Perfil Fotógrafos | Lusca Santana
Por Patrícia Silva dos Santos | 2019-1
3645 caracteres
No meio de toda balada, a sempre um cara com uma câmera na mão, para fotografar os melhores momentos de uma festa, muitos acreditam que é apenas ir lá, tirar algumas fotos e enviar para o contratante, mas não é só isso.
Lusca Santana, 22 anos de idade, fotografo profissional. Mora na zona leste de São Paulo, atualmente trabalha para as empresas Espaço Desmanche e F/KING, como fotografo de festas e eventos, e um dos seus hobbys é ser Dj. Atuante na área da fotografia por 3 anos, há maioria das festas fotografadas por ele, são direcionadas para o público LGBT.
Muito bem-humorado e simpático, Lusca, fotografa festas em São Paulo que acontecem no Espaço Desmanche ou quando é contratado, como na Festa Holiday, que acontece em Santos, onde é sempre bem recebido e reconhecido por quem vai na festa.
Bruna Rodrigues, 22 anos de idade, Tequileira na festa Funparty e amante da Festa Holiday diz, “Para mim ele é o melhor! Eu nunca vi um fotografo de festa ser tão dedicado, desde da hora em que tira a foto até a hora de postar, já que se vê nitidamente que ele trata foto por foto antes de postar. A maioria dos fotógrafos não tem paciência simplesmente tira a foto e saem, andando, e ele trata todo mundo bem, sugere poses e tudo”.
Suas fotos sempre recebem elogio pela qualidade e nitidez que apresenta, além de sempre aparecer com alguma novidade, como os filtros, para tirar suas fotos. Geralmente quando é visto, no meio da balada fotografando, uma fila de pessoas, já aparece para serem fotografadas por ele.
Mesmo ainda sendo novo, Lusca vive uma rotina bem movimentada entre os estudos e fotos que tira nas suas noites de trabalho, sempre presando em fazer o melhor e de qualidade, já que está colocando seu trabalho para ser exposto e visto por todas as pessoas.
Além da fotografia Lusca, está para se formar em direito, e no próximo ano, está organizando as coisas para viajar para Dublin e ir estudar fora do país. E por conta disso pretende aproveitar todos os momentos aqui no brasil, seja trabalhando ou se divertindo.
Gabriel Silva, 19 anos, estudante de Engenharia Química na faculdade Universidade Santa Cecilia, começou a frequentar baladas recentemente e uma delas foi a Festa Holiday, e nos conta um pouco sobre o que acha do trabalho de um fotografo “Vejo o fotografo como uma forma de deixar a festa mais completa. Porque, a maioria dos jovens postam tudo nas redes sociais, hoje em dia, e na maioria dos casos muitas fotos tiradas pelos mesmos, não ficam do jeito que querem, por não terem o equipamento adequado”, diz Gabriel.
Um dos desafios que ele vai enfrentar em Dublin é a rotina mais calma, já que em Dublin as coisas não são muito agitadas e muitas vezes consideradas chatinhas pelo mesmo, por que é acostumado com as baladas, fotos e até beber algumas vezes. Mas sabe que tudo isso é para uma questão profissional maior.
Quem frequenta a Festa Holiday sabe que é difícil conversar com ele, já que tem sempre alguém querendo ser fotografado, e sabe também que ele sempre tenta fazer o melhor e não tira apenas uma foto, gosta que ela saia perfeita tanto para ele, como para quem está modelando. Então faz teste e sempre tira mais de uma foto.
Por isso o momento certo de conversa com ele é quando a câmera está desligada, onde ele também está aproveitando a festa, dançando e se divertindo com os amigos que fez durante edições passadas.
O trabalho visual apresentado por ele é sempre muito impactante, sempre trabalhando com filtros, iluminação, ângulo, poses e acessórios para deixar a fotografia melhor, o trabalho vai muito além do que apenas cliques na câmera, existe toda um preparação e testes antes de começas a festa.
