| Perfil Biográfico Fotógrafa | Catarina Tokatjian
| Por Vitória Silvestre I 5FN1 FTI 2024-2
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Nascida em Brasília e imigrando brevemente para a Austrália por um curto período, Catarina Tokatkjian, hoje com 47 anos, está em sua cidade natal. Formou-se em arquitetura e urbanismo, mas sempre manteve um interesse oculto por outra paixão, que mais tarde se tornou seu verdadeiro amor: a fotografia, especialmente a de vida selvagem.
Durante a entrevista, Catarina reafirmou, com entusiasmo, seu fascínio pela natureza e sua biodiversidade. Ela compartilhou como, ao lado de paisagens espetaculares e dos mais diversos animais, viveu experiências que mudaram profundamente sua percepção do mundo. “A fotografia me transformou, me conectou a algo maior que eu mesma”, afirmou.
Em 2020, enquanto ainda flertava com a fotografia, Catarina partiu na missão de fotografar as queimadas do Pantanal. Ao chegar ao seu destino sentiu a necessidade moral de retratar o que seus olhos captaram: animais vivos cercados pelo fogo e inúmeros corpos de diversas espécies, carbonizados pela intensidade das chamas.
Foi nesse momento que percebeu que sua vida havia mudado. Naquele ponto, Catarina já tinha uma carreira sólida como arquiteta, mas decidiu deixar a profissão para se dedicar integralmente à fotografia. “Fotografar se tornou mais do que um trabalho; virou uma missão. Quero retribuir aos animais e à natureza, mostrando sua beleza e fragilidade através das minhas lentes”, explicou. Para ela, o objetivo não é apenas capturar a beleza dos seres que fotografa, mas dar voz aos invisíveis, àqueles que precisam de atenção e proteção.
Relembrou também que sua paixão inicial eram as aves, mas sempre admirou cada espécie existente, registrando todos que encontrava em seu trajeto de trilhas e cachoeiras. Porém, sua missão se expandiu. Hoje, Catarina busca retratar a vasta diversidade dos biomas do planeta, com um foco especial na fauna brasileira, e acredita que suas fotografias podem contribuir para a preservação dessas espécies.
Em meio a uma longa conversa, detalhou que ser fotografa da vida selvagem vai muito além de ter bons equipamentos. Ressaltou a importância de estudar cada espécie que você planeja fotografar, seus comportamentos e instintos, para assim obter grandes resultados. Deu como exemplo o início da fotografia de pássaros: “no início, eu perseguia beija-flores, até entender que era preciso observar o percurso natural da ave. Ao invés de correr atrás, basta esperar o momento certo dela retornar.”
Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi quando, pela primeira vez, conseguiu fotografar uma onça-pintada em seu habitat natural, onde a mesma se dispôs a ir até o “lar” desse fantástico animal, acompanhar seu comportamento e rotina, para no momento certo, realizar suas capturas. Segue na imagem abaixo, a primeira onça registrada por Catarina:
Quando começou na fotografia, Catarina utilizava uma câmera Super Zoom, mas, em um mês, já havia trocado para uma Canon 70D com lente 55-250mm. Após três meses, passou para a Canon 6D Mark II, equipada com uma lente 70-200mm f/2.8 e um teleconversor 2x, que ela ainda utiliza atualmente.
Nos cursos de fotografia que frequentou, entendeu que era muito falado sobre técnicas, câmeras e lentes, e setores relevantes do audiovisual, mas que havia uma deficiência na abordagem de temas relacionados a fotografia selvagem. Para progredir, Catarina entrelaçou o ensino teórico dos cursos com o estudo sobre esses animais, resultando em sair para o campo de capturas, e vivenciar para adquirir cada vez mais experiência.
Ao ser perguntada sobre o animal que ainda sonha em registrar, Catarina revelou ser o Gorila-Das-Montanhas, que habita o Congo, na África, e está no topo de sua lista de desejos. (Apenas UM, de vários animais que se encontram em extinsão no atual cenário).
Atualmente, Catarina realiza diversos trabalhos de imersão na natureza, palestra em workshops do seu nicho, realiza expedições focadas em biomas naturais, como a Amazônia e Pantanal. Se antes sua relação com a fotografia de natureza era apenas um flerte, hoje ela descreve como um casamento definitivo com a profissão.
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