| Perfil Biográfico Fotógrafo | Cadu Menezes
| Por Carolina Bassi | 5FN1 FTI 2024-2
| 5.944 caracteres
Cadu Menezes é um fotógrafo brasileiro que teve a sorte de viajar muito, desde criança. Foi publicitário, mergulhador, e hoje em dia fotógrafo. Cadu teve a oportunidade de explorar o mundo, cultivando um fascínio pelas paisagens naturais e, em especial, pela vida subaquática. O início de sua carreira na fotografia foi impulsionado pelo desejo de registrar momentos e cenários que encontrava em suas viagens, uma paixão que se desenvolveu ao ponto de transformar-se em sua profissão. Deficiente físico, ele relata que seu amor pelo mar surgiu também como forma de se sentir mais à vontade na água do que em terra, permitindo-lhe captar imagens com uma perspectiva única e pessoal.
Sua formação em fotografia é vasta. Ele estudou a disciplina como parte do curso de Comunicação Social na FIAM, em São Paulo. Na área da fotografia subaquática, completou treinamentos específicos no Nassau Scuba Center, nas Bahamas, e obteve certificação em Shark Awareness Diver pela PADI. Ele também se aprimorou através do Programa Interdisciplinar de Fotografia com Eder Chiodetto, conhecido por sua abordagem artística. Essa formação diversificada permitiu-lhe desenvolver uma versatilidade única, adaptando-se tanto a paisagens terrestres quanto a cenários subaquáticos.
Além de uma extensa formação, Cadu recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira. Em 2013, lançou o livro Little Pics of Paradises (LPoP), uma coletânea de imagens que captura a beleza de lugares paradisíacos ao redor do mundo. Suas obras foram publicadas em renomadas compilações internacionais, como o International Contemporary Artists Book, de Nova York, e o Prêmio URBS de Fotografia Digital, no Brasil. Ele também foi finalista em importantes concursos, como o Desafio Mobgraphia, em que ficou entre os cinco melhores participantes em duas ocasiões, e o Prêmio Bertioga em Fotos, promovido pela Casa de Cultura de Bertioga.
Ao longo de sua trajetória, Cadu trabalhou para clientes de destaque, incluindo a Editora Abril e suas revistas Casa Claudia e Arquitetura & Construção, além das publicações Trip e Overall (Skate), onde pôde desenvolver sua abordagem artística em fotografias de paisagens e esportes. Ele também atuou como guia de turismo subaquático, uma experiência que o levou a alguns dos cenários mais
espetaculares do mundo, como Cozumel, a Grande Barreira de Corais, na Austrália, e Fernando de Noronha, entre outros destinos de renome. Suas colaborações incluem ainda trabalhos para o setor de hospitalidade, com projetos para a plataforma Airbnb, além de imóveis particulares, pousadas e resorts. A seguir, Cadu compartilha insights e histórias sobre sua trajetória e visão na fotografia.
Carolina Bassi: Qual foi o seu primeiro contato com a fotografia, e o que despertou seu interesse por essa área?
Cadu Menezes: Meu primeiro contato com a fotografia foi em 1981, quando pedi emprestado a câmera Olympus Pen do meu pai para fotografar um show do Queen. Foi uma experiência marcante que despertou em mim a vontade de capturar momentos e criar recordações visuais.
Você teve alguma formação acadêmica em fotografia ou é autodidata? Como foi esse processo de aprendizado?
Tive a disciplina fotografia na faculdade de Comunicação Social (FIAM), além de curso semestral de fotografia e revelação em PxB na FAAP, Fotografia Subaquática na Nassau Scuba Center, em Nassau, Bahamas, além de diversos cursos online e presenciais.
Quais foram as primeiras experiências profissionais que você teve como fotógrafo?
Minha primeira experiência foi puramente por prazer, fotografando o show do Queen. Profissionalmente, comecei a trabalhar nas revistas Trip e Overall (Skate). Também desenvolvi um trabalho artístico em paisagens, algo que aconteceu naturalmente devido ao meu hábito de viajar muito desde cedo.
Algum mentor ou pessoa em especial influenciou seu estilo e abordagem na fotografia?
Sim, tive várias influências ao longo da minha carreira, incluindo fotógrafos renomados como Klaus Mitteldorf, Claudio Edinger, Claudia Andujar, Alcides Falanghe, Denise Grecco, Allan Schaller, Paulo Vitale, Robert Capa e Jim Marshall. Cada um deles contribuiu de alguma forma para moldar meu olhar fotográfico.
Como você descreve a evolução do seu estilo ao longo dos anos?
Paisagens são meu assunto preferido, tanto fora como embaixo d’água. Esportes de ação também. Minha evolução foi natural, sempre ligada aos trabalhos que apareciam durante minha carreira. Não tenho um “estilo” muito definido.
Quais são os maiores desafios que você enfrentou na sua trajetória profissional?
O desafio físico, pois fotografar é usar o corpo em diversas posições (ângulos) e a respiração. Sou deficiente físico de nascença, e isso é um fator importante no meu trabalho.
Qual tipo de projeto fotográfico mais te atrai atualmente, e por quê?
É mais fácil falar sobre o que não me atrai: casamentos, festas e eventos sociais. Os projetos que mais me interessam são aqueles relacionados a viagens, esportes de ação, natureza e fotografia subaquática.
Como você se mantém atualizado com as tendências e inovações na fotografia?
Eu me atualizo principalmente por meio de publicações online e seguindo o trabalho de outros fotógrafos. Basicamente tudo na internet e ainda revistas especializadas.
Quais são os planos futuros ou objetivos que você tem para a sua carreira?
Meu objetivo é fotografar cada vez mais paisagens em viagens acima e abaixo d’água , e eventualmente, publicar um novo livro. Esse é o caminho que quero seguir daqui em diante.