Jonathan Matteus, 19 anos, promoter da última edição da Festa Holiday em comemoração aos 2 anos de festa diz “A fotografia dele é maravilhosa, quando vou na Holiday, automaticamente, já associo a festa com a fotografia e sempre penso nas fotos que vou tirar. É importante que a festa tenha um bom fotografo, porque, quem não conhece acaba indo até a página ver as fotos”.
Lusca Santana é fotografo, Dj, produtor musical e futuro advogado alternativo, que é apaixonado por fotografia. Profissionalismo é uma das qualidades que é visto no trabalho que faz. Com seu jeito espontâneo e alternativo se diverte nas suas noites de trabalho, e contou um pouco para gente como todo esse amor começou:
E- Antes de qualquer coisa, como é ser reconhecido por suas fotografias, tiradas em festas e eventos?
L- Bom, a parte do reconhecimento é legal, sempre tento dar o meu melhor e trazer algo novo para o trabalho.
E- Seu amo por fotografia surgiu como? Foi algo que você já sabia que gostava ou surgiu do nada?
L- Desde pequeno eu amo fotografia, sempre queria tirar as fotos de família e meus próprios retratos, lembro que sempre pegava a câmera da minha tia, ficava fotografando em casa com ela, logo depois comprei um bem simples para mim.
E- Além de fazer fotografias de festas, você gosta de fotografar outras coisas?
L- Eu sempre gostei de fotografar pessoas! Nunca tive vontade de fazer outros tipos de fotografia. Já fotografei moda, shows, festivais, corporativos, aniversários, lançamentos de livros, paparazzi, festas (baladas), etc… Com foco sempre maior em pessoas nesses trabalhos.
E- Você se inspira em algum fotógrafo famoso? Quem são e foram suas referências quando começou.
L- Sim, tenho como inspiração trabalhos de grandes fotógrafos.
A primeira vez que tive vontade de fotografar para ganhar algum biscoito, foi vendo o Felipe Simon trabalhar, ele fazia umas fotos surreais. E eu olhava e pensava “eu preciso reproduzir isso”, eu queria sair nas fotos dele e, também, queria aprender a fotografar tão bem quando ele.
Kaique Talles Camargo (tem uma fotografia mais old school, porém com um conceito muito forte em moda), tenho o prazer de trabalhar com ele atualmente na mesma casa (Espaço Desmanche) e sempre aprendo coisas novas com ele.
E por último e não menos importante Sebastião Salgado (velha guarda, fotos P&B), gosto do estilo dramático e emocionante que ele imprime nas fotos dele.
E- Com o foco em fotografas festas e pessoas, você já conheceu algumas pessoas influentes e famosas pelo público LGBT. Como a Valesca Popozuda, Pabllo Vittar, Gloria Groove, entre outras. Como é a experiência de estar de frente para essas grandes artistas?
L- A experiência de trabalhar com pessoas famosas é surreal! Muitos deles eu gostava e já acompanhava o trabalho e hoje, tenho amizade com algumas dessas pessoas que trabalhei e me sinto muito honrado por isso!
E- Tem algumas situações engraçada para contar e que traga boas a lembranças para você?
L- Sempre que trabalho em shows de artistas que eu gosto, acabo não me contendo e aproveitando o show mais do que os fãs. Lembro um show da Gloria Groove que eu estava cantando e dançando mais que ela no palco, enquanto fotografava.
Também em um show do Kaiser Chiefs, eu estava fotografando na frente do palco e gritando as músicas, sem perceber passei no telão por uns 15 segundos, acredito que tenha pagado um mico.
E- Vindo um pouco para Baixada Santista, especificamente Santos, você fotografa a Festa Holiday, que acontece no Clube 49 muitas vezes. Existe alguma diferença em fotografar o público de Santos em relação a SP?
