Atualmente, Cauê possui 5 anos de experiência como fotógrafo profissional e atua há mais de 7 anos aprimorando suas técnicas de trabalho, porém, para que possamos entender melhor sua arte fotográfica, é necessário compreender onde e como tudo começou.Biografia: “Cria” de São Paulo.
Artista nascido e criado na cidade de São Paulo, Cauê Paz repetiu a oitava série cerca de 4 vezes devido ao bullying que sofreu em toda a sua adolescência e, logo, desistiu de finalizar os estudos durante o segundo grau aos 16 anos. Não é possível ignorar o fato de que o sistema, de diversas maneiras, corrobora com o fato de que muitos jovens abdicam dos estudos por não receberem o apoio e suporte necessário -seja esse suporte social monetário ou psicológico-, no entanto, há inúmeros artistas incrivelmente bem sucedidos em suas carreiras e trajetórias os quais igualmente desistiram do colegial, e isso não os tornam inferiores.
Cauê aos 17 anos era skatista, e freqüentava diversas pistas de skate pela grande São Paulo. Aos 19 anos, decidiu trazer para o Brasil, ainda dentro de São Paulo, o evento Go Skateboarding Day, o qual é um evento organizado anualmente pela Associação Internacional de Empresas de Skate, evento que cresceu por meio do All Star City Skate Jam, realizado originalmente por SriKala (Kerel Roach) e Bryan Chinem Nova York.
O primeiro Go Skate Day Brazil organizado por Cauê e amigos na Zona Leste de São Paulo foi no ano de 2012 o qual reuniu cerca de 1.000 (mil) pessoas.Atualmente, o evento reúne mais de 10.000 (dez mil) pessoas anualmente no dia 21 de junho.O skate colocou o artista no mundo do grafite, e com o grafite ele conheceu o mundo do Design Gráfico o qual atuou durante alguns anos.
Quando designer, Cauê morava de aluguel com sua esposa (atual na época. Hoje, divorciado da mesma) e,mesmo pagando cerca de 400 reais em uma kitnet mensalmente, o artista nos conta que frequentemente faltava dinheiro para completar no valor de seu aluguel.Apesar de passar por uma longa e dura época com sua esposa, a qual tinha sonhos de se tornar Youtuber, e por conta disso pegou emprestada uma câmera básica para gravar seus vídeos.
E então, uma simples Canon T3 lente 50mm com motor de foco quebrado tornou-se o instrumento de trabalho de Cauê.Trajetória na Fotografia.Em um de seus piores momentos em questão de dinheiro em sua vida, onde o mesmo mal conseguia pagar as contas fixas do mês, Cauê precisava saber como multiplicar o seu dinheiro. Sem um emprego fixo, e trabalhando como “faz-tudo” no ramo do design gráfico, Cauê cogitou vender sua câmera Canon T3 quebrada para conseguir pagar o seu aluguel, mas antes de realizar o ato, pensou além.
Vender a câmera para conseguir um dinheiro fácil e rápido, ou tentar fazer valor em cima do quetinha? Foi nesse momento, então, que o mesmo decidiu vender algumas fotos. Seu primeiro trabalho como fotógrafo foi para a lanchonete Rock’n Road Burguer localizada no Jardim Aurea, Poá – SP. Cauê ofereceu 30 fotos por R$350 e contou em tom de risos que, apesar de suas fotos terem ficado “terrivelmente horríveis, o cliente amou.Geralmente, eles não possuem o senso estético que nós temos, né? É mais fácil de ser aceito” disse ele.
Para quem começou fotografando comida com uma câmera com motor de foco quebrado, Cauê decidiu que iria dar seguimento nessa área da fotografia e aprimorar suas técnicas e conhecimentos. O artista de início não possuía muito dinheiro para que pudesse pagar cursos, e então começou a pesquisar e estudar incessantemente por meio de vídeos no YouTube, e chegou até mesmo a trabalhar de graça com fotógrafos profissionais para entender de perto como trabalhar na área, como manusear os aparelhos, focos, perspectiva e senso estético para realizar uma foto.
Seu maior orientador em sua trajetória foi o fotógrafo Fernando Schlaepfer Anendfor (redes sociais @anendfor), o qual trabalha fotografando inúmeros artistas – nacionais e internacionais – e Cauê Paz nos conta que, apesar de ter trabalhado com nenhum tipo de retorno monetário, adquiriu muito conhecimento com Anendfor e leva suas técnicas para a vida.
