PIONEIRA DA TV REGIONAL NO BRASIL
Santos foi a primeira cidade do Brasil a inaugurar uma emissora regional de televisão, a TV Santos, em 1957. Mas a experiência não decolou comercialmente, fazendo com que logo saísse do ar, em 1960. Após um hiato de décadas na cultura televisiva local, em 1989 surge uma nova emissora, a TV Litoral.
Logo em seguida, surgem a TV Tribuna, a TV Mar e outras, que ajudaram a fomentar o telejornalismo regional, a partir da década de 1990. Neste Shift realizado pelos alunos dos cursos de Rádio e TV e Jornalismo Multimídia da ESAMC Santos, no segundo semestre de 2019, conheça um pouco da história, do presente e das projeções para a cultura televisiva – em especial, do telejornalismo – em Santos.
PODCAST
PRIMEIRA EMISSORA REGIONAL DO PAÍS
O dia 18 de setembro de 1950 ficou marcado pelo nascimento da televisão no Brasil com a inauguração da TV Tupi São Paulo, por iniciativa do empresário Assis Chateaubriand, dono da maior rede de comunicação do País. Por outro lado, foram os santistas que tiveram o privilégio de colocar no ar a primeira emissora de TV regional brasileira em 1957, batizada de TV Santos, afiliada da TV Paulista, pertencente às Organizações Victor Costa.
Apesar das transmissões de baixa qualidade e dificuldades relacionadas ao sinal, a inauguração da emissora santista, que contava com a parceria da Rádio Clube de Santos, foi um dos grandes acontecimentos da Cidade, que antes convivia apenas com as notícias e programas radiofônicos.
A programação local era totalmente gerada ao vivo e foi capaz de reunir grandes nomes da TV brasileira como Hebe Camargo, autoridades políticas, culturais, esportivas e empresariais de todo o estado de São Paulo. A Cidade também estava à frente com a empresa Rebratel, a primeira a produzir aparelhos de televisão e antenas parabólicas no País inteiro, graças à facilidade de acesso ao Porto de Santos. “Era uma época da TV em preto e branco. Tinha aquela coisa meio tradicional de botar o bombril na anteninha para pegar o sinal melhor ou então virar a antena em cima do telhado. Isso era muito comum.
TRANSIÇÃO PARA O DIGITAL TV
O ano de 2017 ficou marcado pelo encerramento do sinal analógico na Baixada Santista, com o propósito de trazer o sinal digital para a região e proporcionar mais qualidade e menos interrupção nas transmissões televisivas.
A tecnologia permite maior acesso à informação, e o surgimento da televisão significou um grande avanço nesse sentido. Mas, contraditoriamente, pela primeira vez desde os anos de 1950, quando foi inaugurada a primeira emissora brasileira, a TUPI, a tecnologia se tornou uma ameaça ao império televisivo.
Com a possibilidade do streaming, por exemplo, a maneira como a população assiste à televisão vem mudando, e esse meio de comunicação só vai sobreviver a estas Mudanças se acompanhá-las e se reinventar.
Na Baixada Santista, a emissora de maior destaque em telejornalismo é a TV Tribuna. Sua programação conta com três telejornais ao longo do dia: Bom Dia Região, Jornal da Tribuna 1ª edição e Jornal da Tribuna 2ª edição. Além dos noticiários citados, são produzidos programas como Tribuna Esporte, Corpo em Ação e Viver Bem.
Outro noticiário que se mantém dentro do gosto dos telespectadores desde a estreia, em 2006, é o G1 Minuto, que traz de forma rápida os principais acontecimentos do dia em três inserções diárias.
Nas falas de Eduardo Silva, diretor de Jornalismo da TV Tribuna, o telejornalismo produzido na Baixada corresponde a uma escola, que ‘exporta’ muitos talentos: “Basta ver o número de pessoas formadas na TV Tribuna e nas outras emissoras regionais que estão em São Paulo e em outros estados, e que conseguiram esse espaço graças a essa escola que se formou aqui”.
Para Eduardo Silva, a internet surgiu para agregar informação. “Depois do primeiro impacto da internet e o acréscimo das redes sociais, você tem outros meios de conseguir imagens, vídeos e informações”, cita o diretor.
Entre os desafios para a prática do telejornalismo atual, Eduardo Silva cita as fake news. Por isso, a apuração dos fatos é de suma importância para ele: “A pressa é a inimiga da perfeição, mas no jornalismo é muito mais”.
O FUTURO É TRANSMIDIÁTICO
Estaria Santos, conhecida mundialmente por sua linda orla, prestes a ser engolida por um mar de tecnologia? Para Raquel Pellegrini, jornalista, professora de cinema e secretária-adjunta de Cultura, esse tsunami eletrônico já aconteceu!
Na era dos streamings, das redes sociais e da praticidade tecnológica, a televisão Santista enfrenta um grande problema que também se revela um grande aliado: a facilidade que o consumidor possui em escolher o que quer assistir e quando quer assistir.
Cabe agora às emissoras decidirem se utilizam esse poder para atraí-los, ou continuam tentando desvendar o segredo da fidelização por outros meios.
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