por Victoria Siqueira
A imagem acima, do artista canadense Meeshu, me faz pensar o quanto estamos cada vez mais deixando a vida real para viver o mundo virtual.
A ilustração retrata um jovem, aparentemente com um celular em mãos, fones nos ouvidos e, de uma forma lúdica, nos dá a impressão de que seu interior é sugado pelo aparelho. Pensando bem, é exatamente o que acontece com muitas pessoas que, mesmo sem perceber, ficam cada vez mais à mercê das redes.
Você já reparou que, atualmente, é comum ver uma criança na faixa dos 5 anos, que talvez ainda não saiba ler, com um celular na mão? E os menores que têm brilhos nos olhos ao verem uma telinha?
Apesar da evolução da tecnologia e o aparecimento da internet terem nos proporcionado muitas facilidades no quesito comunicação e conhecimento, o uso excessivo e indevido pode nos trazer grandes consequências. Muitas crianças e adolescentes parecem estar hipnotizados por seus aparelhos móveis, e se desconectam do mundo, perdendo a vontade de estudar, de brincar ao ar livre a até mesmo de conversar cara a cara com amigos e familiares. Segundo estudiosos, muitos jovens já apresentam sintomas de vicio, que acarretam a queda do rendimento escolar, nervosismos sem causas aparentes e insônia.
Além de atingir o físico, o psicológico é também o mais afetado quando não se tem uma base sólida. Meninas se iludem com corpos e estilos de vidas perfeitos, exibidos na timeline, realidade que nem sempre é verdadeira. Não há garantias de que todos aqueles sorrisos, na realidade, sejam gritos de socorro e carência, ou simplesmente uma tentativa de fuga da vida real nada perfeita.
Assim como todo vicio e dependência, o duelo entre a vida virtual e real tem que ser tratado. Existe um mundo lindo aqui do lado de fora, com pessoas reais, sentimentos reais, toques e abraços reais que só o convívio social pode oferecer.