Perfil Fotógrafos | Renata Dalosto Bicca

| Perfil Biográfico Fotógrafo | Renata Dalosto Bicca
| Por Gabriel Barbosa | 5FN1 FTI 2024-2
| 7512 caracteres  

Renata Dalosto é uma militar do Exército Brasileiro e fotógrafa do Estúdio Butiá Fotografia, em São Paulo/SP. Ela tem um carinho enorme por fotografias familiares e infantis. A sua paixão pela fotografia vem desde pequena  e teve a oportunidade de ingressar na área quando começou a trabalhar na Seção de Comunicação Social do Forte dos Andradas, no Guarujá.

Gabriel Barbosa: Quando começou o seu interesse por fotografia?
Renata Dalosto Bicca: A fotografia sempre fez parte da minha vida. O meu avô, pai da minha mãe, era fotógrafo e militar, mas eu não o conheci. Eu só via as fotos que a minha avó me mostrava que ele tinha tirado. E ela falava que ele adorava fotografar, que ele era muito talentoso, que ele tinha um olhar muito especiale aquilo me chamava a atenção, aquela admiração que a minha avó tinha por ele, e eu pegávamos aqueles registros e pensava “Olha, ele não está mais aqui, mas ele está vivo, ele se faz presente através desse legado que ele deixou” daqueles registros que eu acho tão lindos.

Depois com 16 anos eu me casei com o pai do meu filho e fiquei casada 20 anos com ele, e a família do pai do meu filho, todos são fotógrafos. Menos o meu ex-marido. Então, o fato de todos serem fotógrafos, eu acabei vivendo no meio da fotografiade verdade, assim, intensamente, né? Então, o meu ex-sogro, os meus cunhados, todos eram fotógrafos com laboratório, com estúdio de fotografia, e eu vivi aquela magia de estar ali, vendo eles registrando casamento, aniversário, batizado, formatura, etc.

São momentos que são muito especiais na nossa vida, que iniciam ciclos, encerram outros e a fotografia está ali registrando, captando tudo aquilo. E isso me chamava muito a atenção, ouvir as histórias que eles contavam. Dos eventos que eles faziam, aniversário, casamento, das pessoas que eles conheciam no estúdio, no dia a dia, e que elas contavam as histórias. Então você faz parte, a fotografia te permite fazer parte da vida das pessoas, de uma fase boa, de um recomeço, de momentos especiais. Então a gente está ali, junto, registrando tudo aquilo, ouvindo essas histórias que nos fazem ver a vida de uma maneira muito diferente.

Então a fotografia sempre esteve na minha vida. Mesmo gostando e tendo a fotografia na minha vida toda, eu só comecei mesmo a fotografar quando eu mudei de função no quartel que acabei indo trabalhar na Comunicação Social, como não tinha fotógrafo, eu me voluntariei e fui. O Coronel Ernesto (Responsável pela Comunicação Social, na época) via que eu gostava e que eu precisava deixar isso aflorar. Então foi assim, em 2022, que eu comecei a fotografar. Eu comecei há pouco tempo mas o meu interesse pela fotografia é de uma vida toda. Sempre gostei de registrar momentos especiais.

Fotografava a minha prima com quatorze anos, eu estava sempre fazendo ensaios dela porque a minha prima tinha um problema de autoestima na época então eu estava sempre arrumando ela, arrumava cabelo, maquiagem, roupa e fazia vários ensaios dela. Me divertia horrores.

O que influenciou você na fotografia? Inspirações, pessoas, mercado?
(R) Eu acredito que a pessoa que mais me inspirou foi o meu finado ex-sogro, que pra mim foi o cara mais apaixonado pela fotografia que eu já conheci na minha vida. Ele ia pra foto todos os dias de segunda a segunda. E às vezes eu brincava com ele “Por que o senhor vai pra foto todos os dias? Domingo não é dia. Ele dizia: “Todo dia é dia. Eu vou pra minha Foto porque eu amo estar na minha Foto, eu por mim podia morar lá.” Ele abria a foto todos os dias sete horas da manhã religiosamente. Ele fazia o chimarrão dele e ficava ali na porta esperando cada cliente chegar.

