O suplício de Tim Lopes

por Emerson Gustavo 

 

Arcanjo Antonio Lopes do Nascimento, também conhecido como Tim Lopes, foi um repórter investigativo e produtor da Rede Globo. Tim Lopes nasceu em 1950, em Pelotas, município do Rio Grande do Sul, foi o quarto filho de uma família de 12, quando completou 8 anos, sua família se mudou para a favela da Mangueira, no Rio de Janeiro. Teve uma vida simples, em circunstâncias humildes, mas cursou jornalismo na Faculdade Hélio Alonso (FACHA) e seu primeiro trabalho foi como contínuo na revista Domingo Ilustrado.

Na década de 70, Lopes se infiltrou em uma obra para produzir uma matéria sobre as condições precárias dos trabalhadores, ele trabalhou na obra até ter o material necessário para a matéria sobre a construção do metrô do Rio, e assim Tim Lopes iniciou sua carreira como repórter investigativo. Ao longo de sua carreira, também trabalhou para alguns jornais do Rio como O Globo, O Dia e jornal do Brasil, até que, em 1996, se tornou um produtor da Rede Globo. Tim Lopes ganhou vários prêmios durante sua carreira, como Prêmio Abril de Jornalismo, em 1985 e 1986, e o Prêmio Exxon Mobil de Jornalismo.

No dia 2 de junho de 2002, Tim lopes estrava investigando traficantes de armas e drogas na Vila Cruzeiro, até que um dos traficantes desconfiou e abordou Lopes, que confessou ser jornalista da Globo e foi espancado e levado para o chefe do narcotráfico da região, conhecido como Elias Maluco.

Lopes foi levado para um morro dentro do Complexo do Alemão, conhecido como Pedra do Sapo, ao chegar lá, foi amarrado em um tronco de árvore e torturado com cigarros nos olhos, e teve membros do corpo arrancados por uma espada samurai enquanto ainda estava vivo, no final, Lopes foi colocado dentro de vários pneus, coberto de combustível diesel e incinerado, em uma prática conhecida como micro-ondas, a investigação do crime foi iniciada pelo detetive Daniel Gomes. 

Sua morte foi somente confirmada no dia 5 de julho, após exame de DNA dos fragmentos de ossos encontrados num cemitério clandestino. Tim Lopes foi premiado postumamente com o maior prêmio dos Direitos Humanos do Brasil, o Prêmio Direitos Humanos, em 17 de dezembro de 2012, e em 2017, foi homenageado com o Prêmio Vladimir Herzog.