Perfil Fotógrafos | Angélica Dass
Por Juliana Zacarias – FTI 2021-1
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Angélica Dass é uma fotógrafa negra brasileira, ativista que aos 43 anos e residindo na Espanha; viaja o mundo levando seu mais recente projeto, o qual lhe rendeu tamanha fama: O projeto denominado Humanae, é composto por três mil volúntarios (no caso de menores, autorizados pelos pais); em mais de dez países, dentre elas pessoas com deficiência, lgbtqia+, pessoas com doenças terminais, etc.
Esse escopo diz respeito não somente aos tons de pele, mas também sobre o tratamento que é dado às pessoas de acordo com os mesmos. Relacionando a escala de cores Pantone aos retratos dessas diversas pessoas (de bebês a idosos); vem à tona um misto de sentimentos, tal como a sensação de pertencimento a quem por acaso ou pretensão visita alguma exibição. O projeto obteve tanto retorno, que começou a ser utilizado por professores, com seus respectivos alunos pintando autoretratos com as cores de suas peles.
A ideia se iniciou no questionamento e indignação de Angélica à cerca do racismo pertinente na nossa sociedade. Tendo vivido a maior parte de sua vida na periferia, ela pôde sentir desde muito cedo, literalmente na pele, os impactos de problemas sociais não reparados.
Foi essa jornada que a encorajou a mostrar pra quê veio e tentar carreira fora do seu país de origem. além de Humanae, Angélica possui um portfólio repleto de significados e emoções. Em seus trabalhos ela costuma captar a beleza negra, feminina, a maternidade, partes da moda e a simplicidade dos momentos cotidianos.
Em seus registros a fotógrafa procura compor os cenários da forma mais natural possível, que permite com que o sentimento seja passado com mais facilidade. Luz do dia; tons tanto claros e frios, quanto quentes e escuros; desfoque dentro de um padrão agradável; ângulo na altura dos olhos fazendo contato direto com quem vê, dando a sensação de estar nos lugares os quais as fotos foram realizadas: tudo sem muitas informações ou técnicas incrivelmente inovadoras; o que há de novo é o propósito de cada imagem, os relatos e histórias de cada uma das partes que compõem as cenas. Costuma fotografar em retrato, pois a maioria de suas obras o é; no entanto, não deixa de mostrar seu talento em fotografias horizontais.
Atualmente, Angélica Dass mantém seu perfil no Instagram com 44.3K seguidores. Lá ela divulga seus trabalhos, mas também consegue ter um contato mais livre com as pessoas que lhe acompanham, compartilhando coisas que gosta e não deixando a parte profissional, mostra não ironicamente seu lado mais humano.
Ela conta que um dos seus maiores desejos é que uma vida não valha mais que a outra, dentro de um contexto social, racial e ético. Diariamente, reforça mesmo que em ações simples a importância dessas pautas estarem presentes no contexto coletivo desde a infância, fala de luta e resistência.
Tendo passado recentemente o dia no qual se comemora a abolição da escravatura; retorna por meio de inúmeras imagens da artista a indagação “será que princesa Isabel simplesmente acordou e decidiu assinar a lei Áurea, indo contra toda aquela gente?”.
Nas coisas mais simples, como um lápis da “cor de pele´´ sendo aquele tom rosa, vemos que nem todos estão sendo considerados. O racismo está presente e precisa ser combatido não só pelos negros, é preciso que as pessoas brancas também sejam antirracistas, afinal, todos nós somos humanos e merecemos respeito.
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Instagram
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