Perfil Fotógrafos | João Wainer

Perfil Fotógrafos | João Wainer
Por Bruno Eduardo dos Santos Costa – 2018-1
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João Wainer nascido em São Paulo no ano de 1976, neto de Samuel Wainer e Danuza Leão. É fotojornalista e documentarista. Iniciou sua carreira fotográfica no ano de 1992 quando tinha 16 anos quando atuou como estagiário do Jornal da Tarde. Lá ele Trabalhou por um período de dois anos como assistente do fotógrafo de moda, publicidade e retratos Bob WolfensonNo ano de 1996 com 20 anos ingressou a equipe de fotojornalistas do jornal a Folha de São Paulo.
 
Wainer, além de ter inspiração e referência familiar para ingressar na fotografia teve como principal fato gerador a influência do grupo de Rap paulista Racionais Mc’s, grupo esse, em que suas músicas estavam sempre nos seus ouvidos. Justamente por ter essa inspiração no grupo Racionais, teve suas lentes voltadas para uma realidade que é por muitas vezes ignorada, mas que era o centro da mensagem musical dos Racionais, a realidade das periferias, dos marginalizados,dos excluídos, esses que foram o foco da lente de Wainer, e principal inspiração para seus trabalhos mais que premiados.
 
Além disso, João Wainer tem se destacado em propor uma nova linguagem para o fotojornalismo atual, e tem se tornado a voz do futuro, apontando para uma realidade digital inspirada no documentário, e no jornalismo digital, indicando uma mudança também por questões ecológicas. Por sua perspectiva pautada no futuro, e por trabalhos consistentes, João Wainer têm diversos prêmios.
Fez capas de livros, CDs e DVDs para vários artistas, entre eles: Chico Buarque, Rita Lee, Jair Rodrigues, Dona Ivone Lara, Gilberto Gil, 509-E, Banda de Pífanos de Caruaru, Rappin Hood, Max de Castro, Simoninha e muitos outros.
 
Colaborou com publicações internacionais como The New York Times, The Guardian, The Times, El Clarín, argentino. Teve trabalhos publicados nas revistas; Trip, Marie Claire, Poder, Serafina, Bravo!, FFW MAG, Roling Stone, Gloss, S/N e muitas outras. João Wainer permaneceu na equipe de fotojornalistas do Jornal Folha de São Paulo até o ano de 2010, quando assumiu a TV Folha, departamento de vídeo do jornal. 
 
Na TV Folha João Wainer teve a oportunidade de implantar uma nova linguagem na realidade do Fotojornalismo, segundo ele, essa nova linguagem começou com a inspiração no documentário, até por manusear câmeras de foto e vídeo, e começou a introduzir essa nova linguagem estabelecendo 4 pilares para o fotojornalista executar esse trabalho, são eles: saber fotografar, saber filmar, saber editar e deve saber escrever.
 
João Wainer, buscou de certo modo romper com a estrutura do telejornalismo que o jornal era apresentado de uma determinada forma, com linguagem própria, e com roteiro coeso, porém não tão livre, ele propôs produzir através dessa nova linguagem que continha um formato de documentário, um estilo mais livre e independente.
 
Com relação ao roteiro a equipe da TV Folha, trabalha de forma bem original buscando aproximar a realidade de um jornal impresso que é, e o esquema era o seguinte; o fotógrafo entrevista o repórter de rua e esse passa a matéria ao editor, que não tem por função somente editar, com João Wainer o editor tem a possibilidade de atuar como roteirista, o que também torna o roteiro mais flexível e livre, pois ele é construído na edição. Com o trabalho da TV Folha sendo reconhecido, o jornal recebeu o convite da TV Cultura para apresentar o programa em sua grade.
 
Além disso, ao propor essa nova linguagem, João Wainer entendeu não só o desenvolvimento da mídia digital, como também as necessidades no que se refere as questões ambientais. Wainer acredita que aos poucos, e essa já é uma realidade e não o futuro, o papel deverá ser menos utilizado, e que serão substituídos por essa nova linguagem. Wainer destaca também a economia que isso pode gerar, trazendo maior rentabilidade econômica para as empresas utilizarem esses recursos que hoje são usados na mídia impressa, serem utilizados tanto nos equipamentos, quanto no aperfeiçoamento e melhoria das equipes.
 
João Wainer vêm sendo considerado um desbravador nesse sentido, e uma referência, já que essa linguagem futurista não parece estar muito distante, muito pelo contrário, parece cada vez mais próxima da realidade do fotojornalista e de todo o seu contexto. João Wainer teve a oportunidade de durante um período de quatro anos fotografar o presídio do Carandiru. Foi uma experiência demais, eu era super novo, aprendi muita coisa nesse período”, diz. “Tudo o que fiz antes foi para chegar ali. Também pelo fato de ser o último, fiz com mais maturidade, mais cuidado, com um entendimento um pouquinho maior”, acredita”.
 
 
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