Perfil Fotógrafos | João Cruz

| Perfil Biográfico Fotógrafos | João Cruz
| Por João Victor da Silva Santos | 4FN1 FTI 2023-2
| 5966 caracteres

João Cruz, nascido na Baixada Santista em 03 de março de 2000, trabalha na área fotográfica há 6 anos. Meu primeiro questionamento foi sobre quando começou o seu interesse pela fotografia, e este disse que seu interesse começou cedo, em 2017, com o início de sua carreira. A fotografia, também considerada uma forma de trabalho, para ele era um passatempo, um momento de lazer. Informou que não possui um diploma na área, pois acredita na prática. Para ele, buscar o “Know-How” foi essencial no começo de sua jornada.

Logo em seguida, perguntei se ele possuía algum segmento na sua área de trabalho e ele me respondeu que segmenta seu trabalho no âmbito de retratos e eventos, mas especialmente no retrato, pois, para ele, os momentos precisam ser valorizados. Para João, as memórias são “cenas de filme” que precisam ser registrados com sua câmera Nikon Z60, acompanhada de 2 ou 3 lentes. O olhar dele pela fotografia é assim: copilados de lembranças que necessitam ser eternizadas.

Após, perguntei como foi se posicionar no mercado de trabalho e quais desafios um profissional de fotografia enfrenta atualmente. Ele disse acreditar que um dos maiores desafios é se encaixar dentro de um mercado tão amplo e disputado. Optou por construir seu trabalho através do “networking”.

Falando sobre desafios, ele acredita que o maior de todos para um profissional é ter o tato/feeling no ramo, entender o que é pedido em uma comissão. Na sua linha de raciocínio, este “feeling” se adquire com o tempo, e ele acreditaestar em falta nos profissionais atuais. Em particular, ele acredita que ter este tato no ramo é o que o torna um dos melhores, visto que ninguém precisa ser melhor do que ninguém, mas sim estar entre os melhores.

“Existe alguma inspiração por trás de seu trabalho, de suas fotos?” João declara que ele tem como inspiração filmes, capas de músicas e até desenhos antigos que assistia. Os nuances analisados por ele, depois de crescido, ele entende como cenas, uma foto pronta com contexto feito por cima, contexto que ele visa transmitir sentimentos, as fotos precisam ser sentidas.

Também indaguei como ele se prepara para uma sessão de fotos e ele responde que a preparação prévia é feita à base de estudo. Estuda sobre a ideia proposta, decompõe o que o cliente realmente quer e formula e vai modelando o ensaio de forma intuitiva.

“Pode compartilhar um projeto fotográfico que o tenha desafiado ou impactado significativamente?” João cita a epifania de um trabalho nunca realizado, o qual o objetivo era a criação de um portfólio de “Fine Art”.

Se aventurar nesse nichonão explorado por ele foi marcante, pois houve grandes desafios, como: entender o que era, saber o que transmitir, como e para quem transmitir. Assim, se tornou uma incógnita em sua cabeça, e não se cessava, porém, com o tempo, foi se tornando divertido para ele, que declara “mergulhar num mundo que você já entende é maravilhoso”.

“Como você lida com situações ou condições adversas durante uma sessão de fotos?” João usa como método de fuga um “plano B”. Caso aconteça do modeloestar indisponível no dia ou haver um imprevisto para o ensaio ocorrer, conforme planejado, ele sempre tenta adaptar o ensaio com um plano B que atenda ao prazo e à ideia proposta pelo cliente, satisfazendo ambos e contornando quaisquer conflitos futuros.

“Como você acha que a fotografia mudou ao longo dos anos e como se manter atualizado?” João conta que, na visão dele, a fotografia não foi inventada pelo ser humano, mas sim redescoberta de outra forma.

“Uma vez escutei de uma filósofa muito inteligentequetudo que imaginamos existe num campo de ideias, onde alguém pega essa ideia e traz para o mundo real”, conta João Cruz.

Para ele, fotografia é algo atemporal, não tem data, é em si a evolução magna da pintura rupestre, por exemplo, onde o homem, coletor ou caçador, querendo se comunicar, utilizou os recursos que tinha e começou a produzir imagens nas pedras: cenas de homens caçando, elefantes enormes ao lado do homem, cenas que precisavam ser registradas.

“É muito louco pensar que isso veio de um cara lá do passado que tirou do campo das ideias e trouxe para o mundo real, e tudo isso está no seu bolso, no ato de você pegar seu iPhone 15 com seus ultra mega pixels e fotografar algo”. Ele também faz ligação ao conflito entre IA (Inteligência Artificial) e a Fotografia que conhecemos hoje.

“Inteligência artificial é um passo muito além da perna em relação à tecnologia de fotografia, e a ciência está tentando achar um método dessas IA’s distintas conversarem entre si, isso é muito bizarro e pode levar à fotografia, o ato de fotografar a outro patamar, um nível em que a criatividade digital vai ter um valor muito mais alto que o ato de ir a campo e fotografar, fazendo com que a criatividade tenha que ser trabalhada de outra forma, eu não acho isso nem bom nem ruim, acho abstrato.”

“Acredito que o profissional de fotografia não vá sair de linha, acredito que o seu estilo de trabalho vai ser adaptado, e toda essa ideia de fotografar quadros e paisagens vai se tornar como um disco de vinil, a fotografia feita com câmeras vai ser um detalhe no meio da ideia de fotografar.”

“No futuro, o conceito de fotografar talvez nem seja necessária uma câmera, aquela câmera mesmo, trambolho, às vezes é só um iPhone 15 e muito Photoshop, e tá tudo bem, porque existe espaço para todo mundo se expressar da forma que quiserem e como acharem melhor.”

“Tem algum fotógrafo renomado que você sonhe em fazer uma colaboração/feat *fine art – Por definição, o termo fine art é associado a obras de arte. Na fotografia, é identificado a partir de elementos alterados, como o avivamento de cores e a qualidade de impressão da imagem.

* knowhow – habilidade adquirida pela experiência; saber prático.

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