Perfil Fotógrafos | Richard Suit

Richard Suit, 25 anos, começou sua jornada na fotografia em 2017, enquanto trabalhava em telemarketing. Em 2020, decidiu seguir sua paixão, comprou sua primeira câmera e começou a fotografar eventos. Nos anos seguintes, trabalhou com fotógrafos renomados em Santos e deu aulas de fotografia em uma ONG, formando 15 adolescentes. Em novembro de 2022, abriu seu estúdio, SUIT, e se especializou em retratos, casamentos e debutantes, acumulando mais de 150 eventos fotografados. Richard acredita que a fotografia o curou e transformou sua visão do mundo.

O que te inspirou a se tornar um fotógrafo e qual e qual o seu maior influenciador na área?
Bom, desde muito novo eu descobri que sou apaixonado pela arte! Desde pequeno, eu sempre gostei muito de desenhar, filmes e tudo que me envolvesse a ver imagens e criações diferentes. Então, eu considero que sempre fui muito encantado pelas imagens em si! Quando decidi me tornar fotógrafo, pensei: “Cara! Eu preciso aprender algo diferente.” Para mim, a fotografia era algo que estava muito distante, porque eu pensava: “Meu, eu sou um adolescente da periferia e não tinha condição financeira para investir em equipamento fotográfico.” Então, foi um grande desafio!

Mas, graças a Deus, sempre fui muito decidido sobre aquilo que eu queria e fui atrás. Estudei fotografia, aprendi muita coisa no YouTube e fiz um curso básico de fotografia. Isso foi em 2016, e desde então fui aprimorando. Quanto aos influenciadores da área, eu não tive uma referência maior na época, mas hoje minha maior referência é Caroline Castro, uma fotógrafa do Rio Grande do Sul, e me inspiro muito no estilo de fotografia dela.

Qual é o seu estilo de fotografia preferido (retrô, documental, conceitual… e por quê?
Eu digo que sou fotógrafo de pessoas e amo fazer retratos. Gosto de criar fotografias atemporais, sabe, aquelas que trazem o conceito de algo duradouro, que nunca acaba! Então, sou apaixonado por fotografar emoções, por capturar momentos incríveis e esse sentimento, como fotografar um casal e afins! Mas, no geral, sou apaixonado por fotografia retrô, documental, que seria basicamente casamentos, eventos e o estilo atemporal, uma coisa bem eclética!

Como você se prepara para uma sessão de fotos e qual é o seu equipamento essencial?
Hoje, para eu fazer uma sessão de fotos externa, costumo usar apenas a minha câmera. Eu tenho uma Nikon D7100 e a uso com a lente 17-50mm, que me atende muito bem. Dependendo do horário, eu costumo usar também um flash da Yongnuo, mas raramente uso externamente.

Agora, no estúdio, uso bastante tochas, flash, fundo branco, tripés e um LED para me ajudar no foco, porque, como fotografo em um ambiente mais escuro no estúdio, deixo o LED só para me ajudar no foco.

Qual é a sua abordagem para capturar momentos autênticos e emocionantes durante o seu trabalho?
Eu gosto muito de criar essa sensação para um casal, por exemplo, de que eles estão vivendo um momento único, um momento só deles! E que esse momento seja realmente de intimidade, esquecendo que tem uma câmera ali, para que fique algo leve! Normalmente, eu chego, cumprimento os clientes e falo sobre a preparação do ensaio e do quanto eles devem aproveitar o momento do ensaio, já que, durante o processo de preparação para um casamento, o casal sempre fica atarefado demais, sem ter seu momento único!

Como você lida com a pressão de entregar resultados esperados pelos seus clientes?
Hoje, quando o cliente vem até mim, ele já sabe exatamente o que eu entrego! Porque eu me posicionei muito bem nas minhas redes sociais e com o meu público. O meu cliente já chega sabendo o que ele vai receber, ele vem com uma expectativa e, muitas das vezes, eu surpreendo além daquilo que ele esperava. E sempre recebo feedbacks excelentes. Quando o cliente vê o resultado final, ele entende todo o processo que fiz: de preparação para a foto, edição, tratamento e tudo mais para chegar no melhor resultado que ele merece! No geral, não me sinto pressionado, pois confio totalmente no meu trabalho e sei que vou me esforçar para entregar o melhor resultado sempre.

Qual é o seu projeto fotográfico mais memorável e por quê?
Eu nunca fui muito de criar projetos, mas um que eu fiz e que nunca esqueci foi numa época em que teve uma manifestação nos Estados Unidos por conta de um policial que matou um civil negro, gerando o movimento Black Lives Matter. Faz alguns anos, mas fiz um trabalho com uma amiga, mostrando fotografias sobre esse assunto. Nós capturamos imagens que falavam sobre a agressão e a tentativa de silenciar pessoas pretas, de baixa renda e afins. Foi um projeto que gostei muito e que foi relevante para minha carreira e aprendizado pessoal.

Como você vê a evolução da fotografia digital e sua influência na indústria?
A gente vê como isso evoluiu em 1000% em pouquíssimo tempo. Se não me engano, em 2026 iremos completar algo em torno de 200 anos de fotografia, e, por mais que pareça muito tempo, é pouco demais! As coisas evoluíram de uma forma absurda! Então, hoje, para você tirar uma foto, você tem uma estrutura de equipamentos e afins, mas antigamente não era assim. Eu acho isso deslumbrante, porque a tendência é que só evolua mais e mais.

Como você equilibra criatividade e demandas comerciais?
Eu sou uma pessoa que, quando tenho um bloqueio criativo, paro e vou assistir a uma série, um documentário, comer uma pipoca e tentar relaxar para voltar ao foco! Essas são coisas que me inspiram a criar. Eu tento não lotar a minha mente com as demandas que tenho, para que isso não me domine. Pois, se eu deixar que a pressão me controle, no final, não consigo realizar nada! Hahaha!

Qual seria o seu conselho para iniciantes na fotografia?
Meu conselho para iniciantes na fotografia é: não tenham medo de explorar e experimentar. Comecem com o que têm, mesmo que seja um equipamento básico. O importante é entender a luz, a composição e como capturar emoções. Além disso, invistam tempo em estudar e praticar. Assistir vídeos, ler livros e, se possível, fazer cursos pode fazer uma grande diferença. Mas, acima de tudo, pratiquem! Façam ensaios com amigos, fotografem momentos do dia a dia e, quando estiverem prontos, se joguem em projetos que realmente os inspirem.

Qual o seu objetivo a longo prazo como fotógrafo?
Eu pretendo chegar a um nível de fotografia onde as pessoas enxerguem de fato a qualidade e o valor do meu trabalho, alcançar um patamar em que eu atenda menos e ganhe mais. Obviamente, a parte financeira é muito importante, hahaha, pois eu vivo disso; é o meu sustento. Mas espero nunca perder a essência de amar a arte, amar fotografar e me impressionar a cada dia com minha evolução pessoal e profissional. De certo ponto, isso já vem acontecendo, mas a ideia é que cresça cada vez mais.

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