Por Aline Cacimiro
Desde março de 2020, entre fechamentos e reaberturas, os bares e restaurantes de Santos são impactados com os decretos da prefeitura para conter os avanços da Covid-19.
Em 13 de julho de 2020, o governo de São Paulo decretou a reabertura de bares e restaurantes pela primeira vez após o início da pandemia com o limite de horário de atendimento até as 17h com ocupação máxima de 40% da capacidade do estabelecimento.
O segundo decreto (nº 65.11 no Diário Oficial) do governo paulista saiu em 6 de agosto de 2020. Na época, o estado estava na fase amarela do Plano São Paulo e a medida era válida apenas por 14 dias, que poderia ou não ser prorrogada. Inclusive, durante a coletiva de imprensa, de acordo com o G1 Santos, o governador João Doria afirmou que a mudança acontece após análise rigorosa do Centro de Contingência da Covid-19, que não constatou impactos negativos nos indicadores epidemiológicos com a retomada gradual do consumo em restaurantes localizados em regiões que estão na fase amarela.
59% dos estabelecimentos paulistas não reabriram após autorização da prefeitura, de acordo com dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel-SP).
Pelo decreto determinado pelo governo de São Paulo em 09 de julho, a Prefeitura de Santos decidiu seguir as regras da fase de transição e liberar a abertura de bares e restaurantes até às 23 horas. E também, passou a valer o aumento da capacidade de ocupação, que era de 40%, para 60%.
Impactado com essas mudanças, o cantor André Silva, que costuma se apresentar em bares santistas, afirma que “no começo da reabertura, encontrávamos mais dificuldades. Os contratantes tinham receio de convidar os músicos por conta do uso de máscaras e o limite de pessoas no local. Mas, depois das doses da vacina, as pessoas estão mais confiantes em frequentar os bares e restaurantes.”
André também conta que não sofreu impactos financeiros porque não vive apenas do meio artístico. Atuando no ramo de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas, ele continuou trabalhando, mas no sistema Home Office.
Diversos bares santistas também foram impactados com as mudanças na reabertura e flexibilização.
O proprietário do Pub santista Mucha Breja, Renato Melo, afirma que a maior dificuldade na reabertura foi “a questão de fiscalização, que foi muito dura e exagerada. Sequer tomamos uma advertência e, mesmo assim, continuaram em cima.”
Desde 2015 na área, o Pub começou como uma loja de cerveja artesanal, algo inovador na baixada santista. O estabelecimento foi crescendo, e hoje o cliente tem acesso a comidas, música ao vivo e drinks, sem perder a essência de cerveja artesanal.
Como o carro chefe no pub é a cerveja artesanal, Renato diz que o delivery não era tão favorável e perdiam diversas vendas para as cervejas de supermercado. Mas os clientes aceitaram a volta de forma agradável, inclusive, sobre as mudanças, ele afirma que os clientes não sentiram diferença, porém a mudança quase semanal de protocolos confundia bastante. A questão do horário principalmente.
Em 20 de agosto na Portaria no 37, a Prefeitura de Santos encerrou as restrições de horário em diversos estabelecimentos, inclusive em bares e restaurantes. Entretanto, aglomerações ainda não são permitidas, o que obriga o distanciamento mínimo de um metro entre os clientes e uso de máscara facial em todos os ambientes.