Vania registrou grandes acontecimentos com sua câmera, desde a passagem do autor espanhol Fernando Arrabal pelo Brasil, na época da montagem de “Cemitério de Automóveis” (1968), até o musical “Tom e Vinicius” (2008), passando por importantes encenações, como “O Balcão” (1969), “Macunaíma” (1978), “Hair” (1968) e etc. Vânia sempre se destacou como retratista, principalmente em seus dois livros: “Homens”, lançado em 1980, uma ousada e bem-humorada coleção de nus masculinos, e “Personagens Femininos” lançado em 1992, sendo uma interpretação fotográfica das fantasias de 54 conhecidas atrizes.
Nesse trabalho ela pediu as atrizes que vivessem por um dia uma personagem que nunca haviam representado. Produziu a série em dois momentos: em 1984 e 1991. No livro aparecem mulheres, como Fernanda Montenegro, Marília Pêra, Marieta Severo, Regina Casé, Giulia Gam, Vera Fischer, Glória Pires, Nicete Bruno, Zezé Motta, Beatriz Segall, Regina Duarte e Beth Goulart. Esta obra lhe deu o Prêmio Excelência Gráfica, concedido pela Associação Brasileira de Técnicos Gráficos – ABTG, e a exposição correspondente realizada na Galeria de Arte São Paulo recebeu o prêmio de melhor exposição do ano de 1993 da Associação Paulista de Críticos de Arte- APCA.
“Meu vício é gente. Gente atuante, libertária, gente que produz e faz arte, que gosta de viver como eu. Por isso ou por aquilo, sempre fotografei pessoas assim, com esse perfil”, declarou Vania Toledo e também disse. “Eu sinto uma eterna curiosidade pelo ser humano. E levo essa curiosidade, com delicadeza, comigo quando vou fotografar”. Para Emilio Kalil, diretor-superintendente da Fundação Iberê e amigo de longa data, “Vania é uma das grandes memórias da cena cultural e dos mais badalados eventos sociais do eixo Rio/São Paulo. Ela não era apenas fotógrafa, ela era amiga de todos”.
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