Perfil Fotógrafos | Fabizio Pepe

 

Perfil Biográfico Fotógrafos | Fabizio Pepe
Por Paulo Roberto Gonçalves | 3FM2-4FM1 FTI 2023-1
8191 caracteres

Eu tenho 32 anos, sou formado em publicidade e propaganda pela Universidade Belas Artes de São Paulo e estou há 9 anos no mercado de música eletrônica como fotógrafo, além de atuar há 4 anos com cenografia também. Hoje em dia, trabalho com direção de arte, artes plásticas, grafite e sou DJ e produtor de música eletrônica.  Meu primeiro contato com filmagem foi entre meus 17 e 18 anos, quando ganhei uma câmera dos meus pais. Não digo que foi diretamente com a fotografia porque optei em pegar uma câmera de vídeo, não de foto, já que o objetivo era filmar alguns passeios de bicicleta. Acho que algumas das principais resistências iniciais são, principalmente, a compra de equipamento, porque o equipamento é muito caro no Brasil, demorei muito para ter um equipamento de qualidade, e precificação, pois era um mercado que não se pagava quase nada.

Com isso, foi mais difícil conseguir começar a ganhar realmente algum dinheiro. Porém, com qualidade de trabalho, entrega rápida e sempre pontual com o que eu queria entregar para os clientes que eu estava fazendo o trabalho de graça, fui ganhando confiança deles para conseguir cobrar e superar essa barreira. Eu acho que quem investe nesse setor pode tem um bom retorno lucrativo, mas para o artista, acredito que não tanto. Os produtores poderiam ser um pouco mais valorizados, até serem pagos com um valor mais justo como vemos fora do país, principalmente na Europa. É perceptível a valorização de um artista de lá, independente da arte que ele faça ou do setor que for, a arte é mais valorizada. 

Qual foi a virada de página na sua vida de fotógrafo?

A virada de página como fotógrafo veio com a criação da minha primeira produtora, a Image Dealers, que foi fundada porque na época eu não conseguia mais suprir a demanda que eu estava tendo do mercado. Após isso, fui atrás de outras pessoas que tivessem uma linguagem próxima a minha para trabalharem comigo. Com a Images , fotografamos quase todos os festivais grandes do país na cena eletrônica, capturando momentos de artistas nacionais e internacionais. Apesar de ter sido fundamental na minha carreira, encerramos a empresa há três anos. Como você se reinventou durante a pandemia?

Durante a pandemia posso dizer que criei mais alguns braços. No começo, trabalhei muito com artesanato, grafite, cristais de energia, fazia colar e manuseava muita coisa de resina. Isso me ajudou muito no início desse período. Já na parte de fotografia, eu abri meu leque. Já havia trabalhado na editora Escala, fui dois anos e meio produtor de coordenação e imagem, e lá fotografei de tudo, algo que tinha parado de fazer nos dias atuais por já estar saturado. Porém, na quarentena voltei a fotografar comida, produto, enfim, o que aparecia a gente fazia para não ficar parado.

Também durante a quarentena, na necessidade de ouvir música eletrônica e estar mais presente em um cenário que não estava ‘existindo’, eu fui mexendo em algumas coisas aqui na minha casa. Hoje eu tenho um controlador, meus itens de cenografia, tenho até um palquinho onde eu faço lives e me desestresso, o que está virando uma forma de trabalho em meio ao cenário de pandemia.

A busca a inspiração necessária para criar o seu trabalho como fotógrafo e DJ?
Sou muito da filosofia do faça você mesmo. Eu gosto muito de fazer e planejar minhas coisas, porque tenho uma dificuldade extrema de expressar para quem trabalha comigo exatamente a minha ideia. Por exemplo, na cenografia, na parte do artesanato, tem muitas coisas que eu penso na minha cabeça e eu tenho que pôr a mão na massa, aí é quando flui realmente. Acredito que a minha inspiração é sempre conseguir extrair o que estou imaginando e pôr isso a prova. Eu busco referência em todos os setores, muito mais fora da música eletrônica inclusive, estou ligado em várias vertentes como moda, esportes, etc. Costumo falar para quem está ao meu lado que referência é tudo. 