O artista Cauê Paz nunca se limitou a apenas um nicho, e por isso se autodenomina um “Nerd Híbrido”. Seguiu em seu caminho fotográfico aprimorando suas técnicas com workshops e estudos, e desembolsou mais de 2.500 (dois mil e quinhentos) reais em cursos que não lhe ofereceram um conhecimento adequado sobre o que precisava para permanecer na área de fotografia.
Porém, Cauê não desistiu de seus estudos fotográficos por aí e seguiu investindo dinheiro no que lhe era favorável. E então, conheceu um dos cursos mais benéficos e baratos que já comprou em sua vida: Curso de Iluminação do Leo Pacheco (redes sociais @leopacheco), o qual não custou muito mais de R$350, com 10 horas de duração, e até hoje utiliza de seus ensinamentos para produzir suas artes.
Após alguns anos de estudos, o artista tornou-se professor de fotografia pelo Instituto MIX de Profissões, realizando também Cursos de Tratamento de Pele Avançado e chegou a realizar um Workshop chamado Sensibilité que contava com a parceria de inúmeros fotógrafos e modelos. No entanto, após a pandemia, Cauê perdeu toda a sua estabilidade financeira pois perdeu seus alunos dos cursos focados na fotografia e foi necessário se reinventar como artista e profissional.
Foi então quando Cauê decidiu seguir lançando seus cursos, e ir atrás de seus leads para continuar fotografando, retornou como professor a atua também como retratista publicitário. Inspirações, Influências e Exposições.Com nome e sobrenome, Haruo Kaneko (redes sociais @BrWaxx) foi uma das maiores inspirações para o artista Cauê Paz, Kaneko atualmente trabalha com Visual Concept, é Fotógrafo, Diretor de Arte e Diretor Criativo e idealizador do projeto BrWax,o qual é especialista em nu feminino artístico.
Cauê carrega um pouco da inspiração do nú feminino em seus trabalhos, e denomina Kaneko como “profissional de um trabalho absurdo”.Porém, nem todas suas influências são do meio fotográfico, mas também do mundo literário e cinematográfico. O artista possui 1 livro publicado chamado “Aula de Tratamento de Pele Avançada”, e cerca de 3 livros de romance autorais não publicados por falta de oportunidade, e segue em busca de um (a) ilustrador (a) para publicar a obra.
Os livros, em sequência, são contos de horror, fantasia e contos eróticos. As maiores referências de Cauê dentro da literatura é o autor HP Lovecraft e Stephen King devido suas obras de fantasia, terror e horror cósmico o qual o deixa alucinado.Além disso, no mundo do cinema Cauê se identifica com o diretor Tarantino com filmes como Pulp Fiction, e principalmente na genialidade de Darren Aronofsky ao produzir obras como Réquiem For a Dream e Cisne Negro, não focando somente em seu roteiro porém também na fotografia e gráfica impecáveis dos filmes em questão. “O que te definirá como bom profissional, como diz Kappa, são os amores que você viveu, os livros que leu, os filmes que viu, e as experiências que teve” Diz Cauê, ao ser questionado sobre o que acredita que faz um bom profissional dentro da fotografia.
O fotógrafo, aos 17 anos, costumava ler o site Catraca Livre para ficar atualizado sobre os “rolês gratuitos” dentro da grande São Paulo, onde conheceu a exposição de retrospectiva de Larry Clark com Ralph Gibson no MIS (Museu da Imagem e do Som) em 2013, e diz que foi uma das mais significativas exposições já presenciada pelo artista pois as amostras de fotografias, vídeos e longas-metragens inéditas de Larry Clark são artes pesadas, bem pesadas e extremamente gráficas, explorando cruamente a violência, o sexo e as drogas, tal como o filme KIDS (1995) que o próprio Clark dirigiu.
Cauê Paz diz que, apesar do diretor Clark ser extremamente gráfico, a objetividade de suas obras são imensamente valorizadas em seu cunho artístico e que foi, indubitavelmente, uma das exposições que mais o marcou durante sua vida. Cauê Paz hoje, aos 29 anos, acredita que para se tornar um fotógrafo é necessário que se estude técnicas, dê as caras para aprender e, acima de tudo, não se limite; “O carro não faz baliza sozinho, o motorista ainda é você!” conclui o mesmo, em tom de brincadeira.