Perfil Fotógrafos | Helen Levitt

Perfil Biográfico Fotógrafos | Helen Levitt
Por Juliana Souza | 3FM2 FPP 2022-2
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Helen Levitt, foi uma fotógrafa norte-americana, nascida e criada no Brooklyn, Nova York em 1913. Seu interesse pela fotografia começou em 1931 e a maioria de suas fotografias foram feitas nas ruas de Nova York. Sua trajetória iniciou como fotógrafa comercial no Bronx, ganhando seis dólares por semana enquanto aprendia com o fotógrafo que a contratou, o básico da técnica da câmera escura; aos 16 anos decidiu se tornar uma fotógrafa profissional.
 
Foi em 1935, durante uma exposição na pequena galeria em Nova York, a Julien Levy Gallery, uma das poucas galerias que fazia exposições de fotografias, que ela descobriu o trabalho dos fotógrafos que a inspirou, Henri Cartier – Bresson e Walker Evans, e tornando-se amigas de ambos, imprimiu algumas das imagens de Evans para uma exposição e em 1938 seguindo o exemplo de Bresson ela comprou uma câmera de 35 mm e iniciou seu trabalho com ele numa série de imagens tiradas no metrô de Nova York. Helen estava decidindo sobre o assunto que seria sua vida nos próximos quarenta anos, a sua marca registrada, a fotografia nas ruas da comunidade, em especial o registro das atividades de mulheres, crianças e animais. Permaneceu fotografando com Evans até 1941.
 
Em 1939 e início dos anos quarenta seu trabalho começou a aparecer em publicações de revistas como Fortune e US Camera Annual, Minicam e PM. Em 1940, seu trabalho foi incluído na exposição inaugural do departamento de fotografia do MoMA, mas só três anos depois, em 1943, ela teve sua primeira exposição individual.
 
No mesmo ano de 1943, ela recebeu uma bolsa de fotografia no museu de artes, onde encontrou defensores entusiastas como o próprio Walker Evans e o escritor James Agee. Neste período ela foi incentivada por eles a criar uma monografia contendo suas imagens em preto e branco. James também motivou Levitt a compilar suas imagens em um livro em que ele contribuiria com o texto de “A Way of Seeing”, que traduzido significa “maneira de ver”, que foi publicado posteriormente em 1965. Nessa década de 1947, interessada  em cinema e com a colaboração de Agee, tornou-se editora e diretora de filmes em tempo integral, fazendo uma carreira fora de seus limites.
 
Em 1949 junto com Janice Loeb, diretora de fotografia e o diretor de cinema Sidney Meyers ela fez o The Quiet One, um documentário de longa metragem sobre um lar para meninos delinquentes, que deu a ela o primeiro prêmio no Festival de cinema de Veneza. Em 1951, ela completou o projeto In The Street, com Agee e Loeb, onde ela captura em filme o espírito de suas fotografias. Levitt fazia fotografias coloridas desde 1950. Mas, mesmo sendo uma das pioneiras, teve seu trabalho ofuscado por Joel Meyerowitz, Stephen Shore e William Eggleston aclamados como os pioneiros da fotografia colorida de belas artes. Levitt fez sua exposição de suas imagens coloridas tirando slides de 35 mm que ela exibia como slides projetados, dois anos antes deles no museu de artes moderna.
 
Em 1959, Helen Levitt retornou à fotografia após receber a bolsa Guggenheim (Guggenheim Fellowship), financiamento concedido pela fundação John Simon Guggenheim desde 1925, para aqueles que demonstram excepcional capacidade para produtividade em artes, para suas fotografias de ruas em cores. Em 1980, Levitt voltou ao filme em preto e branco. Em 1991 houve a primeira retrospectiva nacional de seu trabalho realizada pelo Museu de Arte Moderna de São Francisco. Em 1997 recebeu o Master of Photography Infinity Award do ICP, do centro internacional de fotografia.
 
Nova York era o grande pano de fundo das imagens de Helen Levitt, suas portas, ruas, o cotidiano nos bairros, as crianças brincando de noivos, as fachadas das casas, os carros na rua, a  movimentação das pessoas foram celebrados pela  perspicácia  das lentes poéticas de Levitt, que conferem uma franqueza única e palpável do lugar que ela conhecia e  observava  com singularidade  própria, que conferiu  a  Helen Levitt, a ser conhecida por  poeta visual da cidade.
 
Hellen permaneceu ativa na fotografia por quase 70 anos, nunca se casou e morava com seu gato amarelo Blinki. Morreu aos 95 anos de idade em 29 de março de 2009.