| Perfil Biográfico Fotógrafo | Jair de Oliveira Neto
| Por Miguel Victor Romão de Lima | 5FN1 FTI 2024-2
| 18699 caracteres
Apresentação do fotógrafo: “Meu nome é Jair de Oliveira Neto, tenho 31 anos e sou (da região) do Grande ABC de São Paulo. Sou formado em publicidade e propaganda pela USCS, que ficam São Caetano, mas nunca atuei na área de publicidade. Fui para a área de fotografia um pouco depois da faculdade e fiquei nela até um pouco depois de passar a pandemia, lá para 2021. Depois fui para a área de 3D, me apaixonei pela área vendo uns vídeos e decidir seguir por esse caminho.
Miguel Victor Romão de Lima: Você disse que é formado em publicidade, mas que não seguiu na área. Opõe te fez se interessar pela fotografia?
Jair de Oliveira Neto: Cara, é uma história até que engraçada. No tempo em que eu estava cursando a faculdade, eu trabalhava numa farmácia no centro de Mauá e durante o caminho de casa até a farmácia, como eu ia a pé, tirava fotos de algumas coisas, mas tirava fotos sem pretensão nenhuma… achava alguma coisa legal e tirava foto. Daí o pessoal começou a elogiar, postava no Instagram e eles achavam que eu era fotógrafo. Foi aí que comecei a pensar na possibilidade de me tornar fotógrafo. Pensei comigo mesmo. Talvez eu tenha um olho mais treinadinho. E foi assim que comecei totalmente despretensioso… não tinha intenção nenhuma de virar fotógrafo, assim como não tive para virar modelador 3D. Eu falo que as coisas na minha vida meio que foram acontecendo.
E como foi o seu início na fotografia?
Cara, o meu início foi relativamente simples. Eu tinha um colega que tem uma produtora e que já mexia com isso, ele já era da área e começou a gostar do meu “trampo”, e, nesse tempo, eu já tinha comprado uma ‘maquinazinha’ de entrada só para clicar.
Aí ele me chamou, fez um teste comigo com um ‘trampo menorzinho’ e desde então, eu fui fazendo trabalho com ele, mas nunca fui fixo dele, sempre fui freelancer. Com o tempo fui ganhando mais experiência e expandindo para outros clientes.
Você chegou a fazer algum curso ou alguma especialização em fotografia?
Eu cheguei a fazer uns cursos online, mas depois de muito tempo. De início, tudo o que eu aprendi foi pelo YouTube e com parceiros da área. Comecei a aprender bastante depois que passei a fazer fotos lá em Interlagos…mas isso aí foi um ‘rolê’ totalmente diferente desse meu parceiro que tinha a produtora. As coisas foram mais na ‘raça’ mesmo, foi de querer aprender… sempre tenho essa comigo: de querer melhorar sempre nas coisas que faço. Eu fui pegando aos poucos, usava todo o tempo livre para ver um vídeo no YouTube, alguma aula ou coisa do tipo.
Em relação aos seus estudos, teve algo em particular que foi difícil de aprender ou assimilar?
Não cara, a questão da fotografia é que ela não é difícil. Depois que você pega a ‘manha’ na câmera e nos fundamentos, não fica difícil (para) você fazer uma foto. No entanto, eu acho que a parte mais complicada é a questão de treinar o olhar fotográfico. É muito importante ter um olhar mais crítico e criativo, mas isso é só com o tempo… Você pode assistir o maior número de vídeos (quanto) possível, pode estudar à vontade, que o olhar fotográfico é algo que você só pega em campo, é uma coisa que tem que treinar. Tem gente que tem um olhar fotográfico mais apurado que outras pessoas então vão depender da sua pré-disposição em ter um olhar fotográfico.
Mas em relação aos fundamentos da fotografia, se você faz um estudo bom e ‘grava’ tudo direitinho, você consegue fazer uma foto boa… assim, digo em relação à exposição e essas coisas.
E em relação aos equipamentos, qual possui ou já possuiu?
