Por Paulo Victor/AES
Em sua campanha para os Jogos Olímpicos de Tóquio, a Globo trouxe a seguinte frase: “Olimpíada de Tóquio, despertando o melhor em nós”. De fato, essa edição despertou o mundo para o respeito à diversidade, especialmente para com pessoas LGBTQIA+. Nas olimpíadas de 2021, os heróis não usavam capas, mas tinham bandeiras e discursos com intuito de desconstruir tabus impostos pela sociedade em um ambiente em que apenas um gênero, uma orientação sexual e uma identidade eram significantes.
O sucesso nas redes sociais do ponteiro da seleção brasileira masculina de vôlei Douglas Souza foi marcante. Assumidamente homossexual, ele esbanjou simpatia e viralizou na internet em momentos descontraídos e de bastidores, às vezes ao som de Pabllo Vittar e com desfiles irreverentes. Douglas alcançou 3 milhões de seguidores no seu Instagram.
Os jogos contaram com vários marcos para a comunidade, como a primeira participação de uma atleta transgênero, com a neozelandesa Laurel Hubbard, e a medalha de ouro em natação da baiana radicada em Santos Ana Marcela Cunha, conquistando sua primeira medalha olímpica e tendo o sucesso celebrado nas redes sociais por sua companheira Kaká Fontoura.
O legado para o esporte Para compreender a pluralidade de gênero, identidade e orientação sexual no legado deixado pela competição, a professora de educação física e mestranda em Cultura e Identidades Rayssa Vasconcelos opina que “toda representatividade constrói subjetividades. Então, pessoa referência, como as atletas os são, se assumindo, militando ou participando, não apenas vencendo, já dá um sentido de pertencimento ao grupo a um espaço que lhe foi negado durante muito tempo”.
O criador de conteúdo digital Paulo Ricardo, de 20 anos, trabalha para os perfis @gaydovale e @bemgayreal, e conta com cerca de 82 mil seguidores voltados para o público LGBTQIA+. Ele acredita que a repercussão dos atletas assumidos foi muita boa e fortaleceu bastante o movimento, dando mais espaço em diversos lugares. Principalmente, no esporte onde sempre foi pouco abordado.
O estudante de Jornalismo e fã de esportes Lucas Rodrigues diz que a diversidade sexual “é um tema que deve ser incluído cada vez mais. Estamos ouvindo falar muito sobre representatividade hoje em dia, e precisamos entender a importância disso. O mundo do esporte costuma ser bastante machista, isso faz quem que atletas escondam sua sexualidade por medo do preconceito”.