Influenciadoras com deficiência defendem inclusão

por Evelin Moreira, Jéssica Vieira e Larissa Rodrigues

 

Lorena Eltz tem doença de Crohn e Talita Costa é surda, elas querem trazer mais representatividade 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 45 milhões de pessoas possuem alguma deficiência, o que representa quase 25% da população de todo o país.

Dessa forma, cada vez mais temos jovens PCD ganhando voz nas redes sociais como influenciadores, onde mostram a realidade de forma leve e espontânea. Eles também conscientizam sobre a inclusão e encorajam outras pessoas a se aceitarem e conviverem bem com a deficiência, independentemente de qual for.

É o caso da Lorena Eltz, de 21 anos, moradora do Rio Grande do Sul. Ela possui doença de Crohn e seu perfil no Instagram acumula mais de 590 mil seguidores, onde tem a hashtag #FelizComCrohn. 

Apesar de ter criado o seu canal no Youtube em 2015, só teve coragem de falar abertamente sobre a sua doença quatro anos depois. Hoje, a sua motivação é saber que outras pessoas se sentem representadas com seu conteúdo. 

“Com o tempo, percebi que precisava falar da bolsinha de colostomia, mas tinha medo. Foi uma época em que estava cansada de ter que esconder meu corpo, de não ser verdadeira com minhas amigas e comigo mesma, pois praticamente ninguém sabia que eu era ostomizada. Eu sentia falta de ver na internet alguém que fosse como eu”, relatou.

Já Talita Costa, 23, reside em Santos e é surda. Atualmente, tem cerca de 3 mil seguidores no Instagram e sonha em crescer nas redes. Ela grava vídeos em libras, onde ensina diálogos e comenta sobre sua vida. 

Também partilha da motivação de saber que outras pessoas se sentem representadas e capazes através das suas publicações. Cada vez mais, tenta mostrar os desafios ainda encontrados e o quanto é importante serem vistos pela sociedade.

”A legenda é indispensável, pois não conseguimos saber o que está sendo dito no vídeo, porque não escutamos e nossa língua é a libras. Se não tem intérprete de libras, deve ter pelo menos a legenda. E a legenda não pode ser resumida, tem que estar tudo que foi oralizado”, explica a influenciadora.  

Mercado de trabalho

A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho tem avançado gradativamente, segundo dados do IBGE, somente 28,3% de pessoas que possuem alguma deficiência e que já atingiram a maioridade, se encontram empregadas no momento. A prova dessa evolução acontece através de pequenas empresas que investem nesses jovens e na inclusão, que é o caso da agência Mynd, especializada em Marketing de Influência, que tem aumentado o casting de influenciadores PCD recentemente, segundo a fundadora Fátima Pissarra para o Portal R7.