Comecei com uma T3I da Canon com uma ‘lentezinha’ básica que veio no kit. Depois dela, passei para uma 6D Mark II, foi um grande salto, mas que foi necessário por causa que eu fazia muito shows e eventos esportivos, eu precisava de uma câmera boa pra fotos no escuro e que também fosse mais rápida. Tive uma 70-200 F4, uma 2470 F2.8, uma ‘cinquentinha’ mm padrão da Yongnuo bem baratinha, era F1.8. Tive uma 85mm, não lembro se era 1.8 ou 1.4, uma… acho que era uma 24-250 com abertura variável. Algumas lentes eu ganhei de aniversários pela minha mãe ou pela noiva. Ah, e tive um flash Yongnuo que usava para fazer os eventos. Ainda tenho umas câmeras antigas. Inclusive, a T3I está guardada aqui comigo até hoje com as lentes que vieram no kit. As outras são antigas de filme, (eu) gosto de tirar algumas fotos com elas.
Disse que fazia fotografia de shows e eventos esportivos, conte mais.
Sempre fui muito ligado a carros, sempre gostei de corridas, desde que me conheço por gente. Aconteceu que eu fui atrás de fazer fotografias automobilísticas e comecei a chamar (páginas de) eventos e pilotos no Instagrampara tentar conseguir as credenciais. Eu fiquei meses tentando conseguir essas credenciais, e acabei conseguindo algumas, mas depois que você consegue algumas fica mais fácil conseguir outras, vai pegando popularidade, contato, vai conversando com a galera. Muita gente me ajudou com essa questão de me liberar para os eventos. Foi na cara e na coragem. Sobre os eventos, eu fazia mais eventos musicais, shows e DVDs, mas cheguei a fazer eventos de casamentos, debutantes, esse tipo de coisa. Definitivamente não era a minha preferência, se eu fosse escolher um tipo de trampo para fazer o resto da vida, escolheria corridas com certeza, mas fazer show e DVD era bem legal… bem maneiro.
Como modelador 3D, ter noção de fotografia te ajudou de alguma forma?
Ah, ajudou muito, principalmente na questão de iluminação. Como na área de 3D, fui no caminho do Environment, que seria ambientação, é muito importante você ter noção de enquadramentos, do que você quer mostrar ou esconder dentro de uma cena. Então, eu diria que me ajudou bastante essa bagagem que tenho da fotografia a melhorar e agilizar o meu processo no 3D”.
Ainda atua como fotógrafo profissional ou somente por hobby?
Não, deixei de atuar como fotógrafo assim que consegui o primeiro trabalho fixo como modelador 3D. Hoje só tiro fotos por hobby mesmo.
Quem e quais são as suas maiores influências na fotografia?
Tenho muitas influências na fotografia, de estilos diferentes, estilos mais streets do dia a dia. Peter Mckinnon para mim é o ‘cara’, tem também o North Borders, ele já vai pra um lado mais automotivo, mas também street. De corridas, o meu ‘parceiraço’ Júlio de Paula. O Júlio me ajudou muito lá em Interlagos no início da (minha) carreira. Hoje o Júlio é fotógrafo oficial de Interlagos. Tem o Rafael Couto, ele também me ajudou muito. Gosto muito das fotos do José Mário Dias, Larry Chen, ele… não sei se ele ainda é, mas ele era fotógrafo da Hoonigan, ele faz fotos incríveis. Tem muitos, mas esses aí são os que me vem à cabeça, são os caras que eu me inspirava muito para fazer os trampos, as técnicas, tudo”.
Vou fazer uma pergunta mais reflexiva agora: sabendo que a fotografia é uma arte, e, que um registro fotográfico é em grande parte influenciada pela visão do fotógrafo, você acha que há um conflito entre o que o fotógrafo quer expressar com o que o editor (ou empresa, enfim…) quer que ele expresse? Sendo mais clara, acha que há um conflito entre a visão artística com a visão de mercado?
