O centenário da Semana de Arte Moderna

Por Lucas Rodrigues/AES

 
No ano de 2022 será comemorado o centenário da Semana de Arte Moderna, que foi um marco para a cultura brasileira e desencadeou um novo cenário artístico no país. 
Realizada no saguão do Theatro Municipal de São Paulo, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, em celebração aos cem anos da independência do Brasil, o evento reuniu os principais artistas brasileiros da época. Entre seus idealizadores estavam o escritor Mário de Andrade, Oswald de Andrade e o artista plástico Di Cavalcante. 
Com apresentações de pinturas, músicas, esculturas, poemas e palestras, o evento proporcionou uma união de elementos brasileiros às influências do exterior, culminando na ascensão do movimento Modernista no Brasil.
 
Mario de Andrade, além de ser um dos seus idealizadores, teve enorme participação nesse movimento que visava criar uma arte nova, que tivesse uma identidade brasileira. A obra  “Pauliceia Desvairada” foi um dos primeiros livros de sua autoria no estilo modernista literário, que traz como características a linguagem simples, humorada e que fala do cotidiano.
Outros artistas e intelectuais contribuíram para que a semana de arte moderna fosse destaque e mudasse o conceito de arte no Brasil entre eles  Graça Aranha,  Victor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Ronald de Carvalho, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tácito de Almeida, Zina Aita. A pintora Tarsila do Amaral, apesar de ter se tornado um dos principais nomes do Modernismo no Brasil, não participou do evento – ela se encontrava em Paris, mas influenciou o movimento um pouco mais tarde, por meio de sua pintura que unia características da vanguarda estética a temas e cores brasileiros.
A Semana de Arte Moderna foi um divisor de águas na arte brasileira, e desaguou em outros movimentos artísticos, como movimento Pau-Brasil (1924) que exaltava a poesia brasileira criado por Oswald de Andrade e o movimento verde e amarelo (1924) que seria uma defesa ao patriotismo em excesso.
O novo conceito de arte com uma linguagem vulgar, fora dos padrões moralista da época, foi visto com estranheza para o público, reação que os artistas queriam causar.
 
As comemorações para o centenário da Semana já iniciaram. Desde junho de 2021, o governo de São Paulo lançou o projeto “Modernismo Hoje”,  que terá a duração de 18 meses, se encerando em dezembro de 2022. A organização vai ter o apoio da Secretaria de Cultura, Economia Criativa e de turismo. O intuito é mostrar o legado do evento de 1922 para a cultura brasileira.