Como e/ou onde você começou a sua carreira?
Foi no Guarujá, em 2022. Comecei trabalhando na Seção de Comunicação Social do quartel e não parei desde então.

Possui alguma formação técnica ou acadêmica na área da fotografia?
Eu não fiz faculdade de Fotografia ainda porque no momento eu não conseguiria conciliar dois trabalhos. No estúdio eu faço tudo. Eu limpo, organizo, fotografo, edito, vendo, então é muita coisa.Agora está meio puxado pra mim, mas depois eu pretendo fazer uma faculdade de fotografia. Os cursos que eu fiz todos foram online, eu fiz vários cursos e participei de muitos workshops aqui em São Paulo.

Qual o equipamento de trabalho utiliza?
As duas máquinas que eu utilizo hoje são uma R6 Mark II e uma SL3 da Canon.

Qual a sua área de atuação?
Eu gostaria de trabalhar somente com ensaio feminino e criança. Mas acabo fazendo bastante família. Então, eu já fiz casamento, aniversário, ensaio feminino e masculino, corporativo, infantil, new born.

Já fiz todo acompanhamento de gestante durante a gravidez, depois do newborn, depois fiz o acompanhamento do bebê, o Smashthecakee finalizei com aniversário. Então eu peguei uma família e acompanhei toda a trajetória, do início da gravidez até um aninho de vida do bebê, que foi muito maravilhoso, né? Porque eu fico dois anos com a família. Então eu já fiz bastante coisa, o meu estúdio tem um ano e nesse um ano eu já fiz muita coisa, muita coisa mesmo.

Quais desafios acredita ter o profissional de fotografia na atualidade?
Eu acho que o maior desafio hoje é acompanhar toda essa tecnologia. Eu acho que a gente não tem que se comparar com uma máquina,ela nunca vai ser melhor do que o ser humano. As pessoas ficam falando que vai acabar a profissão fotógrafa, mas eu não acho que vai acabar porque o meu olhar é único.

O teu olhar quando tu vai fazer um clique, a gente pode parar um do lado do outro e nós vamos fazer a mesma foto com o mesmo equipamento, a máquina toda calibrada, a gente deixa toda idêntica, tudo igual.

Pode ter certeza a minha foto vai ser diferente da sua porque eu tenho um olhar e você tem outro, a máquina é só um instrumento, entende?O que faz a fotografia ter esse encanto todo é a percepção, é o olhar do fotógrafo, é o olhar de quem está atrás. Então eu acho que o desafio é esse, acreditar que o que faz a fotografia acontecer somos nós os fotógrafos.

A Inteligência Artificial está aí para nos ajudar e não pra roubar o nosso lugar. Eu ouço o pessoal comentando e até o pessoal do meu trabalho “Outro dia tu vai ficar sem trabalho, hein? Porque inteligência artificial está aí, não vai precisar mais de fotógrafo. A inteligência artificial pode continuar e que venha pra somar. Eu não vou largar minha câmera, porque eu acredito no meu trabalho, no meu olhar e eu sou insubstituível.

Tem alguma dica para alguém que tem interesse em começar uma carreira?
A dica que eu tenho pra quem está começando na fotografia é estudar, não se comparar com ninguém e buscar inspiração em outros fotógrafos. Porque foi o que eu fiz e é o que me dá tranquilidade, é o que me faz seguir. Mesmo com toda dificuldade, nunca é fácil o começo das coisas na nossa vida. Mas desistir nunca pode ser uma opção. Então quando você se propõe a fazer algo, você tem que acreditar naquilo e fazer o seu melhor. Fazer com amor e com dedicação. Não se comparar porque o seu olhar é único e é seu.

O meu olhar é único e vai ter gente que vai gostar do meu olhar, da maneira como eu apresento o meu trabalho e vai ter gente que não vai gostar. E está tudo bem. Tem lugar pra todo mundo. Então assim, eu acho que a minha dica é essa. É acreditar em você, olhar pro seu trabalho e buscar melhorar cada dia, olhar pro seu trabalho com amor, se dedicar e nunca se comparar.

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