Visita Técnica ao Sesc Santos

Por Rafaela de Jesus – FIC 2023-1

Experiencia pessoal da visita técnica do teatro Sesc A visita técnica que fizemos com o professor Claúdio foi incrível, nunca tinha ido no Sesc de Santos, a estrutura do lugar é muito bonita, com um conceito moderno e cultural. O teatro do Sesc tem características de um palco italiano, onde o público fica de frente para a peça e no meio está localizado o ponto zero, onde ficam os profissionais encarregados de produzir as peças, existe uma cabine técnica que fica na parte de cima do teatro, mas eles preferem ficar no meio, assim conseguem controlar melhor a iluminação e o áudio do espetáculo.
 
A produção toma todo cuidado possível para não atrapalhar pessoas, bloqueando as poltronas de trás e diminuindo a luminosidade das telas dos computadores para não incomodar a visão do público. O teatro tem 4 andares, no primeiro andar ficam as poltronas, onde os profissionais e os atores ensaiam para a peça, então, seguindo por trás do palco, fica a parte dos bastidores, corredor dos camarins, onde eles guardam o piano do teatro etc. Já no terceiro andar, tem o maquinário de varas e coisas que se movimentam durante o espetáculo, ao todo tem 58 varas de cenário e 7 varas enormes de iluminação elétrica que suportam 300kg por metro e por último, o quarto andar, que seria a parte do teto do teatro que ficam as tardas que sobem toneladas de painel de led, contudo são 6 tardas que sobem e descem sincronizadamente. 
 
O pessoal do teatro já fez de tudo que você possa imaginar, já apresentaram o Mirada no ginásio do Sesc, montaram dois teatros no ginásio, já usaram todos os teatros e espaços alternativos que acreditaram que poderia ser possível de fazer um espetáculo, inclusive usaram até a fortaleza de Santos. Aconteceram muitas coisas que foram proibidas por serem arriscadas, como usar água, chuva, fogo, mas deram um jeito de substituir isso por técnicas não inflamáveis ou inundáveis, como por exemplo, usar luzes que remetam ao efeito de água ou fogo, tecidos e efeitos sonoros para ambientar o teatro. 
 
A peça tem um caderno técnico bem detalhado, com informações sobre o palco, plateia, cenografia, som, parte do vídeo, luz etc. Sendo assim, a produção manda o caderno para o pessoal do teatro, analisa a planta que foi feita para fazer toda a adequação para o espaço, e depois de tudo começa um processo que demora mais ou menos 3 meses de pré-produção até chegar em consenso e mudar o mapa de palco com a ajuda do iluminador para fazer toda a estratégia de iluminação em cima do espaço. Esse projeto é do Sesc, então eles que contrataram o diretor, cenografo, criador da trilha, da luz e outros profissionais. “Uma leitura dos búzios” demorou 4 dias para ser montada, estreou dia 17 de março e foi finalizada no dia 18 com uma gravação ao vivo feita pela CPA, equipe de captações de imagens do Sesc para fazer o acervo de peças e exibir na TV Sesc. Uma leitura de búzios fala sobre a Conjuração Baiana, Revolta dos Alfaiates ou Revolta dos búzios.
 
A peça tem uma narrativa musical, coreográfica e textual incrível, o jeito que eles abordaram sobre a desigualdade social e racismo foi impecável, principalmente nas cenas musicais, isso me prendeu muito, consegui vibrar junto e sentir todo o sentimento da história. Acredito que por mais que seja uma peça considerada média, tem toda a sua grandeza, tudo se conectava, as luzes, os sons, a trilha, o vídeo que passava de fundo, os figurinos, tudo muito bem pensado para levar as pessoas para aquela época e ter pelo menos um pouco de noção de como foi essa revolta de búzios. 
 
Foi muito bom poder fazer parte dessa visita, o Alexandre Amorim, chefe da equipe técnica do teatro, foi muito receptivo e ver toda essa parte dos bastidores da peça fez toda diferença na hora de assistir ao espetáculo, porque eu sabia mais ou menos como tudo funcionava, então foi muito magico. Agradeço muito ao meu professor Claúdio por me proporcionar essa experiencia. se admirar.