Perfil Fotógrafos | Daniel Ducci

Perfil Biográfico Fotógrafos | Daniel Ducci
Por Ycaro Alvarenga Samaniego| 3FN2 FFP 2022-2
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Daniel Ducci nasceu em 1979, na cidade de Curitiba, Paraná e começou a fotografar aos 16 anos e em 1999 mudou-se para São Paulo para estudar fotografia. Se formou em pelo Centro Universitário Senac de Comunicação e Artes em 2002 e no ano seguinte começou a seguir carreira de fotógrafo com foco em arquitetura e cidade, realizando ensaios para arquitetos e revistas especializadas. Ele realiza seus trabalhos nas respectivas cidades: São Paulo e Belo Horizonte.
 
Além de sua profissão realizando trabalhos de fotografias arquitetônicas com intuito de vender estes acomodações de seus clientes, também tem um trabalho de pesquisa fotográfica autoral que tem como intuito uma investigação de dois objetos em específico: um deles é a cidade propriamente dita, seus espaço e como tudo funciona através dela, suas características, a poluição visual que nos acoberta o horizonte, sua mutação constante. Outro objeto é a forma que podemos explorar de diversas formas a estética arquitetônica das grandes cidades e construir diversos tipos de discursos visuais.
 
Um desses exemplos de seu discurso autoral é no seu conjunto de fotos intitulado “Fachadas, A face anônima dos edifícios”, exposta na coluna Arquiteturismo do jornal digital Vitruvius, em que ele cita: “As fotos de arquitetura sempre olham para as fachadas principais e detalhes mais característicos, que identificam de forma emblemática o edifício. Aqui pretendo explorar as fachadas anônimas, aquelas que dão as costas para as ruas. A ideia inicial era fotografar os prédios individualmente, mas logo comecei a observar o complexo aglomerado que vai se formando prédio por prédio, erguido um ao lado do outro. Os conjuntos edificados formam camadas que recortam o horizonte dos grandes centros urbanos.” diz Daniel Ducci. Deste discurso conseguimos entender o seu objetivo de ir além das fotografias clássicas dos prédios paulistas, ele demonstra os aglomerados que estão fora da nossa visão cotidiana da cidade, o lado anônimo da fachada arquitetônica.
 
Mas também podemos citar o seu lado fotográfico que ele realiza para seus clientes arquitetos e de revistas especializadas ao qual ele tem uma delicadeza e bom gosto em suas fotografias destas casas e prédios de alto luxo. Diferente de suas fotos autorais em preto e branco e de extremo contraste, ele consegue ressaltar as cores em uma edição que traz uma sensação de bem estar, bem característico de fotos de projetos de arquitetura. Alguns destes clientes em destaque em seu portfólio são a Kruchin Arquitetura, Ruy Ohtake, Kruchin Arquitetura e entre outros.
 
Daniel também tem uma carreira em livros publicados ao qual participa com suas fotografias de seus ensaios autorais. Um deles é o “Gringo” de Gringo Cardia com fotografias assinadas por Joana França e Daniel Ducci, que traz imagens da capital paulista com uma visão espacial e não convencional. O outro livro que tem a participação do nosso fotográfo em estudo é o “Mírame: una ventana a la fotografia brasileña” com a curadoria de João Kulcsár, que surge através de um concurso feita em 2006 pela Fototeca de Cuba que se escolheu 10 fotográfo para expor suas fotos e após concurso se produziu este livro com as fotografias destes selecionados mais nomes renomados da fotografia brasileira: Claudia Andujar, Cristiano Mascaro e Cris Bierrenbach.
 
Segue a entrevista realizada em formato remoto com o fotógrafo, com mais alguns detalhes de sua carreira:
 
(Ycaro) Quando você começou a fotografar e qual foi sua grande motivação?
(Daniel)  Comecei  a fotografar em 1995, na época eu tinha 15 anos. Não tive uma grande motivação, sempre gostei de fotografia, e minha mãe tinha uma câmera profissional em casa que eu gostava de mexer, um dia fui atrás de um curso de fotografia, adorei, e decidi seguir estudando para ser fotógrafo. Fiz vários cursos, e resolvi que queria entrar em uma faculdade que tivesse a ver com a área, por sorte, na época que eu estudava para entrar na faculdade, surgiu o curso de Bacharelado em fotografia, entrei na turma de 1999 e me formei em 2002.
 
(Y) Por que escolheu a fotografia de arquitetura para seguir como carreira?
(D)  Dentro da faculdade, conheci várias áreas da fotografia, me interessei, pensando em trabalhar, em fotojornalismo e fotografia de arquitetura, e quando estava me formando, meu professor de fotografia de arquitetura, que era o Nelson Kon, me chamou para ser seu assistente, e isso definiu meu caminho profissional. Trabalhei como assistente por 3 anos, e de 2006 até hoje trabalho na área.
 
(Y) Quais equipamentos utiliza nos seus trabalhos e recomenda para quem está começando a fazer esse tipo de fotografia.
(D) Eu trabalho, com uma Canon EOS R6 com lentes; 17mm TS, 24mm TS, 45mm TS, 24-70mm, 70-200mm.
 
(Y) Recomendação de equipamento, o ideal são as lentes “TS” que tem correção de perspectiva, ou seja, você consegue fotografar espaços ou fachadas, sem precisar girar a câmera para cima, o que evita distorções na perspectiva.
(D) Mas o mais importante, é saber explorar ao máximo o equipamento que tem em mãos, começar com um equipamento mais simples, se precisar virar a câmera pra cima, depois corrige no tratamento de imagem, estas lentes especiais para arquitetura são lentes caras, e nem todo mundo consegue comprar logo de cara. Por isso, pra quem tá começando, o melhor é se virar com o que tem e ir evoluindo o equipamento aos poucos. Eu comecei com uma câmera de entrada uma 17-40mm e uma 70-200mm, depois fui comprado câmeras e lentes melhores.
 
(Y) Quais são seus projetos futuros relacionados a fotografia?
(D) Meus projetos pessoais, sempre nascem fotografando na rua, andando pelas cidades e fazendo fotos,  que podem ser de arquitetura ou de detalhes da cidade, podem ser prédios conhecidos ou não. Depois, com o tempo, vou editando e criando narrativas, claro, depois que uma linha se desenvolve, saio para fotografar mais, já com esta ideia em mente. Por isso é difícil dizer qual é o projeto futuro, mas estou sempre fotografando.
 
(Y) No geral, com a evolução das mídias sociais e tecnologia, para você qual o futuro da profissão de fotografia?
(D) Acho que o que define a profissão de fotógrafo está mais ligado em saber passar uma informação através de imagens, do que a tecnologia ou as mídias. É preciso estudar a linguagem fotográfica e não se ater apenas em tecnologias, estas são muito importantes, e precisamos estar sempre atualizados, mas o mais importante é saber utilizar o que temos em mãos. O que difere um fotógrafo do outro são as ideias, estudos, vivências, técnica, não só o equipamento, e enquanto for assim, acredito, que os fotógrafos continuarão existindo, cada um contando sua história através de imagens.

 
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