Perfil Fotógrafos | Jordan Vilas Boas

| Perfil Biográfico Fotógrafos | Jordan Vilas Boas
| Por Caroline Novais da Costa | 4FN2 FTI 2023-2
| 5.839 caracteres

Jordan Vilas, nascido em 1997, é uma figura proeminente no mundo da fotografia, originário de Salvador, Bahia. Sua carreira multifacetada é marcada por uma ênfase notável em moda, habilidades corporativas e aprimoramento de material para modelos. Além de suas realizações como fotógrafo, Jordan possui uma sólida formação em Produção Cultural, o que o levou a contribuir ativamente para a plataforma da Globo, notadamente no programa Lazinho com Você. Além disso, conquistou reconhecimento com a publicação de um livro e a presença de um quadro no programa Espelho do Canal Brasil.

Sendo assim desde os seus 11 anos de idade, é escritor, conquistando títulos estaduais e lançando um livro chamado “Pra Dengar”, onde reúne seus melhores poemas. Sua incursão na fotografia foi motivada pelo desejo de explorar a poesia de outras formas, influenciado significativamente pelo seu avô, um fotógrafo experiente.

Sua formação em produção cultural ocorreu no Teatroescola, um projeto social para pessoas negras em Salvador, além de estar cursando Libras. Até o momento, seu tempo em São Paulo tem sido desafiador, após um furto deixou-o sem equipamento próprio. Conta com o suporte e empréstimos de equipamentos do seu mentor, o fotógrafo Waldir Évora.

Sua especialização é na fotografia de moda, uma paixão que o trouxe para São Paulo com apenas 700 reais e o sonho de conquistar espaço no mercado. Com coragem e apoio de sua mãe, que sempre o incentivou a sonhar, onde foi moldado por ações e projetos sociais. Waldir Évora e Lázaro Ramos foram figuras essenciais no seu percurso, proporcionando aprendizado e oportunidades.

Teve participações ativamente em projetos como o Teatroescola e a Focus Moda, ambos em Salvador, dedicados a jovens de periferia, fortalecendo sua convicção na importância de cotas e projetos sociais para criar equidade e oportunidades para talentos como o de Jordan.

No entanto ao abordar os desafios enfrentados, destaca a experiência única de ser um fotógrafo negro e nordestino. O caminho é árduo, permeado por preconceitos que precisa superar para ocupar espaços e abrir portas para outros talentos semelhantes. Apesar do seu cansaço, seu propósito de mostrar que é possível persiste.

Ao longo dos anos, Jordan teve o privilégio de colaborar com algumas das revistas mais prestigiadas do ramo, como Estúdios Globo, Vogue Brasil, Marie Claire, Puma, Nike, entre diversas outras. Dentro de seu portfólio diversificado inclui trabalhos com celebridades renomadas, como Manoel Soares, Denise Fraga, Maria Maya, Jessilane, Sarah Andrade, Viegas, Alexandra Loras, Jhordan Matheus, Deusa Cientista, Roger Cipó, Spartakus, entre outros. Sendo assim foi premiado no prêmio ” Tudo pra foto ” em 2020.

Um aspecto notável da carreira de Jordan é sua habilidade preditiva em relação às tendências fotográficas. Para o ano de 2023, ele destaca a ressurgência da moda dos anos 2000, enfatizando elementos como minissaias, baby looks, calças de cintura baixa, óculos de sol finos, miçangas e buckets. Além disso, prevê a popularidade de outfits metalizados e monocromáticos, com influências futuristas, utilizando paletas de cores como vermelho cereja, azul Klein e marrom, especialmente nas estações de outono e inverno.

No entanto, Jordan não se limita apenas à estética da moda. Ele também levanta questões cruciais sobre fotografia, como a influência das cores de fundo na qualidade da imagem. Sua atenção às nuances da fotografia se estende à consideração cuidadosa dos diferentes tons de pele ao capturar imagens. Ele destaca os desafios enfrentados ao fotografar pele negra, desde a necessidade de ajustes precisos de luz até problemas na fase de edição. Essa reflexão ressalta a importância crucial da inclusão e sensibilidade no mercado fotográfico contemporâneo.

Explorando mais a fundo, Jordan discute estudos que evidenciam as propriedades de dispersão da luz no branco e absorção no preto. Essa dinâmica, aplicada tanto ao fundo fotográfico quanto à escolha da vestimenta, destaca a complexidade na configuração do flash, dependendo das cores envolvidas.

A interseção entre cor de pele e resultado fotográfico é um tema que Jordan aborda com franqueza. Ele destaca a insatisfação frequente de clientes negros devido à falta de atenção ao tom de pele durante os ensaios. As dificuldades em capturar adequadamente a pele negra resultam em fotos excessivamente escuras ou claras, desproporcionalidade na luz de fundo e desafios na edição, com softwares muitas vezes interpretando erroneamente os tons de pele negra.

Esse descuido, Jordan sugere, pode ser atribuído à possível influência histórica e persistente do mercado fotográfico, que, desde seu início elitista, tem sido predominantemente consumido por pessoas brancas de alto poder aquisitivo. Apesar das mudanças ao longo do tempo, a indústria fotográfica ainda enfrenta obstáculos significativos na promoção de inclusão e na garantia de que profissionais estejam devidamente equipados para representar e cuidar adequadamente da diversidade de tons de pele.

Concluindo, a narrativa de Jordan Vilas não apenas destaca suas realizações notáveis no campo da fotografia, mas também lança luz sobre questões sociais e culturais mais amplas que permeiam a indústria. Sua voz ressoa como um chamado à ação para uma transformação mais profunda e inclusiva no mundo da fotografia.

Assim retrata para quem deseja ingressar nessa carreira, o seu conselho é simples: vá por amor ou desista o quanto antes. Não há glamour, apenas sacrifícios diários. É necessário renunciar a muitas coisas para trilhar esse caminho, e o comprometimento que deve ser movido por uma paixão profunda.

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