O empreendedorismo criativo é evidente em seu histórico profissional, desde o seu projeto ‘Time Travelers’, que envolve fotografia, cenografia e direção de arte, até o seu novo projeto de DJ. Como você entende o empreendedorismo criativo e qual é a importância dele na sua vida? Eu acho que o empreendedorismo criativo é totalmente necessário para as pessoas, elas deveriam entender mais sobre ele, inclusive eu mesmo, porque para mim é algo muito orgânico. Hoje eu sei que tenho diversos ‘Fabrízios’ dentro de mim, tem o Fabrízio amigo, o Pepe, que é fotógrafo do Vintage Culture, cenógrafo, tenho a Time Travelers, que é minha empresa de cenografia, tenho o Meriva, que é meu projeto de DJ, e tenho o Pepe Moustart, que é minha empresa de artesanato. Por isso, acho que é importante as pessoas entenderem que não precisam se limitar a uma única coisa. Quanto menos você se limita, mais fácil você acha soluções para alguns problemas. Na quarentena, se eu tivesse me limitado a ficar na fotografia, eu não estaria fazendo artesanato, não teria aprimorado minha cenografia, não estaria tocando, não estaria produzindo música eletrônica, entre outras coisas.

Quais foram os eventos que voce já foi fotografar ?
Rock In Rio, Só Track Boa, Universo Paralello, Ultra Brasil, Tribe, Warung Day Festival, XXXperience, Kaballah e Lollapalooza, além de festivais internacionaiscomo Burningman, Tomorrowland, Ushauaia, Mysteryland, EDC México, e outros registros pela Ásia, Américas, África e Europa. Seu projeto durante a pandemia como começou ? Cara, para ser sincero, nem eu mesmo entendi muito bem o que lancei com esse projeto! Quando converso com meus amigos, digo que estou fazendo isso por diversão. Estou me divertindo muito e, por causa disso, durante uma live que eu estava fazendo, eu queria tocar em uma afterparty.

Foi nessa afterparty que um amigo, que agora é meu mentor de produção musical, o Viking, disse que queria trabalhar comigo. Ele gostou muito do meu som e acredita muito em mim, querendo me ensinar produção e me ver tocando em outros lugares! Portanto, é algo que estou fazendo por diversão, especialmente porque ainda não ganhei dinheiro com isso, então não posso dizer que é uma carreira. Na verdade, esse projeto surgiu como uma forma de me desestressar durante a pandemia e acabou dando muito certo! 

Como vc vai iniciar sua carreira ? e voltar aos eventos ?
Eu acredito que isso alcance de forma natural e orgânica. Não tenho intenção de forçar nada, principalmente porque não deixei de ser fotógrafo, diretor de arte ou fazer cenografias. Tenho a mesma paixão pela música, fotografia e cenografia. Minha abordagem para entrar no mercado da música é a mesma que tenho para fotografia e cenografia. Se vier a oportunidade de tocar em uma linha, ótimo! Se não, e a oportunidade para um depois, também é ótimo! Essa é uma ideia! Meu objetivo atual é conciliar esses três aspectos do Fabrizio, incluindo o Meriva! 
Não tenho planos de abandonar a fotografia, pois foi ela que me adquiriu tudo isso! Através da fotografia, conheci diversos lugares, pessoas e oportunidades. Vivenciei experiências que influenciam minha abordagem musical, como os locais que visitei e as pessoas que vi tocar. 

Fabizio Pepe é um fotógrafo conhecido por seu trabalho com o renomado DJ Vintage Culture. Ele tem sido um colaborador próximo e documentarista visual do DJ, capturando momentos marcantes de sua carreira e turnês ao redor do mundo. Através de suas habilidades fotográficas, Fabizio Pepe tem transmitido a transmitir a energia e a emoção das apresentações de Vintage Culture, bem como a atmosfera dos eventos em que o DJ se apresenta. Sua estreita parceria com Vintage Culture permitiu a criação de um acervo visual significativo que retrata a jornada do artista e seu impacto na cena musical eletrônica. Através de seu trabalho, Fabizio Pepe tem contribuído para a construção da imagem e da narrativa visual de Vintage Culture, ajudando a consolidar sua posição como um dos principais DJs e produtores da atualidade. cameras: D90 Nikon lente 50 milímetros. 1.8. 6D CANON 85 1.4. Drone 4k dual.