“A história do Brasil e do mundo percorreu as ruas de Cubatão”

Por José Lucas de Sena Almeida, Bianca Oliveira Nosa e Emmily Vitoria Gomes Sá/AES

 

A pandemia mundial gerada pela covid-19 causou devastadores impactos em todas as áreas da sociedade, como desemprego, abalos na estrutura de ensino, crises econômicas e sem dúvidas o maior impacto: as mais de 5 milhões de vidas perdidas no mundo todo.

O turismo foi uma das áreas que mais sofreu com a pandemia e o locksown. Nesta entrevista com o secretário responsável pela área em Cubatão (SP), Fabrício Lopes, ele detalha as consequências geradas ao setor e como tem se reerguido após todo o transtorno gerado nos últimos dois anos.

De acordo com a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, a Baixada Santista recebe em média 46 milhões de turistas a cada ano, devido às praias e demais pontos turísticos.

Cubatão é um município da Região Metropolitana da Baixada Santista, microrregião de Santos. A cidade ocupa 142,879 km² de área e sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 132 521 habitantes.

Fabrício Lopes é formado em Gestão Pública com MBA em Gestão Ambiental. Trabalhou como Coordenador de Saúde na Prefeitura de Mauá (SP). Atuou como Diretor de Integração com Órgãos Públicos, Gerente de Logística e Assessor Técnico na Junta Comercial do Estado de São Paulo. Foi Coordenador de Politicas Transversais na Secretaria Nacional de Juventude da Secretaria Geral da Presidência da Republica e fez parte do Comitê Executivo da 2ª Conferência Nacional de Juventude. Integrou o Conselheiro Nacional de Juventude. Ocupou a função de Secretário Parlamentar da Câmara dos Deputados no mandato do Deputado Federal Márcio França e já integrou a equipe da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Cubatão. Leia a entrevista a seguir.

Há quanto tempo o senhor atua na área?
Atuo com o setor público há mais de 20 anos, durante todo esse período tive contato com diversas áreas e na grande maioria das vezes as pautas relacionadas ao desenvolvimento econômico e sustentável e a economia criativa, onde o turismo também se enquadra, fizeram maior parte dessa trajetória.

Como o senhor encontrou a secretaria?
Encontrei com uma equipe muito dedicada e vários projetos em andamento, entre eles o Roda Cubatão e a Rota Cicloturistica.

Onde está o potencial turístico de Cubatão?
Nossa cidade possui uma grande diversidade de atrativos, opções ecoturísticas, históricas, industriais, religiosas e culturais, entre os quais podemos ressaltar o conjunto histórico e arquitetônico contido na Serra do Mar, trilhas que apresentam nossa biodiversidade, manguezais navegáveis com um grande número de peixes e aves nativas, entre outras belezas. Além de sermos a cidade de Afonso Schmidt, local onde Dom Pedro se recuperou e ganhou forças para subir a serra para Proclamar a Independência e deter o título de Cidade Simbolo da Ecologia – Exemplo Mundial de Recuperação Ambiental.

Há projetos na cidade para fomentar o turismo? O senhor almeja alguma alteração?
Estamos priorizando os processos já em andamento, mas temos várias ideias no radar para o futuro, entre elas mostrar o quanto da história do Brasil e do mundo já percorreu as ruas de Cubatão. Muitas vezes as pessoas não se dão conta do papel importante a a cidade possui.

Como foi para o senhor receber a notícia do lockdown?
Quando o lockdown começou eu ainda não era o gestor da pasta, mas como cidadão recebi como algo necessário para conter a onda de contaminação que se alastrava pelo país.

Quais as maneiras que encontrou para reinventar durante este processo?
Foi um momento de muita reflexão e readaptação, muitas questões que não tínhamos hábito de dar importância passaram a ganhar um grande relevância. Quem diria que um simples abraço faria tanta falta.

Quais as maiores dificuldades ao longo da pandemia?
Acredito que tenha sido enfrentar a falta de compreensão de algumas pessoas e governantes de entender que em um momento delicado como esse era necessário ter mais empatia com a situação de nossos irmãos brasileiros. Acredito que ao invés de ficar nesse cabo de guerra desnecessário que só prejudicou o povo mais pobre.

Como está sendo a adaptação para o retorno as atividades?
Procuramos manter todos os protocolos de segurança, distanciamento, higiene e limpeza em todas as atividades que fazemos parte. Esperamos que a vacinação avance cada vez mais e as pessoas continuem a se cuidar. Enquanto isso vamos procurar construir atividades que estejam mais ao ar livre e que permitam espaço de circulação entre os presentes.

O que o senhor espera do turismo para os próximos anos?
Acredito que é o setor com o maior potencial de crescer e gerar postos de trabalhos, mas para isso é necessário que governo, sociedade e setor produtivo compreendam o papel de cada um nesse processo. A tendência do turismo interno é uma realidade e o momento pede que estejamos preparados para recepcionar bem e agradar os nossos visitantes. Se soubermos aproveitar essa chance, vamos conseguir contribuir muito com nossa cidade, estado e país.