L- Sim, o público muda muito… Em Santos as pessoas levam mais a sério os temas das festas, as pessoas se vestem de forma diferente e tem mais receio na hora de ousar nas fotos.
E- Um dos seus instrumentos de trabalho, mas conhecido aqui em Santos é o r
Ring Led Neon. Você tem alguma opinião em relação a aceitação desse aparelho em Santos?
L- Em São Paulo, a galera não aceitou tão bem quanto em Santos o Ring Led Neon. O Lucas Franz, contratante da Festa Holiday, sempre pede para que eu leve em todos os eventos, já que o público litorâneo gosta bastante.
E- Um dos principais instrumentos de trabalho que você utiliza é a sua câmera, além dela o que mais não pode faltar para fotografar um evento?
L- Geralmente levo o kit básico: câmera, lente e flash. Quando se trata de uma festa com alguma temática específica, penso em algo para complementar as fotos. Por exemplo: prismas, espelhos, sombrinhas, ring neon, filtros, etc… São também algumas coisas que levo quando acho necessário.
E- Você pensa em trazer algo diferente em futuras edições da festa Holiday, para ver se vai fazer sucesso como o Ring Led Neon?
L- Sempre tento trazer algo novo nos trabalhos, porém não acho que algo pegue tão bem quando o Ring pegou no litoral, já levei diversos acessórios e técnicas diferentes de fotografia, mas nada bateu à procura do Ring.
E- Como é sua rotina de trabalho em relações as fotografias, como são as etapas do seu trabalho?
L- Faço em média de 10 eventos por semana e bato 300 fotos por evento. Eu nunca entrei nisso pelo dinheiro, por que, eu poderia apenas clicar e jogar um filtro, como alguns fazem, mas não.
Sempre quero fazer o melhor, existe um pré-seleção e uma seleção, quando acaba o evento, depois vem o tratamento dessas fotos e colocar o álbum numa forma que favoreça o evento. Depois de tudo isso, o passo final é enviar as fotos.
E- Além dos ensinamentos que teve de outros profissionais, você fez algum curso para se especializar nessa área?
L- Sim, um de edição de imagens da Adobe e um de iluminação em estúdio, para complementar meu curso de fotografia inicial do Instituo Belas Artes.
E- Existe outros sonhos que você quer atingir como fotógrafo ou seguir em alguma outra área?
L- Quem sabe um dia ser fotógrafo de grandes eventos internacionais de música, mas a fotografia profissional para mim tem seus dias contados. Caminho para outra profissão, estudo direito atualmente e pago esses estudos com meu trabalho de fotógrafo.
E- Em relação a você está se formando agora. Quais são os seus planos para 2018?
L- Em 2018, pretendo ir estudar em Dublin, tanto Direito, como fotografia e inglês. Assim obtendo conhecimento. Para quando voltar ao Brasil, em 2020 se tudo caminhar bem. Prestar provas de concursos públicos.
E- Com a sua ida para Dublin, você deixara de fotografar as festas tanto de São Paulo e de Santos? Como você está se preparando?
L- Estou preenchendo minha agenda, pretendo trabalhar até meu último dia aqui, porque, mesmo fotografando por gostar, também estou juntando uma grana. Então em Santos, minha última Festa Holiday vai ser dia 30 de dezembro.
E – No meio de tudo isso, decisões, festas, fotos, edições e compromissos. Existe espaço para uma a vida social e relacionamento?
L- No meu trabalho eu acabei envolvendo tudo isso, saio para trabalhar, me divertir e namorar.
Dedicação é umas das palavras que pode representar quem conhece um pouco do trabalho feito por Lusca Santana e suas fotografias, mas como o mesmo diz, pode ser que esteja com os dias contado, mas todos que admiram ele e suas fotos, provavelmente vão querer que ele sempre faça o que gosta e que sempre continue tirando fotos incríveis, se tornando um profissional cada vez melhor.