Perfil Fotógrafos | Camilla Albano

Perfil Biográfico Fotógrafos | Camilla Albano
Por Jamile Rayzer | 3FM2-4FM1 FTI 2023-1
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Entrevista feita via instagram e e-mail com a fotógrafa Camilla Albano, no âmbito da disciplina de Fotografia Introdução do Curso Tecnólogo em Audiovisual da Esamc Santos. 

Jamile Rayzer: Qual a sua cidade Natal, idade e data de nasciento?
Camila Albano: Nasci em Fortaleza e sou de 23 de Junho de 1987.

JR: Qual a sua formação e por quê iniciou a fotografar? Teve apoio da família na profissão? 
CA:
Eu venho de uma família de fotógrafos (somos 9 no total), então a fotografia sempre esteve inserida na minha vida. Ganhei a minha primeira câmera muito nova, então desde que me entendo por gente, já fotografava. Sempre tive o paoio de minha família. Quando me tornei fotógrafa de natureza, meu pai pediu algumas fotos minhas e fez um álbum. Achei muito marcante.

JR: Quais os trabalhos realizados? Trabalhou ou trabalha para alguma marca?
CA:
Além dos trabalhos comerciais do dia a dia na fotografia, os trabalhos mais relevantes que eu fiz foram projetos autorais. Mulheres da Lua (ensaios de mulheres na natureza), o Afeto (fotos de mães amamentando), fotos de povos indígenas, fotos de perto naturais e fotos de natureza. Já fotografei para grandes marcas, mas não é meu foco.

JR: Quais os equipamentos que utiliza?
CA: Por muitos anos usei Nikon, mas há 4 anos migrei para Canon, e há alguns meses passei para as mirrorless. Sempre priorizo as lentes fixas claras (50mm 1.4, 85mm 1.4, 35mm 1.4). Tenho outras lentes, mas esse trio é meu favorito para todo tipo de trabalho.

JR: O que a fotografia representa para você?
CA: Memórias. A importância de captar uma emoção e parar o tempo naquele momento O que quer transmitir? Comunicação. Ser a ponte entre o que eu fotografo e quem vê, e poder mostrar um lugar, uma informação ou uma sensação.

JR: Quais os lugares que visitou para fotografar?

CA:Festivais alternativos pelo país, Aldeia multiétnica, praias, serras, Chapada… Você fotografa só a área da natureza ou se interessa por outras áreas? Eu fotografo natureza, partos, eventos.. E tento aprofundar cada trabalho e cada relação com as pessoas que me contratam. Vou buscar o lado mais natural do que eu vou registrar.

JR: Onde armazena seus trabalhos? 
CA:
Em casa tenho HDs externos e um Time Capsule da Apple que espelha o HD principal do meu computador. Mas para mandar pro cliente final, mando pela nuvem com garantia de 2 anos. Depois disso eu libero espaço para os novos trabalhos.

JR: Qual a experiência na fotografia que fez você perceber o quanto fotografar é importante para você?
CA:
Eu já fotografava festivais alternativos, mas ainda trabalhava em agência de publicidade e não tinha pensado em ser exclusivamente fotógrafa, mas ganhei um livro “O Clube do bangue bangue” sobre fotojornalistas que registravam o apartheid na Africa, e o livro foi uma virada de chave na minha vida para me focar na fotografia documental. Fui morar na Chapada e passei a fotografar tudo ao meu redor por lá. Fotos que mostravam inclusive o problema do agronegócio na região, e senti que agora eu tinha um propósito.

JR: Pode dizer um trabalho que se orgulha muito?
CA:
Me orgulho de todas as fotos que eu fiz de aldeias indígenas e quilombolas, e que mostram um pouco da cultura deles. Me orgulha que em alguns desses encontros eu já era mãe e pude levar minha filha comigo. São registros que um dia quero expor.

JR: Já foi reconhecida pelo seu trabalho com algum prêmio,por exemplo?
Ca:
Sempre que vou pra Chapada me reconhecem pelo meu trabalho pra região. Ganhei um concurso da Vale do Rio Doce com o Sebastião Salgado. E ganhei também outros concursos que premiaram com equipamentos fotográficos. Mas ganhar o Gênesis autografado pelo Sebastião é um ponto de orgulho pra mim.

JR: Como surgiu a ideia de transformar suas fotografias em Janelas Fine Art?
CA:
Minha irmã sempre sugeria vender minhas fotos, mas eu nunca me imaginei em feiras fotográficas vendendo fotos em quadros. Mas um dia vi o trabalho do Melo Bastos, e foi revolucionária a forma que ele vendia os “portais” (forma como ele chama os quadros dele). Aí meu marido comprou comigo essa ideia e fez todo o projeto. 

JR: O que espera da fotografia no futuro? Tem novos projetos?
CA:
Espero por câmeras mais rápidas e programas de edição que simplifiquem mais a nossa vida. O processo mais “chato” (pra mim) depois de um casamento com mais de 5 mil fotos, é a curadoria. E se houver um programa que simplifique isso (deletando fotos sem foco, por exemplo), será muito bem vindo. Sobre os novos projetos, a ideia agora é viajar pelo litoral do Ceará e produzir novas janelas.

JR: Poderia dar algumas dicas para iniciantes de fotografia?
CA:
A dica é: compre uma lente fixa, descubra locais seguros onde você pode fotografar à vontade e não tenha medo de testar sua câmera. A coisa mais especial é um fotógrafo conhecer seu olhar e não ter medo do diferente.

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