Essa é uma ótima pergunta e… assim, eu acredito 100% nisso. É muito bizarro você pensar (nisso) porque a arte em geral é subjetiva, o que pode ser muito bonito para mim, pode não ser para você, e, na fotografia não é diferente. Você pode fazer vários ângulos, uma edição diferente e tudo mais, e será muito comum as pessoas entrarem em conflito com o que você quis passar. Às vezes o fotógrafo quer passar uma certa informação, um certo sentimento, mas do jeito que apresentam acabar passando uma outra mensagem.
Na própria edição você consegue mudar isso, às vezes mexendo na tonalidade das cores, um pouco no corte…Tanto é que é por isso que às vezes o fotógrafo não gosta quando o pessoal pede as fotos em RAW, que são as fotos cruas, as máquinas profissionais têm algumas opções de salvar o arquivo dessas fotos em diferentes formatos, pode ser JPEG por exemplo. O formato RAW é uma foto mais lavada, não tem tratamento nenhum e ela tem muito mais informação, é muito mais pesada, e isso possibilita você extrair muito mais informação de cor e iluminação. Aí os fotógrafos geralmente evitam passar a foto em RAW, justamente para evitar que façam uma edição muito diferente do que ele imaginou. Tem também a internet, as fotos podem ser usadas por outras pessoas para tentar mostrar um outro lado. Acho que tudo depende da narrativa que está acompanhada da foto.
Além disso, eu acho que isso (referindo-se ao conflito entre visão artística e de mercado) impacta na visão de mercado na parte de redes sociais. Eu conheci muitos fotógrafos que deixavam de postar ou mostrar fotos muito boas porque não era uma ‘foto que vendia’ ou não era uma ‘foto de fazer sucesso’. Eu percebo que hoje, os artistas estão muito na ‘correria’ de querer agradar nas redes sociais do que de fato querer mostrar o trampo que gosta, então eu acho que isso daí leva não só ao lado de mercado, mas também (num lado) mais social.
O fotógrafo, o artista 3D, o artista tradicional… ele pode ser levado a pensar ‘eu não vou postar isso’ ou ‘eu não vou fazer esse trampo porque isso não me geraria likes, não me geraria retorno social’. Por inúmeros motivos o cara pode buscar isso, seja como uma maneira de querer vender cursos ou somente em querer ser popular mesmo, busca ganhar 100 mil seguidores e já quer fazer publicidade para as marcas, mas isso impacta muito na arte em si, no cerne da arte, pois acho que o artista sempre foi isso: independente de qual artista, faz parte você ser fora da curva. Então eu acho que hoje em dia, tanto na fotografia quanto nas outras áreas, o pessoal se preocupa mais com o que os outros vão dizer do que se gosta de fato do‘trampo’ que está fazendo”.
Já que você abordou sobre as redes sociais e como os fotógrafos seguem uma tendência, você acha que a cultura de massa afeta negativamente a visão dos fotógrafos? Por exemplo, quando um filme ‘hypado’ entra em cartaz, é normal o Artstation lotar de desenhos e modelos 3D relacionados a esse filme. Mas, em relação à fotografia, como ela é afetada pela cultura de massa?
Com certeza, isso impacta não só, por exemplo, no ângulo que o fotógrafo vai usar, como também impacta na questão de equipamento. No começo, é muito comum você pensar que vai ficar melhor tendo o melhor equipamento. Esses equipamentos são absurdamente caros, uma lente básica de entrada da pior marca possível vai te custar de 600 a 700 Reais… no caso uma nova. Até nisso o ‘hype’ atrapalha porque a galera quando começa na fotografia, já começa olhando para os ‘grandões’ fazendo fotos, aí ele pensa ‘poxa, para eu ter uma foto igual a dele vou precisar de uma câmera igual a dele’. Tem também os ‘grandões’ que vendem presets de edição, aí você percebe que todas as fotos ficam do mesmo jeito, aí o cara (iniciante) tenta imitar o ângulo, as cores, toda a edição e acaba ficando uma coisa igual ao que você falou do Artstation: uma coisa só.
