Perfil Fotógrafos | Chico Albuquerque

Perfil Biográfico Fotógrafos | Chico Albuquerque
Por Gustavo Pereira | FTJ 2022-1
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Francisco Afonso de Albuquerque mais conhecido como “Chico Albuquerque” foi pioneiro da publicidade brasileira na década de 1940. O mesmo foi exímio retratista de personalidades: celebridades, artistas e membros da alta sociedade paulistana, também foi chefe da equipe que criou o departamento de fotografia da Editora “Abril” entre os anos 60 e 70 e claro, ensaísta apaixonado pelos temas típicos de sua terra natal, o Ceará. No qual, nasceu no dia 25 de abril de 1917, em Fortaleza, capital do estado.
 
 
Chico nasceu numa família de fotógrafos, seu pai e sua mãe eram fotógrafos e iniciou sua carreira no cinema ainda jovem, com seus 15 anos de idade, como auxiliar de seu pai, Adhemar Albuquerque, também cinegrafista amador. Chico se se profissionalizou em 1934, quando produzia retratos no estúdio fundado pelo pai em Fortaleza, a “Aba Film”. O mesmo mudou-se para São Paulo em 1945, aos 28 anos de idade. para abrir o seu próprio estúdio de fotografias. Ele foi membro do Foto Cine Clube Bandeirante, onde participou ativamente do movimento chamado “Fotoclubismo”(associação para discutir e promover o desenvolvimento da fotografia, entre os membros).
 
 
Em 1948, Chico foi o primeiro fotógrafo do Brasil a produzir uma campanha publicitária registrando um produto e modelo para uma campanha da Johnson & Johnson, assinada pela agência J.W. Thompson. Até então as campanhas eram concebidas para utilizar apenas ilustrações, gráficas e desenhos. Chico deu inicio à um novo mercado no país. Ele trabalhou intensamente com propaganda e campanhas comissionadas, atendendo clientes de setores como a indústria automobilística, alimentos, moda e arquitetura. O mesmo Participou de diversas exposições e amostras nacionais e internacionais de Fotografia, e obteve medalhas de ouro em Frankfurt, Turim e Buenos Aires.
 
 
Antes de sua mudança para São Paulo, aos 25 anos de idade, Chico participou como fotógrafo de cena, das lendárias e aclamadas filmagens em locações cearenses de It’s All True, o documentário inacabado de Orson Welles (ator e diretor), que havia se instalado momentaneamente em Fortaleza. Com Orson Welles, Chico Albuquerque declarou ter compreendido a necessidade de desenvolver uma noção estética para realizar uma fotografia corretamente.
 
 
A rigorosa composição dos quadros, que Albuquerque declarava uma lição do cineasta americano, o seguiria por toda a sua carreira, traduzindo-se em sua busca de total controle da imagem, sobretudo em estúdio, mas também sob luz natural – característica que fazia dele, segundo o amigo e colega de profissão, Thomas Farkas, um profissional “muito perfeccionista”.
 
 
Para encontrar seu caminho, o jovem Albuquerque organizou o próprio portfólio e viajou para o Rio de Janeiro em duas ocasiões, entre 1934 e 1946. Pois queria aprofundar os conhecimentos e melhorar a técnica.A respeito dele, escreveu o fotógrafo Ed Viggiani, um dos repórteres fotográficos formados pelo mesmo em O Povo: “Para ele (Chico) não havia luz ruim, apenas falta de inspiração”. Em 2003, na cidade de Fortaleza, foi fundado o Instituto Cultural Chico Albuquerque, uma justa homenagem ao grande mestre, que faleceu no dia 26 de dezembro de 2000 vítima de um infarto.