Perfil Fotógrafos | Geraldo de Barros
Por Danilo Runze Ulrich – FTI 2021-1
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Geraldo de Barros nasceu no dia 27 de fevereiro de 1923 em Chavantes, São Paulo. Foi fotógrafo, pintor e designer, também é considerado um dos pioneiros da fotografia abstrata e do modernismo no Brasil.Em 1945 começou a estudar pintura nos ateliês de Clóvis Graciano, Collete Pujol e Yoshioka Takaoka, seguindo o movimento artístico concretismo, manuseio de ‘formas geométricas simples’, no qual recebeu bastante reconhecimento por suas obras.
Nesse mesmo ano começou a realizar experiências com fotos abstratas.Começou seus estudos na fotografia em meados de 1947 no “Foto Cine Club Bandeirantes”, tendo como influência as experiências de Man Ray e Moholy Nagy. Nomesmo ano deu origem ao grupo dos 15, formado por 15 artistas da área, seguindo os princípios do expressionismo. Geraldo de Barros descobriu-se na fotografia abstrata, dando origem a um novo método baseado na reconstrução de negativos e na sobreposição dos mesmos a fim de criar algo novo.
Esse processo ficou conhecido como foto forma.Em 1951 recebe uma bolsa do governo francês, por conta de sua exposição sobre foto forma no ‘’Museu de Arte Moderna’’, o que lhe possibilitou um intercâmbio na Europa durante um ano, realizando estudos sobre o pintor Paul Klee e as técnicas de gravuras em Paris.Em 1952 retorna ao Brasil e começa a se dedicar ao design e ao desenho industrial na área de móveis, fazendo parte de inúmeras empresas como “Unilabor” e ‘‘Hobjeto’’, passando boa parte de sua vida nesta profissão.
Em 1957 com o intuito de levar a arte para todos, começa a desenvolver em larga escala moveis com designer simples, no intuito de socializar sua arte e possibilitar a compra por qualquer pessoa. Compreendendo que o projeto não ia ser bem sucedido, devido ao alto valor artístico de suas obras e aos preços inacessíveis, decide abandonar a ideia. Por conta da crise econômica após a ditadura, a Unilabor passa a ter dificuldade financeira, causando a falência da companhia, levando ele a seguir as tendências da época, trabalhando com outdoors seguindo o estilo de pop art.
Na década de 70, volta para a arte geométrica e ao concretismo, seu retorno a este estilo artístico é marcado pelo uso de técnicas de iluminação e sombreado, composições de figuras e cenas, e até a criação ou ilusão de movimento, com o objetivo de relacionar as formas no espaço e ritmo, utilizando a fórmica como suporte, pois facilitava a produção em larga escala.Em 1996 bastante debilitado por conta dos problemas de saúde e com o corpo parcialmente paralisado, Geraldo volta à fotografia visando obter uma finalização paraseu trabalho que havia começado em 1940. “Com a ajuda de sua assistente Ana Moraes, dá origem a sua última produção, ‘‘Sobras”.
Tratava-se de negativos que em sua maioria mostrava paisagens e viagens, a intenção era juntar os negativos antigos para criar novos formatos, remetendo às atividades de recorte que as crianças fazem nas escolas. Em sua carreira como fotógrafo procurava experimentar e descobrir novas maneiras de compor uma foto, fugindo dos métodos convencionais, tornando suas obras únicas. Geraldo de Barros faleceu em 17 de abril de 1998.