Você abre o feed dos artistas iniciantes, fotógrafos, enfim, a maioria tenta seguir o mesmo padrão. Na minha época, quando comecei estava muito em alta o Tealand Orange, que é aquela edição que tem um contraste mais azulado e alaranjado, e,de fato, é realmente bonito, mas começou a saturar, só tinha fotos nesse estilo.
Esse ‘hype’ é muito perigoso porque não é só a questão de copiar, eu mesmo já tentei copiar as fotos de fotógrafos famosos, mas o maior problema nisso tudo é que o mérito todo vai para o cara que fez isso pela primeira vez. Isso vai te tornando um fotógrafo preguiçoso, (pois) vai sempre buscar os mesmos ângulos, vai evitar de brincar com as tonalidades das cores da foto, vai sempre usar o mesmo preset. “Isso acaba acarretando em vários problemas que lá na frente vão te barrar de ser um bom profissional”.
Em sua opinião, como será o futuro da fotografia, considerando a presença das IAs, das redes sociais e a formação de uma indústria cultural?
Hum… é uma pergunta bem complexa, pois a fotografia está muito nessa questão da IA. Sempre teve discussões entre os fotógrafos sobre se você pode ou não manipular a foto que você tirou por qualquer motivo. Por exemplo, você está fazendo um ensaio fotográfico de uma modelo, você tirou uma foto dela que ficou muito legal, mas você vê que de fundo tinha uma pessoa fazendo alguma gracinha ou uma careta, é muito discutido sobre se você deve remover essa pessoa da foto, o que é muito simples de se fazer, ou se deve apenas aceitar que essa pessoa está lá… aceitar o fato de que você não teve o melhor click.
É discutido entre os fotógrafos sobre até onde vai a edição e a manipulação das imagens. Grande parte dessas fotografias icônicas que você vê por aí foram feitas na hora exata, no momento exato, e essa é uma das grandes ‘pegadas’ da fotografia. O que separa um grande fotógrafo de um iniciante é também essa questão de saber clicar na hora certa.
Mas hoje com a IA, às vezes fica difícil saber se uma foto foi manipulada ou não. Por exemplo: o celular da minha noiva tem uma IA que você desenha à mão. Ela tirou uma foto com a mão aberta como se fosse um poleiro, aí desenhou um passarinho da forma mais ‘porca’ possível e saiu um passarinho que assim, 80% das pessoas que ela mandava a foto, achavam que de fato tinha pousado um passarinho na mão dela.
Acredito que o futuro terá muito mais manipulações, não terá fotos tão genuínas. Pensa comigo, num show, você tem poucas oportunidades de fazer uma foto boa num momento especifico, o show está ‘rolando’ e não pode parar, os arranjos de iluminações e as pirotecnias acontecem uma vez só, e acontece de perder esses momentos, eu mesmo já perdi. Mas com essas IAs, com esse pessoal manipulando as imagens, surgem fotos muito perfeitas, perdem um pouco da humanidade.
As fotos transparecem a humanidade do fotógrafo, e como somos humanos… a gente tira fotos que às vezes estão desfocadas. Eu era um cara maluco com foco, eu sempre fiz questão de postar e vender fotos com foco em 100%, já abri mão de muitas fotos boas porque o foco não estava “batendo” legal. Mas às vezes, o cara está na ‘correria num trampo’ e acaba optando por usar uma IA ou fazer uma manipulação mais pesada pelo Photoshop para não perder aquela foto. Não acho que eles estão errados, só acho que é uma tendência a agravar mais ainda da gente ter menos fotos reais, espontâneas e genuínas.
Você quer dar alguns conselhos para quem quiser iniciar na fotografia? Inclusive, aproveitando que você é modelador 3D, fique à vontade também para sugerir áreas em que a fotografia pode ajudar de certa forma?
