quis se identificar) acha que, “a gente sabe que desde o começo sempre estivemos errados, e que nada mudou tanto, apenas foi se regularizando com o tempo, mas muitas baladas e festa já ocorriam clandestinamente, principalmente entre jovens.”
Vendo o ponto de vista dos dois entrevistados, que apesar de trabalharem em áreas diferentes, têm a mesma opinião, podemos concluir que a pandemia e a quarentena existem apenas para alguns, já que desde o começo, o surto de Covid-19 nunca foi notado por 100% das pessoas. Muitos protocolos sempre foram quebrados nesse tempo, principalmente o distanciamento social que foi seguido por pouca parte da população.