Perfil Fotógrafos | Sainara Santos

| Perfil Biográfico Fotógrafos | Sainara Santos
| Por Samara de Jesus | 4FN2 FT1 2023-2
| 7101 caracteres

Sainara de Jesus Santos, nascida em 17 de junho de 1994, na cidade de Itabaianinha em Sergipe, é uma fotógrafa talentosa atualmente residindo em Santos, SP. Aos 9 anos, mudou-se para Santos com sua família, e agora, aos 29 anos, está casada e aguarda ansiosamente a chegada de sua primeira filha.

Desde a infância, Sainara nutria interesse pela fotografia, porém, devido à falta de tempo e recursos financeiros, não pôde iniciar seu sonho mais cedo. A reviravolta ocorreu aos 23 anos, quando foi demitida do emprego. Movida pela curiosidade, comprou uma câmera e iniciou seus estudos. Seu primeiro curso foi de fotografia básica na Estação Cidadania em Santos, seguido por mais quatro cursos profissionalizantes focados em fotografia de família, gestante e crianças ao longo de sua jornada.

Atualmente, Sainara atua realizando ensaios, cobrindo eventos, produzindo álbuns e editando fotos e vídeos. Sua carreira foi impulsionada pela identificação com o nicho em que trabalha, destacando-se pela abordagem leve e natural, característica do estilo conhecido como lifestyle. A influência de fotógrafos como Isis Castro e Bruna Mendes moldou sua visão e técnica, especialmente durante seu ensaio de gestante conduzido por Bruna Mendes.

Entre os projetos mais gratificantes, Sainara destaca os acompanhamentos trimestrais de bebês, evidenciando sua paixão por registrar o crescimento e desenvolvimento das crianças ao longo do tempo. Ao enfrentar desafios, Sainara destaca a recusa de trabalhos que ela não consegue realizar, com os ensaios noturnos sendo uma exceção devido à preferência por luz natural. A resistência à luz artificial e a falta de prática nesse ambiente são aspectos que ela busca superar ao se adaptar a diferentes condições de iluminação.

No que diz respeito ao equipamento, Sainara demonstra preferência pelos produtos da Canon, destacando a evolução de suas câmeras ao longo do tempo. Sua técnica específica envolve capturar movimentos naturais em vez de poses ensaiadas, contribuindo para a autenticidade de suas fotografias.

Samara de Jesus – Como você percebe as transformações ocorridas na indústria da fotografia ao longo dos anos e como se mantém atualizada e relevante diante dessas mudanças?

Sainara Santos – As mudanças na indústria da fotografia ao longo dos anos são inevitáveis, como em qualquer profissão. Se olharmos para a história da fotografia, inicialmente não havia câmeras; começou, na verdade, com a pintura. Quando a câmera fotográfica foi inventada, foi um momento de incerteza, pois as pessoas temiam que a arte fosse relegada ao esquecimento, já que não seria mais uma pessoa criando a arte, mas sim uma máquina. Da mesma forma como vemos hoje com a inteligência artificial: não é um fotógrafo operando uma câmera, mas sim uma inteligência artificial produzindo uma imagem.

No início, pode ser assustador, mas com o tempo tudo se encaixa, e surgem nichos para cada mudança, adaptando-se a novas realidades. Por exemplo, quando houve a transição da fotografia analógica para a fotografia digital, novamente enfrentou-se desafios. Muitos estúdios que dependiam do processo de revelação de fotos precisaram se atualizar ou fechar. A revelação de fotos não deixou de existir; simplesmente mudou a forma de ser realizada. Antes, era no papel, na água, no escuro, e agora acontece na impressora. A foto ainda é impressa, literalmente, mas a necessidade de mão de obra persiste. Apenas o tipo de mão de obra mudou.

Acredito que o mesmo acontecerá no futuro com a chegada da inteligência artificial. Ela terá seu próprio nicho, mas a função do fotógrafo pode se transformar, adaptando-se às novas tecnologias, mas não deixará de existir. Essa é a visão que tenho sobre a evolução da fotografia e como me posiciono diante dessas mudanças.

Olhando para o futuro, a chegada da inteligência artificial cria expectativas e, assim como nas transições anteriores, é provável que surjam nichos específicos para essa tecnologia. Embora o papel do fotógrafo possa passar por transformações, a essência da profissão não deverá desaparecer. Em última análise, as mudanças são inevitáveis, mas a capacidade de adaptação e a identificação de novos nichos são cruciais para a continuidade e relevância na indústria da fotografia.

SJ – E como você se mantém atualizada a isso?

SS – Chat GPT. Ah, eu… Por enquanto, na verdade, eu não estou pensando muito nisso… Mas, assim, eu acredito que o meu nicho de trabalho, ele a princípio não será tão afetado, porque o que está sendo mais afetado é a parte comercial mesmo, de marketing, de fotografia de moda, essas coisas de produção. Mas, eu acho que é sempre bom a gente procurar informação sobre o assunto, procurar informação mesmo sobre o assunto.

SJ -Você já colaborou com outros profissionais criativos (designers, escritores, etc.) em projetos? Como essas colaborações influenciaram seu trabalho?

SS – Sim, eu trabalhava junto com uma maquiadora e outro fotógrafo. O trabalho em conjunto com a maquiadora era um diferencial, proporcionando às pessoas a tranquilidade de não precisarem se preocupar. Já com o fotógrafo, a colaboração foi enriquecedora, especialmente por sua experiência em videografia, já que ele atuava como filmmaker.

SJ – Existe um momento específico ou uma foto que capturou que seja especialmente significativo para você?

SS – Os meus autorretratos, meus próprios ensaios de gestantes são os mais significativos.

SJ – Que conselhos você daria a fotógrafos iniciantes que estão começando na carreira?

SS – Teste diversos nichos da fotografia e encontre o que mais se identifica.

SJ – Como você vê as tendências atuais na fotografia? Existem estilos ou temas que estão se destacando para você?

SS – Tem vários, na área em que atuo, é mais o lifestyle, tons neutros, fotografias com poucas informações, minimalistas.

SJ – Além da fotografia, quais são seus interesses pessoais que contribuem para sua visão única como fotógrafa?

SS – Sim, por exemplo, no meu caso, como eu trabalho com fotografia de família, gestante e crianças. O fato de eu ser uma pessoa muito família, de gostar muito da minha família, de querer formar uma família e tudo mais. Acho que o fato de eu gostar muito de natureza, gostar muito de locais abertos, enfim. Porque um dia eu faço os meus ensaios, eu procuro fazer os meus ensaios externos, sempre com muito contato com a natureza, enfim.

Gosto da simplicidade também dos momentos, de registrar o momento, de guardar aquela memória mesmo. Porque pra mim, não que não tenha valor uma fotografia posada no estúdio, por exemplo. Sim, é um estilo de fotografia diferente, tem o seu valor. Mas eu acho que a memória fica muito mais marcante, viva, quando você registra a pessoa no ambiente que ela gosta de estar. Ou no ambiente que ela vive, ou fazendo coisas que ela faz no dia a dia. Enfim, quando ela olha pra foto, ela vai lembrar do momento, e não só tipo, ai que foto bonita, entendeu? É isso.

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