Um conselho para quem quiser se iniciar na fotografia, é se encher de referências, e, como tudo na vida, você tem que ‘se doar’ muito e fazer a coisa certa. Eu tive uma carreira minúscula na fotografia, foram 4 anos senão me engano, não lembro direito… isso inclui desde quando eu comecei a fotografar sem pretensão nenhuma até o último dia como fotógrafo. Foi curta a minha carreira, mas foi de 0 a 100. Num ano eu estava fotografando amigos e prédios, para pouco depois fotografar Zezé Di Camargo e Luciano, além de fazer as maiores etapas de corrida em Interlagos.
Eu acho que só consegui fazer as coisas deforma competente e profissional porque eu me dediquei muito, eu respirava fotografia, eu acordava pensando em foto. Por um bom tempo, eu tive um trampo à parte, e só ficava pensando em fotografia no horário do almoço, eu via vídeos de fotografias. Durante os finais de semanas eu saía para passear a fim de tirar fotos.
Você tem que se dedicar bastante e ter muitas referências, sejam elas brasileiras ou estrangeiras, mas tem que ser referências boas.É muito importante ter senso crítico, tem que ver se o cara realmente entende o que ele diz entender ou se é somente um falastrão que quer vender cursos. Tem muito disso, os caras tentam empurrar cursos, ficam com um ‘papo’ muito bonitinho, mas na hora do click…
E não desista. Aliás, é até engraçado eu dizer para não desistir porque eu saí nesse ramo, mas saí porque, primeiro, tinha chegado a pandemia, com isso fiquei com pouco trabalho(e a gente precisa pagar as contas né?), mas agora está tudo certo faz um bom tempo. Mas eu fui para outro ramo por questão de comodidade mesmo. Desde criança, eu sempre me interessei por jogos e 3D, e a fotografia me possibilitou estudar o 3D, pois você acaba tendo um tempo de sobra dependendo do fluxo de trabalho que você tiver. A fotografia me deu renda e tempo livre para treinar no 3D.
Tem que ser fora da curva, eu digo que fotógrafo tem de monte, e tem mais ainda pessoas com celulares achando que fotógrafos não são mais necessários. Aliás, esse foi um dos principais pontos que me fizeram sair da fotografia, as pessoas não conseguem entender o real valor dos fotógrafos, trabalhando todo final de semana, em feriados, sob sol e chuva… é complicado.
Em relação às quais áreas a fotografia ajuda, eu acho que são essas áreas de renderização e iluminação no 3D. Você consegue ter uma noção de como as coisas funcionam tendo essa bagagem da fotografia. Ter um olhar fotográfico serve além da própria fotografia. Arte é arte, muita gente tenta polarizar, separar as coisas, mas a arte é arte independente do que você pensa, se toca você e outras pessoas, isso é arte, todas andam meio que lado a lado com quase os mesmos fundamentos”.
Muito obrigado por conceder essa entrevista Jair! Você gostaria de dizer alguma coisa à qual não tinha perguntado?
Que isso cara, eu quem agradeço. Não sei se eu tenho algo para falar… aliás, quando eu parei com a fotografia de vez, a minha mãe e a minha noiva ficaram tipo ‘pô, mas você vai ter saudades’. Aí quando comecei a vender os equipamentos, elas ficaram tristes, mas eu nunca me senti triste e nunca tive remorso. Acho que é necessário entender que a vida é feita de ciclos, e o que funcionar para os outros pode não funcionar para você. Acho que temos que aprender, inclusive estou aprendendo isso agora, que a vida às vezes tem que ser levada de uma maneira mais leve, sem tanta ‘pilha’. Foi difícil no começo, pois eu estava ganhando fixo no mês e abri mão do trampo para viver só da fotografia e das incertezas, eu nunca fui registrado como fotógrafo, era freelancer, pelo CNPJ. Tenho muitos amigos (fotógrafos) que vivem numa boa, tem um fluxo muito bom de trampos, mas é isso cara, deixa as coisas acontecerem. Se tiver alguém vendo essa entrevista e quer ser um fotógrafo, viva numa boa e aproveita os momentos. Não tem erro mano, vai dar tudo certo no final.