por Gabriella Amâncio
Pesquisa mostra que cerca de 54% do público gamer no Brasil é feminino. Conheça esse mundo aos olhos de meninas experientes nos games
Não é novidade que o cenário feminino está crescendo no mundo dos games. Segundo a Pesquisa Games Brasil 2020, 53,7% dos gamers no País são mulheres e elas dominam em maioria desde 2016! Isso aumenta a participação feminina em campeonatos amadores ou profissionais nos e-Sports (esportes eletrônicos).
Existem times e organizações que contratam jogadoras para representá-los nestas competições. Muitas mulheres buscam crescer nesse ramo, mas não é algo fácil. Meninas da mesma equipe com experiência no competitivo de Freefire e jogam casualmente League of Legends (LoL) e Call of Duty: mobile comentam sobre o assunto.
Ellen ‘Kitana’ Toledo, de 16 anos, revela que, para entrar no competitivo do Freefire, precisou passar por um teste que servia para fazer parte em uma guilda (time), onde avaliavam jogabilidade, responsabilidade e outros requisitos. “Nós entrávamos em uma partida com membros internos da guilda e durante a partida era possível avaliarem todos os requisitos necessários”, explica.
A estudante Thaís de Almeida, 17 anos, reforça a fala da colega em relação a fazer parte de uma guilda. “É preciso adquirir uma boa jogabilidade em equipe, saber se comunicar e ter noção de jogo. É necessário também se esforçar e ter paciência para treinar diariamente, buscando sempre a melhoria do time”, comenta.
A rotina de treinos exige tempo e esforço. Thaís conta que as integrantes do seu time treinavam durante a noite, quando a maioria estava disponível, e caso ocorresse algum imprevisto podiam revezar suas participações, já que eram em sete integrantes.
Maria Luiza ‘Jade’ Guintani, de 16 anos, já participou de campeonatos mistos (homens e mulheres) e femininos de Freefire e afirma que não são diferentes desde a preparação quanto as partidas. “Você treina sempre com as mesmas pessoas, então naturalmente se acostuma independente do gênero”, comenta.
“As partidas em campeonatos mistos são mais fáceis do que em femininos, pois as mulheres são mais cautelosas então deixam para decidir a partida no final, o que atrapalha alguém que não tem um computador ou celular com bom desempenho e acaba interrompendo sua produtividade na partida”, explica a estudante Claiane Bianca ‘Musa’ Rafahim, de 15 anos, sobre a diferença entre homens e mulheres em campeonatos.
O maior desafio de fazer parte do cenário feminino é conciliar tempo entre os treinos, estudos, família, trabalho, entre outros compromissos. Ivana ‘Hunny’ Gomes, de 19 anos, relata que era bem difícil conciliar os treinos com seus estudos, o que fez com que sua família relutasse sobre seu esforço às competições.